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Hiram Reis e Silva

‘Ditabranda’ uma revolução à ‘Brasileira’


Hiram Reis e Silva, Santa Vitória do Palmar, RS, 31 de março de 2018

[...] a democracia brasileira deve afeiçoar-se às exigências de nossas condições sociais e não às exigências de sociedades alienígenas. (Emílio Garrastazu Médici)

Escrevi este artigo há 9 anos atrás e o resultado foi que diversos jornais, de todo o país, deixaram de publicar trabalhos meus. Coniventes e subservientes a soldo do Lulismo imperante permitiam que um só lado divulgasse sua doutrina manipulando as informações que chegavam à uma massa ignara e incapaz de analisar e filtrar os fatos. A verdade sucumbia, vencida pela falácia vermelha, os objetivos nacionais eram suplantados pelos interesses espúrios de políticos sem escrúpulos e vorazes preocupados unicamente em auferir lucros, a qualquer custo.

Hoje o esforço inaudito de jovens juízes do Sul do País tenta se contrapor aos vendilhões da Pátria, um bando de mercenários togados encastelados em Brasília, pomposos no linguajar erudito e torpes e abjetos na manipulação das leis e códigos que juraram defender. Aplausos aos nossos juizes concursados e vaias aos politicamente indicados.

– Le Brésil n'est pas um pays sérieux

Frase atribuída ao presidente francês Charles André Joseph Pierre-Marie De Gaulle, por ocasião da crise diplomática entre Brasil e França em 1962. A apreensão de embarcações francesas que pescavam lagostas em águas territoriais brasileiras teria irritado Charles Gaulle levando-o a afirmar que “o Brasil não era um país”.

Na realidade o autor da frase é o embaixador brasileiro na França, Carlos Alves de Souza Filho. O embaixador depois de discutir com De Gaulle a questão da “Guerra da Lagosta”, relatou ao jornalista Luiz Edgar de Andrade, na época correspondente do “Jornal do Brasil” em Paris o encontro dizendo-lhe que falaram sobre o samba carnavalesco “A lagosta é nossa” e das caricaturas que faziam do general De Gaulle, terminando a conversa com a seguinte frase: “Edgar, le Brésil n’est pas un pays sérieux”. O jornalista, por sua vez, encaminhou o despacho para o jornal e a frase acabou sendo outorgada a De Gaulle.

Na época, a frase causou um profunda constrangimento aos brasileiros. Hoje, certamente, teríamos de nos calar e aceitá-la como verdadeira.

‒ 31 de Março ‒ Com a palavra a Mídia

Seria rematada loucura continuarem as forças democráticas desunidas e inoperantes, enquanto os inimigos do regime vão, paulatinamente, fazendo ruir tudo aquilo que os impede de atingir o poder. Como dissemos muitas vezes, a democracia não deve ser um regime suicida, que dê a seus adversários o direito de trucidá-la, para não incorrer no risco de ferir uma legalidade que seus adversários são os primeiros a desrespeitar. (O Globo de 31 de março de 1964)

[...] Além de que os lamentáveis acontecimentos foram o resultado de um plano executado com perfeição e dirigido por um grupo já identificado pela Nação Brasileira como interessado na subversão geral do País, com características nitidamente comunistas. (Correio do Povo de 31 de março de 1964)

O Exército e os desmandos do Presidente.

Se a rebelião dos sargentos da Aeronáutica fora suficiente para anular praticamente a eficiência da Arma, a subversão da ordem na Marinha assumia as dimensões de um verdadeiro desastre nacional. (Estado de São Paulo de 31 de março de 1964)

Aquilo que os inimigos externos nunca conseguiram, começa a ser alcançado por elementos que atuam internamente, ou seja, dentro do próprio País. Deve-se reconhecer, hoje, que a Marinha como força organizada não existe mais. E há um trabalho pertinaz para fazer a mesma coisa com os outros dois ramos das Forças Armadas. (Folha de São Paulo de 31 de março de 1964)

Basta! Não é possível continuar neste caos em todos os setores. Tanto no lado administrativo como no lado econômico e financeiro. (Correio da Manhã de 31 de março de 1964).

É cedo para falar dos programas administrativos, da Revolução. Mas é incontestável que um clima de ordem substituiu o que dominava o País, onde nem mesmo nas Forças Armadas se mantinham nos princípios de rígida disciplina hierárquica que as caracterizam. (Folha de São Paulo de 31 de março de 1964)

  Reescrever a História (Alexandre Garcia)

No último fim de semana, eu lia Desvios do Poder, do ex-Consultor da República Galba Veloso, para entender a legalidade da reunião com os prefeitos em Brasília, e descobri, no livro, uma lei sobre abusos de poder. A lei 4.898 trata com severidade a autoridade civil ou militar que praticar abuso de poder. A lei diz que todo cidadão tem o direito de agir penal e civilmente contra a autoridade, civil ou militar, que abusar do poder atentando contra a liberdade de locomoção do indivíduo, a inviolabilidade do domicílio, o sigilo da correspondência, o direito de união, a incolumidade física, privação de liberdade, como manter alguém sob custódia ou submetê-lo a vexame, não comunicar prisão ao juiz, prender mesmo com possibilidade de fiança - e por aí vai. Agora, a minha surpresa: sabem de quando é a lei? De 9 de dezembro de 1965. Em pleno regime militar, sob a chefia do Marechal-presidente Castello Branco.

Lembrei-me de registrar isso porque no dia 17 último, a insuspeita Folha de S.Paulo, em editorial, chamou de “Ditabranda” aquela época brasileira, em contraposição com ditaduras como de Fidel Castro e a disfarçada de Hugo Chavez. Houve gente que ficou furiosa com a Folha, por causa do editorial. “Que infâmia é essa de chamar os anos terríveis da repressão de Ditabranda?

‒ perguntou uma professora da Faculdade de Educação da USP, segundo a Veja. Minha neta me fez a mesma pergunta, porque o professor dela contou que foram anos de chumbo, que ninguém tinha liberdade. Desconfiei que o professor nem havia nascido em 1964 e ela me confirmou isso.

Eu vivi aqueles tempos. Fui presidente de Centro Acadêmico em 1969. Fui jornalista do Jornal do Brasil de 1971 a 1979. Cobria política e economia e nunca recebi qualquer tipo de ameaça, censura ou pressão. Sei que havia censura. Comigo, nunca houve. Sei que havia tortura. Certa vez me chamaram para identificação no DOPS, de suspeitos presos por um assalto ao Banco do Brasil, que eu havia testemunhado. Os dois estavam no chão, gemendo, com sinais evidentes de tortura. Fiquei revoltado e não fiz o reconhecimento. Nada me aconteceu.

Nesse último carnaval, contou-se que o governador do Rio preparou uma claque para afastar o temor de vaia para o presidente Lula - que no Rio já havia sido vaiado na abertura do Pan, no Maracanã. O temor existia, mesmo com o alto índice do presidente nas pesquisas de popularidade. Lembro que o general Médici foi o mais duro entre os generais-presidentes. Mas ele entrava no Maracanã, de radinho no ouvido e cigarro no canto da boca, e quando aparecia na tribuna o estádio inteiro o aplaudia. E ele estava reprimindo os grupos armados de esquerda que seqüestravam e assaltavam bancos. Os carros dos brasileiros andavam com um plástico verde-e-amarelo que dizia “Brasil - ame-o ou deixe-o”. Alguém explica isso?

Os Generais-presidentes foram todos eleitos pelo Congresso, onde havia oposição. O último deles, ao contrário de Fidel e Chavez que negam suas ditaduras, assumiu fazendo uma promessa: “Eu juro que vou fazer deste país uma democracia”. Coisa rara, um suposto ditador reconhecer que não governava numa democracia.

Por tudo isso, já está em tempo de se esquecer a propaganda, os rancores, as mentiras, e reescrever nossa História recente. História sem verdade não é ciência, é indecência.

– Lula deixa o Maracanã sem comentar vaias

Ao lado da primeira-dama, Dona Marisa, e outras autoridades, Lula assistiu à cerimônia. O presidente foi vaiado quatro vezes durante a festa. A primeira manifestação das mais de 90 mil pessoas aconteceu quando uma imagem do presidente apareceu nos novos telões do Maracanã no início da festa. Neste momento, a maioria dos presentes ao estádio protestou. Outro momento em que foram ouvidas vaias aconteceu quando o sistema de som anunciou a presença de Lula. No fim da cerimônia, o público presente protestou contra Lula mais duas vezes, constrangendo-o. Primeiro quando Nuzman agradeceu à presença do presidente, única autoridade citada por Nuzman vaiada. Por último, Lula foi novamente vaiado quando teve o seu nome citado por Vázquez Raña, que teve de fazer uma pausa no seu discurso por causa do barulho. Lula deveria declarar abertos os Jogos Pan-Americanos após o discurso de Raña. Mas não o fez. (Globo Esporte.com - Rio de Janeiro (13.07.2007)

‒ Nomes e Homens

É preciso não esquecer o que houve nas ruas de São Paulo e dentro do Morumbi. No Estádio Mário Filho, ex-Maracanã, vaia-se até minuto de silêncio e, como dizia o outro, vaia-se até mulher nua. Vi o Morumbi lotado, aplaudindo o Presidente Garrastazu. Antes do jogo e depois do jogo, o aplauso das ruas. Eu queria ouvir um assobio, sentir um foco de vaia. Só palmas. E eu me perguntava: “E as vaias? Onde estão as vaias? Estavam espantosamente mudas”. (crônica de Nelson Rodrigues)

‒ Lulinha - o “bem-sucedido Ronaldinho

Fábio Luís Lula da Silva, de 30 anos, um dos cinco filhos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, experimentava, até 2003, uma situação profissional parecida com a de muitos brasileiros: a do subemprego. Formado em biologia, Lulinha, como é chamado pelos amigos, fez alguns poucos trabalhos na área, todos com baixa ou nenhuma remuneração. Para ganhar a vida, dava aulas de inglês e informática.

Atualmente, o primeiro filho do casal Lula e Marisa Letícia da Silva é sócio de três empresas que, além de prestar serviços de propaganda [pelo menos no papel], produzem um programa de games para TV. Somados, os capitais das empresas ultrapassam os 5 milhões de reais. Individualmente, de acordo com sua participação societária, Fábio Luís tem 625.000 reais em ações - mais do que os 422.000 reais que seu pai presidente amealhou ao longo de toda a vida, segundo a declaração de bens que apresentou em 2002 ao Tribunal Regional Eleitoral. Melhor que tudo: nessa fulgurante trajetória, Fábio não teve de investir um único real. O negócio foi bancado quase que integralmente pela Telemar, a maior companhia de telefonia do país. Com base em documentos obtidos em cartórios de São Paulo, e em entrevistas com profissionais do setor. (Marcelo Carneiro, Juliana Linhares e Thaís Oyama - 13.07.2005)

‒ Elio Gaspari

Quando Lula defendeu o filho, que recebeu R$ 5 milhões da Telemar para tocar sua empresa, o jornalista Elio Gaspari publicou a seguinte história:

Em 1965, o marechal Castelo Branco leu no jornal que um de seus irmãos, funcionário da Receita Federal, ganhara em cerimônia pública um automóvel Aero Willys! Era o agradecimento de sua classe pela ajuda que dera na elaboração de uma lei que organizava a carreira. Paulo Castelo Branco, filho do presidente, costumava contar que o marechal telefonou para o irmão, dizendo-lhe que deveria devolver o carro. Ele argumentou que se cada fiscal da Receita tivesse presenteado uma gravata, o valor seria muito maior.

Castelo interrompeu-o:

- Você não entendeu.

Afastado do cargo você já está!

Estamos decidindo agora se você vai preso ou não”. (Jornal O Globo)

– “O Supremo Apedeuta”

Bem sabemos que nosso ilustre presidente não consegue falar direito a língua pátria e nenhuma outra, embora fale com loquacidade e eficiência à alma do povo idiotizado. Lula é o apedeuta por antonomásia. Aqui que mora o perigo: um cego guiando a multidão de cegos”. (José Nivaldo Cordeiro)

O Presidente “não sabia e nem sabe de nada do que acontece” no país tupiniquim e o que fazem seus “CUmpanheiros” e familiares, ele está sempre viajando. Para os companheiros palacianos tudo é normal e legal quando se refere aos seus correligionários.

– Conclusão

O Brasil deve ser pensado daqui “pra frente. A anistia apagou as marcas dos dois lados. Se houver punição terão de ser revistas também as ações da esquerda, a exemplo do atentado a bomba no Aeroporto de Guararapes [Recife], em 1966. (General Leônidas Pires Gonçalves)

As manobras dissuasórias, da camarilha palaciana, visam desviar a atenção, dos brasileiros incautos, das maracutaias institucionalizadas e os desmandos do governo federal. Ecoam cada vez mais fortes, na nossa memória, as palavras atribuídas ao general de Gaulle - “Le Brésil n’est pas um pays sérieux”.

Penso que suas palavras, hoje, soariam amáveis demais frente ao maior desgoverno republicano de todos os tempos. Acorda, nação brasileira! Até quando permanecerás deitada em berço esplêndido? Onde estão os caras pintadas? Precisam eles da mídia aliciada para mostrar suas caras!

(*) Hiram Reis e Silva é Canoeiro, Coronel de Engenharia, Analista de Sistemas, Professor, Palestrante, Historiador, Escritor e Colunista;

Membro do 4° Grupamento de Engenharia do Comando Militar do Sul (CMS)

Ex-Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA);

Ex-Pesquisador do Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx);

Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS);

Presidente do Instituto dos Docentes do Magistério Militar – RS (IDMM – RS);

Membro da Academia de História Militar Terrestre do Brasil – RS (AHIMTB – RS);

Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS – RS);

Membro da Academia de Letras do Estado de Rondônia (ACLER – RO)

Membro da Academia Vilhenense de Letras (AVL – RO);

Colaborador Emérito da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG).

Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional (LDN).

E-mail: hiramrsilva@gmail.com;

Blog: desafiandooriomar.blogspot.com.br

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