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Hiram Reis e Silva

Hidrelétricas do Rio Madeira




As vésperas de encerrar a 1ª etapa da 4ª fase do Projeto Desafiando o Rio-mar não poderíamos deixar de reafirmar nossa defesa da construção das Hidrelétricas do Madeira.
 

Hidrelétricas do Rio Madeira

As usinas hidrelétricas do Rio Madeira, Santo Antônio e Jirau, não são apenas grandes projetos de engenharia e arquitetura moderna. A construção das Usinas do Madeira faz parte de um grande projeto para o desenvolvimento sustentável da região, integração nacional e para a melhoria de vida das populações de Rondônia, Acre, Amazonas e Mato Grosso. Hoje, o parque gerador do Estado de Rondônia conta com uma oferta de aproximadamente 800 MW. Com a construção das usinas de Santo Antônio e Jirau serão mais 6.450 MW colocados no mercado, e com a construção de linhas de transmissão para o Acre, Amazonas e Norte do Mato Grosso será possível a conexão com o Sistema Interligado Brasileiro.

Santo Antônio

Santo Antônio terá capacidade de gerar 3,150 mil megawatts (MW) e o investimento previsto é de R$ 9,5 bilhões, em valores de 2006. O início das obras está previsto para dezembro de 2008. Estima-se que a primeira e segunda unidades geradoras, das 44 previstas, devam entrar em funcionamento em dezembro de 2012. A obra empregará até 20 mil trabalhadores diretos no seu momento auge. As turbinas utilizadas em Santo Antônio serão as maiores em potência nominal no mundo: cada uma terá capacidade de gerar 72 megawatts.

Um Projeto com Consciência Ambiental

A história da Eletrobras Furnas se funde com a história do desenvolvimento sustentável do Brasil. Por entender que suas atividades interferem no meio ambiente, a Empresa tem o cuidado de integrar sua política ambiental às demais políticas, seguindo a legislação vigente e assumindo compromissos de conservação e preservação da biodiversidade das regiões onde atua, procurando garantir o uso sustentável dos recursos naturais. Em Rondônia foram conduzidos estudos que diagnosticaram os meios físico (solo, água), biótico (flora, fauna) e socioeconômico (caracterização e apoio às comunidades locais). Para esse trabalho tornou-se fundamental a parceria entre a Eletrobras Furnas e as instituições de ensino e pesquisa localizadas na região amazônica, como a Universidade Federal de Rondônia, o Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia e a Companhia de Pesquisas de Recursos Minerais. Ao final dos trabalhos a comunidade científica e a sociedade brasileira pode contar com um importante acervo para tomar como base na implantação de um sólido projeto de desenvolvimento regional sustentável. Um instrumento de gestão que possibilitará a instalação, construção e operação de empreendimentos atendendo as exigências legais, e acima de tudo, preservando a integridade ambiental com respeito às comunidades locais.



Soluções de Menores Impactos

Os estudos de engenharia adotaram cuidados para que os impactos na construção das usinas hidrelétricas sejam os menores possíveis. Assim, as duas barragens terão baixa queda, sendo Santo Antônio com 13,90 m e Jirau com 15,20 m. O tipo de turbina previsto nos estudos de viabilidade foi bulbo, pois esse tipo de turbina é o que melhor se adequa às condições locais não exigindo grandes reservatórios, mas sim grandes volumes e velocidade de água. Outro cuidado é em relação às áreas que serão inundadas. Elas serão praticamente as mesmas já inundadas durante as cheias anuais do Rio Madeira.



Usina de Jirau

A Usina Hidrelétrica de Jirau é uma usina hidrelétrica em construção no Rio Madeira, na cidade de Porto Velho em Rondônia, que terá capacidade instalada de 3.450MW, e que faz parte do Complexo do Rio Madeira. A construção está sendo feita pelo consórcio "ESBR - Energia Sustentável do Brasil", formado pelas empresas Suez Energy (50.1%), Eletrosul (20%), Chesf (20%) e Camargo Corrêa (9,9%). Em 28 de janeiro de 2010 o consórcio construtor informou o novo cronograma de operação, prevendo o início de funcionamento da primeira das 46 turbinas do tipo bulbo para março de 2012 e o pleno funcionamento da usina para novembro do mesmo ano. Seu reservatório vai alagar uma área de 258 quilômetros quadrados. Um problema a ser resolvido é como tratar os resíduos sólidos maiores que descem pelo Rio (estima-se que cerca de 1.600 troncos descem diariamente pelo Rio). O contrato prevê que os troncos não podem ser devolvidos ao Rio, nem serem usados com fins lucrativos.



Turbina Hidráulica Tipo Bulbo

Basicamente trata-se de uma unidade geradora composta de uma turbina Kaplan e um gerador envolto por uma cápsula. A cápsula por sua vez fica imersa no fluxo d’água (imerso na água), isto acarreta em um equipamento que exige uma vedação mais precisa o que impacta em um espaço menor para acesso de manutenção. Operam em quedas abaixo de 20 m. Foram inventadas na década de 30. As primeiras foram construídas pela empresa Escher Wyss em 1936. Possui a turbina similar a uma turbina Kaplan horizontal, porém devido à baixa queda, o gerador hidráulico encontra-se em um bulbo por onde a água flui ao seu redor antes de chegar às pás da Turbina. A maior unidade tipo Bulbo construída encontra-se no Japão, na usina de Tadami que possui 65,8 MW de potência, queda de 19,8m e rotor com diâmetro de 6,70 metros. No Brasil existe o planejamento da construção das Usinas de Santo Antônio e Jirau, constando no projeto de cada usina a instalação de 44 e 46 turbinas do tipo Bulbo com potência unitária igual a 73 MW e 75 MW, respectivamente. As turbinas a serem instaladas nestas usinas passarão a ser as maiores turbinas bulbo do mundo.

Fonte: Hiram Reis

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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