Domingo, 11 de dezembro de 2011 - 15h37
Reconhecida como principal, ameaça, a ambição estrangeira pela Amazônia, evidenciou-se que entre os cenários possíveis haveria o de confronto militar. Os dois sub-cenários mais prováveis: a secessão de terras indígenas apoiadas pelas grandes potências ou a simples tomada a “manu militari” para se apoderar de matérias primas, sempre nas desabitadas, mas altamente mineralizadas serras do norte da Amazônia. (Gélio Augusto Barbosa Fregapani)
- Cel Gélio Augusto Barbosa Fregapani (GF)
O Coronel de Infantaria da Reserva Gélio Fregapani (GF) é, sem dúvida, o maior expert e estrategista brasileiro em Amazônia e um militar de escol. Escritor, Comandante do Centro de Instrução de Guerra na Selva (1980/1981), mentor da Doutrina Brasileira de Guerra na Selva, assessor de assuntos estratégicos da Universidade Pan-Amazônica, ex-coordenador do Grupo de Trabalho da Amazônia (GTAM) e ex-chefe da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), em Roraima. Foi exonerado de suas funções na ABIN por discordar da política entreguista do ex-presidente Lulla.
Sistematicamente, como excelente Analista de Inteligência que é, recebo dele considerações sobre assuntos nacionais e internacionais de toda ordem. E acho que é importante dividi-los com leitores mais atentos à Nova Ordem Mundial.
- A Posição do Exército
Fonte: Gelio Fregapani
Disciplinadamente um Exército cumpre ordens. É certo, nem deveria ser de outra forma. Entretanto soldados não são autômatos sem alma, e muito espezinhados ou quando sentem que sua lealdade está sendo conduzida contra os interesses de sua Pátria, tendem a tomar outro posicionamento; reconheçamos, nem sempre o mais adequado.
Os militares foram espezinhados a partir da “Nova República”, mas deu para aguentar. Instados a agir contra os interesses nacionais, no caso da Terra Indígena Raposa e Serra do Sol, ensaiaram uma atitude. Não durou muito, logo voltaram a se escudar em uma disciplina que mais encobriu a covardia do que o cumprimento do dever, pois pelo menos deveriam lealmente mostrar ao comandante supremo o erro que estava fazendo. Enquanto isto o Exército ia perdendo sua única vantagem: a confiança da população.
Felizmente os ventos estão mudando, e a Comandante em Chefe dá indícios de agir no interesse do País Embora tenha erroneamente aprovado a parcial “Comissão da Vingança”, já deu mostras de consideração, acenando com recomposição dos soldos e de reequipamento bélico. Se confirmados os bons indícios, ainda persiste o problema interno; uma burocracia asfixiante que impede até de pensar. Faz com que os Estados Maiores não percebem que blindados não tem mais lugar na batalha moderna, dominada por mísseis e sistemas de armas remotamente controlados. Que a ameaça (o apoio militar da OTAN à independência de áreas indígenas na Fronteira Norte) nos exige o povoamento da provável área do conflito, e isto só pode ser feito com garimpeiros. Que o inimigo terá supremacia aérea e não poderemos deslocar um só comboio ou sequer um barco regional com reforços. Que não poderemos abrir mão de minas anti-pessoais independente de tratados, e que além de treinamento necessitamos de armas modernas fabricadas aqui!
Sobre este último aspecto a burocracia paralisante chega às raias do absurdo. Criam-se todos os embaraços, mesmo ilegais, a quem quer fabricar ou inovar qualquer armamento, a menos que seja empresa estrangeira. Não é culpa do Governo; são regras inadequadas criadas pelo Exército e aplicadas maldosamente, como se houvesse uma intenção de nos manterem desarmados.
- Desenvolvimento Industrial
Fonte: Gelio Fregapani
É Impossível desenvolver a indústria nacional sem algum grau de proteção. Temos que lembrar que os ingleses, os americanos e os alemães se desenvolveram em um ambiente protegido. Assim fizeram também os japoneses. Os chineses, hoje, fazem da mesma forma.
As nascentes empresas de capital nacional, criadas quando a II Guerra impediu as importações, foram hostilizadas por Roberto Campos em pleno governo militar e descaracterizadas na constituição de 88. Finalmente até as estatais foram entregues ao estrangeiro pelo Collor e FHC. Quase só nos sobrou o commodities do agronegócio
A China usa o câmbio e todas as maneiras para proteger sua indústria. Segue o caminho que dá certo. Obteve notáveis progressos econômicos e tecnológicos, e emergiu como superpotência. Criou regras para absorver capital e tecnologia, exigindo associação com empresas chinesas. Planificou dentro de seu interesse. Hoje conta com empresas de ponta em todos os setores, enquanto o nosso País quase já não tem marcas nacionais, pois entregou seus mercados às transnacionais, importando ou pagando por tecnologia raramente compensadora, em nome do livre comércio e do neoliberalismo imposto pelas potências imperiais.
O atual governo vem adotando algumas medidas de proteção contra a desindustrialização, como a redução da “Selig” e a taxação de importados. Ainda tímidas. Precisa ser incentivado a ir adiante. No aprofundamento da crise global, a nossa melhor opção seria nos tornarmos auto-suficientes. Claro que para isto temos que ter condições militares de garantir nossa neutralidade, mas a primeira medida seria a proteção da indústria nacional.
- Guerra e Paz
Fonte: Gelio Fregapani
Israel avisa que não tolerará um Irã nuclear. Os EUA e o Reino Unido posicionam seus navios para um ataque à Síria e ao Irã, tal como haviam feito com o Iraque. É óbvio que há uma guerra em preparação. Imaginávamos que iniciaria por um ataque aéreo de Israel à indústria nuclear iraniana, o que arrastaria os EUA, aliás, bem contentes pela oportunidade de garantir seu acesso ao petróleo; que os EUA contassem com a aliança da OTAN, ou ao menos do Reino Unido, e que a China apenas protestaria aproveitando para resolver suas pendengas com seus muçulmanos e para reincorporar Taiwan. Imaginávamos também que a Rússia, sendo beneficiada pelo aumento do preço do petróleo causado pela guerra (a Rússia é o país que mais excedentes tem), se limitasse a desaprovar a guerra, isto se não apoiasse uma eventual coligação balcânica anti turca, caso a Turquia apoiasse militarmente os países islâmicos. Vitória certa!
Entretanto... A China ordena à sua Marinha que se prepare para combater e a Rússia envia um porta-aviões e escolta para uma base na Síria. Mandaram o recado que têm outros interesses e se envolverão.
Isto talvez evite ou ao menos retarde a guerra, mas se ela vier será maior do que o esperado. Terá âmbito mundial.
- Livro
O livro “Desafiando o Rio–Mar – Descendo o Solimões” está sendo comercializado, em Porto Alegre, na Livraria EDIPUCRS – PUCRS, na rede da Livraria Cultura (http://www.livrariacultura.com.br) e na Livraria Dinamic – Colégio Militar de Porto Alegre.
Para visualizar, parcialmente, o livro acesse o link:
http://books.google.com.br/books?id=6UV4DpCy_VYC&printsec=frontcover#v=onepage&q&f=false.
Fonte: Coronel de Engenharia Hiram Reis e Silva
Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA);
Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS);
Vice- Presidente da Academia de História Militar Terrestre do Brasil - RS (AHIMTB - RS);
Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS);
Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional.
Site: http://www.amazoniaenossaselva.com.br
E–mail: hiramrs@terra.com.br
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