Segunda-feira, 18 de maio de 2020 - 09h05
Bagé, 18.05.2020
Elizabeth Alicia Lynch,
nasceu, em 1833, no Condado de Cork (Irlanda), e faleceu em Paris (França), no
dia 26.07.1886. Elisa Lynch se casou, em 03.06.1850, com o médico militar
francês Xavier de Quatrefages, separando-se dele, em 1853, a união, porém, só mais
tarde foi anulada.
Em 1852, ainda casada
com Quatrefages conheceu Francisco Solano López, filho do presidente paraguaio
Carlos Antonio López. Solano López tinha ido à Europa com o intuito adquirir
artigos para dinamizar a indústria e a rede ferroviária promovendo a economia
do Paraguai.
Na oportunidade ele
comprou, também, equipamento bélico em quantidade significativa e um navio
chamado “Tacuari” na Inglaterra, além
de recrutar engenheiros e médicos para treinar seus compatriotas.
Lynch viajou com ele
para o Paraguai e ao chegar em Assunção a população paraguaia não a viu com
bons olhos porque não queria que Solano López se casasse com uma mulher
estrangeira e ainda casada. No Paraguai, ficou conhecida como Elisa Lynch ou,
simplesmente Madame Lynch, uma das muitas amantes do presidente Francisco
Solano López que, com o passar dos anos, acabou se transformando na virtual
primeira-dama paraguaia.
Ao longo dos anos Lynch
conseguiu ganhar espaço na alta sociedade chegando mesmo a influenciar na
assimilação de algumas tendências, entre elas o teatro de revista, a decoração
francesa e a moda europeia. No “Club
Nacional”, organizava bailes regularmente e recebia as grandes
personalidades da época na sua casa.
No início da Guerra,
ela própria intitulou-se “Mariscala”
([1])
e começou a se fardar com pomposos uniformes militares, acompanhando López em
suas visitas às Linhas de Frente e quarteis, dedicando-se, sobretudo, a levar
uma palavra de conforto aos enfermos, transformando-se numa fonte de inspiração
para os fanatizados guerreiros paraguaios.
Ela apoiava todas as
ações do seu paranoico “Marechal” sem
questionar nem mesmo as inúmeras execuções por ele ordenadas, defendendo, no
entanto, alguns prisioneiros de guerra que impediu de serem fuzilados, dentre
eles o Coronel Juan Crisóstomo Centurión. Lynchy acompanhou o presidente na sua
fuga para o Norte, quando abandonavam cada uma das cidades do interior à mercê
de seus inimigos.
Quando López foi morto
no Combate de Cerro Corá, em 01.03.1870, seu filho Panchito López ao tentar
defendê-lo foi também morto. Lynchy, ao ser capturada, invocou sua cidadania
inglesa, e, foi removida, pelas autoridades brasileiras, para Assunção. Lá
chegando, suas propriedades, tinham sido confiscadas, sob a acusação de causar
a ruína do povo paraguaio.
Lynch
retirou-se para a Europa onde, recebia uma gorda pensão, alimentada pelos
cofres paraguaios, levou uma vida bastante confortável durante longo tempo. A “Mariscala” morreu pobre, em Paris,
vítima de um câncer no estomago, depois de ter tentado, sem sucesso, de
apossar-se de sua imensa fortuna. Em julho de 1961, o ditador Alfredo
Stroessner, confirmando a tese de que se deve perpetuar o mito consagrado noutro
período ditatorial, mandou transladar seus restos mortais, do cemitério de “Père Lachaise”, para Assunção onde foi
enterrada, com toda pompa e circunstância, como heroína nacional no Museu de
Defesa de Assunção em uma urna de bronze.
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Gazeta de Campinas n° 44
Campinas, SP – Domingo, 31.03.1870
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Notícias – Paraguai
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Lê-se no “Jornal do Commercio” de 15 do corrente:
Relativamente ao último
feito de armas que com a morte de López pôs fim à guerra infeliz e desejado termo,
encontramos os seguintes dados, transmitidos por um telegrama do Sr.
Conselheiro Paranhos ao nosso Ministro de Buenos-Ares:
Assunção, 10.03.1870.
Ainda não se recebeu parte oficial, mas somente uma carta do General Câmara,
escrita do arroio Guarú, a 2 do corrente. Referindo-se a essa carta,
comunica-me o Capitão de Mar e Guerra João Mendes Salgado, Ajudante de Campo de
S. A. o Sr. Conde d’Eu, os seguintes pormenores do grande sucesso de 1° do
corrente.
As Forças de López
foram surpreendidas, os piquetes que guarneciam as peças de artilharia não
tiveram tempo de dar o menor aviso; tinham apenas entrado em forma os últimos
defensores do tirano, quando um punhado dos nossos bravos caía sobre eles
levando-os em derrota até os bosques próximos, onde mui poucos escaparam. López
foi morto à vista do General Câmara que debalde o intimou para render-se; o
ex-ditador obstinou-se em animar a resistência, procurando, entretanto, fugir;
sucumbiu na ponta da lança de um de nossos soldados. Caminos, que foi Ministro
do mesmo ditador, teve igual sorte, quando o seguia em sua fuga. O
vice-presidente Sanchez foi morto antes de ser reconhecido. O Cel Aguiar, os
Majores Vargas, Ascurra, Estigarribia, Cardoso, Insfrante, Solis e vários
outros pereceram na peleja. O Cel López, filho do ex-ditador, foi morto quando
fugia acompanhado da carruagem de Mme Lynch. Estão prisioneiros muitos chefes,
entre eles os Generais Resquim e Delgado, vários oficiais superiores e quatro
padres, entre os quais o célebre “Maíz”
([1]).
O Gen Caballero, com quarenta e tantos homens, quase todos oficias, tinha
saído de Cerro Corá para arrebanhar gado: foram batidos pelo Coronel Bento
Martins, conseguindo fugir o General, abandonando toda a sua bagagem e até a
espada. Valle e Souza, que estavam encarregados do transporte de algumas
carretas, que se achavam na picada de Chiriguelo, escaparam-se, sacrificando,
porém, a Força que os acompanhava, a qual foi derrotada. Rocha, que estava na
vanguarda com oito peças de artilharia, também foi derrotado. Avério
aproveitou-se da confusão geral para fugir. Acham-se também prisioneiras Madame
Lynch com quatro filhos, a mãe e as irmãs de López. As três últimas estavam
condenadas à morte, a mãe do tirano seria executada no mesmo dia em que se verificou
o nosso ataque. As famílias de Caballero, Caminos e Gil estão entre os
prisioneiros, e todos vão com as nossas forças para a Conceição.
Tomamos 17 peças de
artilharia. Graças ao Todo Poderoso, tão assinalado triunfo só nos custa cinco
feridos, sendo dois levemente. Espera-se a chegada do General Câmara para
termos a narração circunstanciada de tão brilhante feito militar. (GAZETA DE
CAMPINAS N° 44)
[1] Padre Fidel Maíz: já fizemos menção a ele, foi um dos fundadores e
redator chefe do jornal “El Cabichuí”,
impresso, durante a Guerra.
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Diário de Belém n° 97
Belém, PA – Domingo, 01.05.1870
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Notícias Diversas
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Inumação de López e de seu filho por Lynch – Um jornal de Assunção publica o seguinte:
À respeito da Madame
Linchy, referem um tocante episódio, cuja veracidade me garantem. De uma carta
que tenho presente transcrevo o seguinte:
Sepultado seu filho
Pancho muito à superfície da terra pelos soldados, notou-o Madame Linchy, que
chegando-se à cova com os outros filhos procedeu a sua exumação, lavando depois
o cadáver que com suas próprias mãos vestiu-o com roupa limpa, enquanto os dois
filhos e a menina choravam. Aprofundaram a cova com tábuas de caixas de
cigarros, tomando medida com tiras arrancadas de seu vestuário.
Finda a operação, foi
de novo sepultado López pai, em primeiro lugar, e depois de coberto com uma
débil camada de terra que os, pequenos socaram, puseram o filho por cima. Como
naquele momento manifestasse um oficial seu pesar pela morte do moço, voltou-se
para ele um dos meninos, e disse-lhe:
‒ Um Coronel
paraguaio não se entrega, morre!
Carta de Madame Lynch – A “Voz del
Pueblo” de Assunção, publica a seguinte carta de Mme Lynch:
À bordo do vapor “Chuhy”, março de 1870.
Minha querida. ‒ Já
você terá sabido das minhas incomparáveis desgraças e da perda que sofri de
tudo que tinha de mais caro neste mundo. Hoje só me resta o triste consolo de
que López e Panchito [o filho] foram mortos como heróis, e, se eles não vivem
para nós outros, viverão eternamente na história, que há de fazer justiça
àquele que foi o sustentáculo e glória da independência da sua Pátria. Estou de
viagem para a Europa, e por meu pedido embarquei em um navio brasileiro, logo
que tive notícia de que alguns traidores paraguaios intentavam insultar-me. Por
esse motivo não saltarei em terra apesar do grande desejo que tenho de vê-la, e
espero que você venha visitar-me, ou de noite ou de dia, pois necessito
falar-lhe e ser-me-á muito sensível partir sem dar-lhe um abraço. Preciso de
muitas coisas, pois trago poucos vestidos, havendo as mulheres paraguaias
roubado tudo o mais que eu trazia. É incrível o que se há passado, pois os
próprios sacerdotes paraguaios chegaram a roubar os vasos e outros objetos da
igreja! Quero, portanto, que a minha amiga me compre os objetos da seguinte
relação, cujo importe daqui lhe enviarei:
‒ Amostras de fazendas pretas, meias para meninos
e para mim, meia dúzia de calçados para todos, duas capas pretas, duas peças de
cambraia preta, uma tesoura para unhas, linhas branca e preta, agulhas, um véu
preto, doze lenços, três merinaques ([1])
grandes e um pequeno, três chapéus pretos para meninos, dois pares de luvas de
seda preta, lacre preto, um baú, um pote de pomada, e a coleção dos periódicos
que se publicam em Assunção.
Sei que lhe causarei
muito incomodo com essas compras, porém julgo que hoje que me vejo desemparada,
você, como outras, não me voltará as costas. Eu não sou prisioneira, e aqui me
deixo ficar por conveniência particular; não tema pois comprometer-se
procurando-me, e não lhe dê isso cuidado. Os meninos estão bons e todos nós lhe
enviamos afetuosas lembranças, e muito especialmente ‒ Elisa A. Lynch.
N. B. ‒ o vapor joga
muito e quase não me deixa escrever. (DIÁRIO DE BELÉM N° 97)
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Diário de S. Paulo n° 1.404
São Paulo, SP – Sexta-feira, 20.05.1870
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Diplomacia
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Transcrevemos, abaixo,
as notas trocadas pelo Sr. Paranhos e o governo provisório do Paraguai, à
respeito de D. Elisa Lynch, nossa prisioneira:
Missão especial do
Brasil. Assunção, 13.04.1870.
Ilm° e Exm° Sr. ‒ Tenho
a honra de levar ao conhecimento de V. Exª uma nota, aqui junta em original,
que dirigiu-me o Governo Paraguaio a respeito da prisioneira Lynch e a cópia da
resposta que dei ao mesmo governo.
A morte de López tem
exaltado o ressentimento de suas vítimas, e feito aparecer pretensões desarrazoadas.
A nota do Governo Provisório e a petição que lhe veio anexa são consequência
dessa tendência reacionária. Creio que a minha resposta merecerá a aprovação do
Governo Imperial.
O Governo Provisório
lhe deu logo publicidade no periódico “Regeneración”,
e o efeito dessa publicação, segundo me consta, foi-nos favorável na opinião de
nacionais e estrangeiros. Queira V. Exª aceitar os protestos de minha perfeita
estima e mais alta consideração. A S. Exª o Sr. Barão de Cotegipe, Ministro e
Secretário de Estado dos Negócios da Marinha e interinamente dos Negócios
Estrangeiros – José Maria da Silva Paranhos.
Assunção, 28.03.1870.
O abaixo assinado tem a
honra de passar às mãos de V. Exª, em original, o requerimento feito por mais
de cem senhoras paraguaias, reclamando a restituição de joias que lhes foram
extorquidas, e se acham em poder de D. Elisa Lynch, a qual, aprisionada em
Cerro Corá, por ocasião da última vitória das armas brasileiras, se acha hoje
asilada em um navio de guerra surto no porto de Assunção. O abaixo assinado
nada dirá, senhor, que dê mais força ao pedido das despojadas do que aquilo que
expõe ao seu governo. Elas pedem providências, e esperam justiça do ânimo reto
de V. Exª.
É justo, Sr. Ministro,
que a bandeira brasileira, que simboliza uma nação generosa e hospitaleira,
proteja a pessoa de Lynch, aprisionada no campo de batalha, mas não se
compreende que essa mesma bandeira, laureada pela vitória, cubra os objetos
arrebatados por essa mesma mulher aos restos desvalidos de um povo, para o qual
foi um instrumento de martírio e extermínio. É pois em virtude destes fatos,
tão notórios como verídicos, que o abaixo assignado pede a V. Exª, em nome do
governo, sirva-se tomar alguma providência para serem restituídos a seus
legítimos donos os escassos restos da grande quantidade de objetos preciosos,
que lhes foram roubados pelo tirano, de quem foi cúmplice a mesma mulher que,
sem pudor, deles apropriou-se indevidamente.
Terminará o abaixo
assinado, fazendo presente ao Sr. Ministro que uma nação inteira, composta de
nacionais e estrangeiros, é testemunha irrecusável de que D. Elisa Lynch não
exerceu outra ocupação ou indústria no País, a não ser a sua constante
dedicação a cativar o afeto do homem funesto, que a constituiu árbitra da
honra, da vida e da propriedade das desgraçadíssimas filhas deste País.
D. Francisco Solano não
podia dar a Lynch valores que ele mesmo roubou, e para cuja indenização o
Governo Provisório com justiça decretou o embargo de bens tidos como sua
propriedade; e finalmente, para que nada falte à condenação dessa propriedade,
tão injusta como escandalosa, em nome da qual D. Elisa Lynch pretende ficar com
o que legitimamente pertence àquelas que ontem foram vítimas, é sabido na
Europa e na América que os valores, de que se diz dona, são o preço da metade
de um leito vazio, vendido a um homem estranho que usurpou os legítimos
direitos de um esposo abandonado.
O abaixo assinado,
esperando que a resolução que o Sr. Ministro tomar venha robustecer o justo
apreço que o povo paraguaio tributa ao seu nome, tem a honra de reiterar a V.
Exª, seu alto apreço e distinta consideração. ‒ Carlos Loizaga:
Nós, as senhoras abaixo
assinadas, ex-residentes desta cidade, perante V. Exª, com o devido respeito
expomos: que na época em que o tirano Solano López determinou brutalmente que
desocupássemos esta cidade, abandonando todos os nossos interesses e
comodidades, fomos injustamente despojadas pelo dito tirano de um número
considerável de joias e outros objetos de nossa propriedade.
Fazemos especial menção
à essa época, se bem que já anteriormente, sob vários pretextos, havíamos
também sido despojadas, e assim vimos, Exm° Sr. desaparecer sucessivamente tudo
quanto constituiu a única fortuna que nos havia ficado para sustento de nossos
filhos de volta do desterro. Hoje, Exm° Sr., acha-se neste porto aquela que
mais influiu para estas extorsões, aquela que mais se aproveitou delas, aquela
que tem ainda em suas mãos o corpo de delito, isto é, as joias de que fomos
despojadas por sua desmedida cobiça, Falamos da Sra. Lynch.
Portanto, recorremos a
V. Exª, suplicando-lhe faça efetivo neste caso o decreto recentemente
publicado, tomando as medidas que julgue convenientes, afim de obter uma
reparação reclamada pela justiça e até pela necessidade, não permitindo por
conseguinte que a Srª Lynch, contra a qual se levanta a voz de todo um povo
justamente indignado, abandone o teatro de seus crimes, levando os despojos de
tantas vítimas e deixando-nos, especialmente à nós, uma justa reparação de
nossos interesses e vexames. É graça e justiça. [Seguem-se as assinaturas]
Missão Especial do
Brasil. Assunção, 31.03.1870.
O abaixo assinado, do
Conselho de Sua Majestade o Imperador do Brasil, e seu enviado extraordinário,
e ministro plenipotenciário em missão especial, tem a honra de responder à nota
que lhe foi dirigida, em 28 do corrente, por S. Exª o Sr. D. Carlos Loizaga,
membro do Governo Provisório da República do Paraguai e encarregado do
Ministério das Relações Exteriores, relativamente à prisioneira Elisa Lynch.
O abaixo assinado sente
que o Governo Provisório, antes de passar-lhe aquela nota, não o houvesse
ouvido, por que teria poupado ao mesmo abaixo assinado um duplo desgosto, o de
recusar-se a um pedido tão instante de S. Exª, e o de receber uma solicitação
que labora em falso pressuposto e que em nenhum caso poderia ser atendida como
se deseja.
Não cabe aqui apreciar
o caráter e vida da prisioneira de que se trata, o que só importa ao abaixo
assinado é a questão de dignidade nacional e de direito, que a pretensão de que
se fez órgão o Governo Paraguaio levanta ante as autoridades brasileiras, sob
cuja guarda e proteção se acha aquela mulher. Dado que Lynch seja cúmplice em
todas as crueldades e espoliações cometidas por López, e que tivesse em seu
poder os bens que se reclamam, não seria possível que a autoridade brasileira,
sob cuja bandeira caiu ela prisioneira, se constituísse executora de uma medida
tão arbitrária e violenta.
A nossa bandeira não
inocenta o crime, mas também não recusa aos vencidos a proteção que é devida à
desgraça, menos pode condenar sem outras provas que a palavra do acusador, por
mais simpatias que devam merecer-lhe e merecem as vítimas da extinta tirania. Como
Lynch se acha em plena liberdade de defesa, cabe aos interessados intentar as
indenizações civis a que se julguem com direito, e para isso crê o abaixo
assinado garantia suficiente os bens que a acusada possuía no território
paraguaio e que lhe foram embargados por um decreto do Governo da República.
S. Exª o Sr. Loizaga e
o seu governo presumiam, bem como as assinantes da petição que foi presente à
esta legação, que Lynch trazia consigo uma grande riqueza. Esta suposição não é
exata, como o prova o inventário de tudo quanto ela trouxe no coche em que foi
aprisionada, e que a natural generosidade do vencedor lhe deixou intacto.
Esse inventário foi
feito por uma respeitável comissão de oficiais brasileiros a bordo do navio
onde se acha a dita prisioneira, e ordenado por Sua Alteza Real o Sr. conde
d’Eu, de acordo com o abaixo assinado, no intuito de acautelar interesses de
maior monta do que os que se apresentam reclamando agora, depois que os aliados
consumaram a sua vitória contra o ex-ditador. Os bens móveis que constam desse
inventário não constituem grande valor, e de certo representam muito menos do
que Lynch poderia ter adquirido legitimamente no Paraguai.
O abaixo assinado
devolve a petição que acompanhou a nota acima mencionada, e aproveita a ocasião
para reiterar a S. Exª o Sr. Loizaga os protestos de sua perfeita estima e alta
consideração. A S. Exª o Sr. D. Carlos Loizaga, membro do governo provisório da
República do Paraguai e encarregado do Ministério
das Relações Exteriores. ‒José Maria da Silva Paranhos. (DIÁRIO DE S. PAULO N°
1.404)
Bibliografia:
DIÁRIO
DE BELÉM N° 97. Notícias Diversas –
Brasil – Belém, PA – Diário de Belém n° 97, 01.05.1870.
DIÁRIO
DE S. PAULO N° 1.404. Diplomacia –
Brasil – São Paulo, SP – Diário de S. Paulo n° 1.404, 20.05.1870.
GAZETA
DE CAMPINAS N° 44. Notícias – Paraguai
– Brasil – Campinas, SP – Gazeta de Campinas n° 44, 31.03.1870.
Solicito
Publicação
(*) Hiram Reis e Silva é Canoeiro, Coronel de Engenharia,
Analista de Sistemas, Professor, Palestrante, Historiador, Escritor e
Colunista;
· Campeão do II
Circuito de Canoagem do Mato Grosso do Sul (1989)
· Ex-Professor
do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA);
· Ex-Pesquisador
do Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx);
· Ex-Presidente
do Instituto dos Docentes do Magistério Militar – RS (IDMM – RS);
· Ex-Membro do
4° Grupamento de Engenharia do Comando Militar do Sul (CMS)
· Presidente da
Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS);
· Membro da Academia
de História Militar Terrestre do Brasil – RS (AHIMTB – RS);
· Membro do
Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS – RS);
· Membro da
Academia de Letras do Estado de Rondônia (ACLER – RO)
· Membro da
Academia Vilhenense de Letras (AVL – RO);
· Comendador da
Academia Maçônica de Letras do Rio Grande do Sul (AMLERS)
· Colaborador
Emérito da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG).
· Colaborador
Emérito da Liga de Defesa Nacional (LDN).
· E-mail: hiramrsilva@gmail.com.
Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – X
Bagé, 20.12.2024 Continuando engarupado na memória: Tribuna da Imprensa n° 3.184, Rio, RJSexta-feira, 25.10.1963 Sindicâncias do Sequestro dão e
Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – VI
Silva, Bagé, 11.12.2024 Continuando engarupado na memória: Jornal do Brasil n° 224, Rio de Janeiro, RJ Quarta-feira, 25.09.1963 Lei das Selvas T
Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – IV
Bagé, 06.12.2024 Continuando engarupado na memória: Jornal do Brasil n° 186, Rio de Janeiro, RJSábado, 10.08.1963 Lacerda diz na CPI que Pressõessã
Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – III
Bagé, 02.12.2024 Continuando engarupado na memória: Jornal do Brasil n° 177, Rio de Janeiro, RJQuarta-feira, 31.07.1963 JB na Mira O jornalista H