Quinta-feira, 14 de julho de 2022 - 10h28
Bagé, 14.07.2022
Mais uma vez tenho a honra de repercutir um
artigo de meu Mestre Higino Veiga Macedo, editado em março de 2012.
O EQUÍVOCO DO GEN
ADEMAR
(Cel Eng
Higino Veiga Macedo)
Somos um instrumento do
Estado brasileiro a serviço do governo eleito democraticamente.
(General Adhemar da Costa Machado Filho)
O
nosso general, por ter passado muito tempo no CComSEx perdeu o tino de
combatente; aliás não lhe era muito o forte essa vocação. Ele foi aspirado ao “status quo” pelo desempenho do pai, este
sim competentíssimo.
Nós
somos instrumento da NAÇÃO BRASILEIRA à disposição do Estado. Todos os
juramentos de praça e de oficias são para a Bandeira do Brasil, símbolo
nacional. Não a símbolo Estatal, Estadual ou outro derivado. Portanto, não é a
“símbolo de governo”, seja
democrático, autocrático, aristocrático, meritocrático... que se faz juramento.
Tomara que a tradição não seja quebrada e espero que dure infinitamente. Se não
houver a assimilação do “ente” NAÇÃO,
as FFAA serão milícias partidárias: SS, SA, NKVD...
Ele,
o General, está redondamente enganado. O general, sim, é produto de governo:
foi promovido pelo presidente, que é o administrador (executivo) ali colocado
por um partido político com programa de governo.
Quem
é escolhido, no sistema presidencialista de modo chamado democrático é o
EXECUTIVO (presidente) e LEGISLATIVO e não o “governo”. O governo é diretriz de partido(s). Tanto que os
intelectuais mandam que se tenha atenção no PROJETO DE GOVERNO dos partidos. Os
“esquerdos”, ou por ignorância ou por
má intenção, colocam tudo num mesmo saco: presidente e governo. Com isso
justifica, como fez o general, ser o governo escolhido pelo povo.
Numa
República, a escolha do presidente infere-lhe duas “serventias”: Executivo e “Chefe
de Estado”. Como executivo, administra; como Chefe de Estado, é o ente
nacional que “representa a nação
organizada” – o Estado. Chefe de Estado é representativo; Chefe de governo
(executivo) é delegação de poder. Não é a Nação.
A
escolha do presidente é democrática, porque se tem liberdade e não ao
contrário. Basta ver os amigos da Dilma: Fidel é eleito pelo povo, portanto
democraticamente, pouco importa se é moral, mas é legal; lá tem liberdade?
Parece que não. Chaves é eleito pelo povo, portanto regime democrático; há
liberdade? Um pouco mais que Cuba. Portanto, a liberdade sempre permite
eleições democráticas (escolha dos administradores); eleições democráticas nem
sempre geram liberdade, como arrotam nosso intelectuais.
O
fato – administrar um ente coletivo – toma o nome de governo; como governa uma
nação organizada, então o presidente administra (governa) o Estado Brasileiro.
Presidente da República (administrador) não é figura nacional, representante da
nacionalidade; não é um Símbolo Nacional.
Por
consequência, ele é só Chefe do Estado e Executivo. Em nenhum documento está
escrito que o Chefe de Estado é o ente Nacional, ou símbolo Nacional. Nem por
filosofia, nem por princípios ideológicos e nem por princípio doutrinário. Se
assim fosse, seria um retrocesso: seria o rei como a nação; seria o chefe de
estado por ser o administrador (executivo). E o espírito liberal se livrou do
rei exatamente por isso não ser verdadeiro: o rei ser o ente nacional. O
iluminismo dividiu o poder do rei com a república em três fatias.
Portanto,
o general, num arroubo “militriótico”
(milico-patriótico), está equivocado: o militar é braço armado da Nação. Não é instrumento de Estado.
Sic
Cogito ([1])
(*) Hiram Reis e Silva é Canoeiro, Coronel de Engenharia,
Analista de Sistemas, Professor, Palestrante, Historiador, Escritor e
Colunista;
Campeão do II Circuito
de Canoagem do Mato Grosso do Sul (1989)
Ex-Professor do Colégio
Militar de Porto Alegre (CMPA);
Ex-Pesquisador do
Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx);
Ex-Presidente do
Instituto dos Docentes do Magistério Militar – RS (IDMM – RS);
Ex-Membro do 4°
Grupamento de Engenharia do Comando Militar do Sul (CMS)
Presidente da Sociedade
de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS);
Membro da Academia de
História Militar Terrestre do Brasil – RS (AHIMTB – RS);
Membro do Instituto de
História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS – RS);
Membro da Academia de
Letras do Estado de Rondônia (ACLER – RO)
Membro da Academia
Vilhenense de Letras (AVL – RO);
Comendador da Academia
Maçônica de Letras do Rio Grande do Sul (AMLERS)
Colaborador Emérito da
Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG).
Colaborador Emérito da
Liga de Defesa Nacional (LDN).
E-mail: hiramrsilva@gmail.com.
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