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Gente de Opinião

Hiram Reis e Silva

Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – XLIV


Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – XLIV - Gente de Opinião

Bagé, 07.03.2025

 

Continuando engarupado na memória:

 

 

Tribuna da Imprensa n° 4.313, Rio, RJ

Terça-feira, 31.03.1964

 

Congresso Apresta-se Para o Desfecho

 

 

Reabrindo seus trabalhos, depois da trégua da Semana Santa, o Congresso viveu, ontem, um dia de grande tensão, sob a expectativa de acontecimentos decisivos na área militar. Às 17h15 de ontem, enquanto ainda chegavam do Rio os últimos deputados, o presidente Mazzilli seguia para São Paulo, aparentemente a chamado do Governador Ademar de Barros. O sr. Mazzilli viajou depois de entender-se com o líder Martins Rodrigues, do PSD, que convocou seus companheiros, da UDN e do PST para uma reunião no gabinete do presidente do Senado, do qual se esperava uma proclamação a ser divulgada ainda na noite de ontem. Tanto o líder Martins Rodrigues como o presidente da Câmara antes de viajar, não escondiam a apreensão com que acompanhavam os acontecimentos. O líder, visivelmente emocionado, surpreendeu os repórteres parlamentares com um desabafo:

 

Golpe de Estado, uma manobra continuísta ainda se poderia conceber: mas o que estão querendo é entregar o País ao comunismo, e isso nós não podemos admitir.

Enquanto o sr. Doutel de Andrade falava para um plenário desatento procurando defender o chefe do governo, a Câmara eletrizava-se com as notícias de Belo horizonte e com boatos e rumores desencontrados sobre a situação militar. A impressão dominante era a de que os acontecimentos haviam tomado um rumo irreversível, devendo atingir um desfecho qualquer antes da madrugada. Nos círculos juscelinistas os porta vozes do ex-presidente confirmavam essa impressão condicionando-a, porém ao discurso do chefe do governo, no Automóvel Clube e à atitude do CGT que estaria disposto a decretar uma greve geral. No entender do sr. Juscelino, as palavras do sr. João Goulart e a eventual moderação dos sindicalistas poderiam permitir que se chegasse ainda a uma composição qualquer ou pelo menos a mais uma protelação do desfecho esperado.

 

O Palácio Contraditório

 

Do Palácio do Planalto chegavam notícias contraditórias. Enquanto os oficiais do Clube Militar admitiam a possibilidade de um recuo do sr. João Goulart, que estaria disposto a “rever em profundidade” as soluções dadas à crise da Marinha de Guerra, a Casa Civil procurava responder às declarações do líder Martins Rodrigues, afirmando que o presidente manteria a sua posição e dizendo que se o Congresso cumprisse o seu papel votando as reformas, a tranquilidade voltaria ao País.

 

Na verdade, porém, a atitude dos oficiais do Gabinete Militar tinha uma base mais sólida na medida em que refletia o estado de espírito da oficialidade do Exército e das demais Armas onde, mesmo nas faixas dadas como mais fiéis ao chefe do governo, estimava-se em 90% a percentagem favorável ao imediato restabelecimento dos critérios existentes da disciplina e da hierarquia militar.

 

Liderança Mineira

 

O manifesto do governador Magalhães Pinto, assim como as notícias de que Minas inteira se reuniria à sua volta, constituindo-se um secretariado interpartidário com a participação dos srs. José Maria Alkmin e Milton Campos, foram, entretanto as notícias que maiores impactos provocaram sobre a Câmara, unindo imediatamente as bancadas federais do PSD e da UDN, para uma ação comum em defesa das instituições. O manifesto circulou de mão em mão, provocando exaltação entre os deputados da Maioria, e abatimento entre os petebistas que começavam a extravasar críticas sobre a maneira pela qual teriam conduzido os acontecimentos determinados setores da esquerda.

 

O sr. Almino Afonso, por exemplo, dizia que o presidente da República não se preparara como devia para enfrentar uma situação como a atual, muito porque acreditava que poderia contorná-la por meio de manobras políticas e de jogos de bastidores.

 

Ao mesmo tempo, o consultor geral da República, sr. Valdir Pires, procurava fazer crer que a mobilização de Minas, São Paulo e outros Estados se devia à política de redescontos do Banco do Brasil, muito mais do que ao problema militar. O sr. Valdir Pires deu-se ao trabalho de entrar em pormenores para convencer os repórteres do Palácio de que:

 

O presidente ia ser deposto porque, traçando o redesconto, estava impedindo os lucros abusivos de determinados setores econômicos.

 

À noite, enquanto a Câmara mantinha-se fechada em face da ausência do sr. Mazzilli, o Senado transformava-se no centro dos acontecimentos reunindo a totalidade dos líderes e parlamentares presentes em Brasília.

Discutiam eles os diversos esquemas de ação possíveis para a defesa da integridade do Congresso enquanto acompanhavam o desenrolar dos acontecimentos nos Estados e na área militar. Segundo informações do Palácio, o sr. Goulart voltaria à Capital ainda na madrugada, ou na manhã de hoje, desde que o permitisse a situação do País.

 

# Em Primeira Mão #

(Hélio Fernandes)

 

A nova crise provocada pelo maquiavelismo de subúrbio do sr. João Goulart e pela sua obstinação em desagregar as Forças Aramadas teve continuidade ontem. O País parou completamente, estarrecido com o impatriotismo do presidente da República e com o terrível impasse que se criou a partir dos graves acontecimentos da quinta-feira santa. O ambiente do Clube Naval continuou o mesmo, já agora revigorado pelas manifestações de apoio e solidariedade recebidos da FAB e do Exército.

 

O presidente e diretores do Clube Militar estiveram no Clube Naval às 17h00, manifestando aos bravos oficiais todo o seu respeito e todo o apoio às medidas que vierem a tomar. Com o General Magessi estavam mais de 500 oficiais do Exército.

 

No Ministério da Marinha se sucederam as reuniões, todas com um objetivo desesperado: procurar uma solução para a crise provocada exclusivamente pela cúpula governamental. Os participantes dessas reuniões foram os mesmos de sempre: Paulo Mário, Aragão, Jurema etc. E as soluções também foram as mesmas: nenhuma.

 

Alguns líderes comunistas, assustados com o rumo dos acontecimentos, aconselharam o sr. João Goulart no sentido de executar um recuo tático, punir o almirante Aragão, prender os marinheiros e dar uma espécie de satisfação à Nação. Mas essa solução não agradou a ninguém, muito menos a Aragão e aos marinheiros. A hora em que encerrávamos esta coluna, às três horas da manhã, o próprio Paulo Mário, ainda e surpreendentemente ministro da Marinha, admitia que a demissão de Aragão e a sua punição estavam assinadas.

 

Mas o que se sabia era que o ministro Paulo Mário, muito velho e ingênuo, estava sendo conduzido por Jango para essa solução, que representaria para ele um verdadeiro suicídio. Pois Jango se recusava a assumir a responsabilidade por essa divisão que teria que recair exclusivamente sobre a cabeça do ministro setuagenário. Se o ato do ministro demitindo Aragão tivesse êxito, fosse bem recebido e produzisse frutos razoáveis seria fácil a Jango capitalizar a medida e assumir a sua paternidade.

 

Mas se o grupo que se apossou do governo exigisse a reconsiderarão do ato, nada mais fácil também do que sacrificar o velho ministro e jogá-lo às feras. Tanto isso é verdade, que Jango mandou dois dos seus assistentes militares, por sugestão de Assis Brasil, procurarem os almirantes Guilhobel, que já foi Ministro da Marinha, e Quintanilha dos Santos com um recado da sua parte. Jango avisava a esses almirantes que ficassem “de sobreaviso, pois o presidente poderia precisar deles”. Esse recado tanto poderia representar um convite ministerial, como a tentativa de abrir uma fenda na sólida união dos almirantes.

 

Hoje os oficiais devem se apresentar nos seus navios, pontualmente às 07h30. A intenção de todos é aguardar os acontecimentos e não tomar nenhuma represália contra cabos e marinheiros. Todos os oficiais que estiveram reunidos estes dias no Clube Naval reconhecem que a culpa cabe ao presidente, a Assis Brasil, a Sílvio Mota, a Aragão e não aos marinheiros. E estão dispostos a dispensar a eles o tratamento de todos os dias. Mas estão atentos aos acontecimentos e mais do que nunca unidos e conscientes. Às 07h30, todos se apresentarão. Quanta à saída ou não de Aragão, isso é problema que está entregue ao Almirantado para resolver.

 

Os acontecimentos não se circunscreveram apenas ao Rio, ocorreram também em São Paulo, em Brasília, em Belo Horizonte. Em São Paulo, o centro das atenções é o II Exército, comandado pelo General Amaury Kruel, sólido e unido contra qualquer forma de tentativa golpista.

 

Em Minas, o governador Magalhães Pinto, depois de lançar um novo e fulminante manifesto em defesa da democracia, resolveu inesperadamente refazer o seu Governo e alargá-lo numa espécie de união nacional, nomeando simultaneamente para as diversas Secretarias os srs. José Maria Alkmin, Milton Campos e Osvaldo Pierucetti. Esse fato repercutiu magnificamente em todo o Brasil.

 

Em Brasília os fatos mais importantes foram os pronunciamentos de Martins Rodrigues, “não poderei continuar num partido que apoia a traição nacional”, Antônio Carlos Magalhães e Carlos Murilo, este principalmente pelo fato de representar o pensamento do sr. Juscelino Kubitschek.

 

O Congresso continua discutindo interminavelmente se sai de Brasília, pelo menos temporariamente, para se reunir em Belo Horizonte, no Rio ou em São Paulo. A tendência maior é vir mesmo para o Rio. E a decisão tem demorado mais em virtude da preliminar levantada pelo sr. Auro Moura Andrade, e que se relaciona com uma possível dualidade de Assembleias, representada a segunda por alguns elementos do PTB, que resolveriam, pelo menos assim estão ameaçando, continuar em Brasília como se o Congresso ainda estivesse funcionando lá. Até o momento de fecharmos esta coluna, as reuniões continuavam em Brasília.

 

Ademar de Barros esteve em Belo Horizonte, ontem, viajando em seu avião particular. Permaneceu reunido com o sr. Magalhães Pinto, durante 2 horas e meia, precisamente enquanto se desenrolava no Rio a crise da Marinha de Guerra e o Clube Naval estava reunido, em sessão permanente.

 

Hoje, terça-feira, Ademar seguirá para o Rio Grande do Sul, a fim de encontrar-se com o sr. Ildo Meneghetti. Também compareceu à posse do novo presidente da Associação Comercial de São Paulo, mas não fez nenhum pronunciamento importante, limitando-se a dizer que se mantinha solidário com a atitude do Clube Naval em relação aos acontecimentos da Marinha.

 

Na noite de ontem, Ademar esteve também com o sr. Ranieri Mazzilli, que chegou à capital paulista, às 21h30, depois de viajar às pressas de Brasília a chamado de Jango.

 

O sr. Ranieri Mazzilli que deverá seguir para a Guanabara, possivelmente ainda hoje, após o encontro com o sr. Ademar de Barros, declarou à imprensa que:

 

A Câmara votará as medidas indispensáveis à ordem do País dentro do seu destino constitucional.

 

Finalmente, desmentiu categoricamente que:

 

Seja favorável à mudança do Congresso para a Guanabara, São Paulo ou Minas Gerais.

 

Já se esperava isso da covardia e da dubiedade de S. Exª.

Com a presença do número regimental de assinaturas foi convocado ontem o Clube de Aeronáutica para deliberar sobre o apoio a ser dado aos colegas da Marinha na crise artificialmente provocada por elementos de governo e do Partido Comunista. A reunião se realizará hoje, às 20h00, na sede do Clube, esperando-se um comparecimento recorde.

 

Repercutiu muito bem a nota do Clube Militar. Dura, incisiva, deixando bem claro que os militares não admitirão badernas nem golpes. O que não repercutiu bem: o falto de o General Magessi ter-se aproveitado da oportunidade para pedir ao General Dutra que apoiasse o seu nome para reeleição no clube. O ex-presidente nem quis conversar sobre assunto.

 

O Deputado Antônio Carlos Magalhães fará hoje, em Brasília, um discurso bomba sobre a fortuna de Jango. Com documentos abundantes, o deputado da UDN mostrará que a fortuna de Jango, que era mínima e praticamente inexistente em 1955, transformou-se agora numa coisa fabulosa. Só em terras o sr. João Goulart possui 780 mil alqueires, conforme provará hoje o sr. Antônio Carlos Magalhães.

 

Comentário de Juscelino Kubitschek ontem, depois de receber um “ultimatum” de mais de 40 pessedistas para que se pronuncie imediatamente:

 

Jango está fazendo desprender uma bola de neve comunista. Ou ele é contido agora ou o Brasil será completamente sovietizado.

 

Sobre o Ministério da Guerra corriam ontem as notícias e os boatos mais desencontrados e contraditórios. De meia em meia hora era dada como certa uma “notícia” que logo depois era desmentida. A rigor não se sabe nada de concreto sobre as intenções ministeriais em relação ao general Jair Dantas Ribeiro. A única coisa que se sabe ao certo sobre isso: é que Jango está tão acovardado que no seu discurso aos sargentos chegou à suprema humilhação de revelar publicamente um elogio que o ministro lhe fez (mas fez mesmo?) em particular.

 

# Jango Desiste de Intervir em Minas #

 

O Governo Federal empreendeu um recuo, desistindo da intervenção em Minas Gerais, de que havia cogitado, seriamente, após a divulgação do manifesto do Governador Magalhães Pinto, em que o líder mineiro acusa o sr. João Goulart de estar conduzindo o País à anarquia. A desistência foi anunciada pelo procurador-geral da República, sr. Valdir Pires, ao reconhecer que “nada havia de inconstitucional no documento divulgado pelo Governador de Minas”. Enquanto isso, o processo da crise prosseguia nos debates do Congresso e nas reuniões entre líderes das diversas correntes políticas brasileiras. “Não se trata, agora, de simples episódio interno de disciplina” – advertiu MP. [...]

 

Magalhães Acusa JG e Apoia a Marinha

 

É este o manifesto em que o Governador Magalhães Pinto atribui ao Presidente João Goulart as razões da Crise da Armada:

 

O apelo dirigido à Nação pela Marinha de Guerra do Brasil não pode deixar de repercutir no espírito dos responsáveis pela sobrevivência da ordem democrática em nosso País. Não se trata, agora de simples episódio interno da disciplina que precisa ser mantida naquele setor das nossas Forças Armadas. Muito mais do que isso, estão em causa os próprios fundamentos do regime democrático, que tem nelas os elementos específicos de sua segurança. Traduzindo princípios geralmente consagrados e enraizados nas tradições da nossa organização política, a Constituição brasileira caracterizou as Forças Armadas como instituições nacionais na base da disciplina e da hierarquia, para finalidade de defenderem a Pátria e garantirem os Poderes constituídos, a ordem e a lei.

Se por influência de inspirações estranhas e propósitos subversivos, são comprometidas a hierarquia e a disciplina, sem as quais elas não sobrevivem, tem as Forças Armadas não só o direito como também o dever de pugnar pela sua própria integridade pois de outra maneira não cumprirão o pesado e glorioso destino que a Constituição lhes assinala.

 

Por isso, atendemos ao apelo da Marinha Brasileira e lhes damos, nesse momento delicado a nossa solidariedade, que sobretudo exprime, estamos certos, a solidariedade do povo mineiro, nos seus anseios de ordem, de progresso e de paz.

 

Não apoiaríamos nunca qualquer movimento que viesse apenas agravar a intranquilidade dos brasileiros, já tão angustiados de aflições, que embaraçasse a marcha acelerada em que deve caminhar o nosso desenvolvimento social, econômico político, que perturbasse o clima de paz que o povo necessita para realizar trabalho de cada tarefa do bem comum.

 

A nossa posição continua a ser pelas reformas, sem as quais o povo não conhecerá o bem-estar e não conseguirá superar a estagnação e o atraso. Não podemos permitir, entretanto, que as reformas sejam usadas como pretexto para ameaças à paz pública e, através da inquietação e da desordem, um processo de erosão do regime democrático.

 

Reformas, sim, e urgentes mas dentro da democracia, porque fora da democracia perecerão as inspirações cristãs e populares que as devem orientar. As radicalizações ideológicas, sobretudo quando a ideologia inspiradora é incompatível com o que há de mais entranho na formação do povo brasileiro, só podem contribuir para embaraçar ou retardar as reformas democráticas. Porque as desejamos sinceramente, não as queremos ser substituídas, afinal, pela simples e sinistra implantação de sistemas despóticos. Contra isso brada a formação do povo mineiro, que tem como seu ponto mais alto o amor à liberdade.

Nossa atitude, neste momento histórico, não representa senão o dever de nos inclinarmos aos imperativos dessa vocação. E Minas se empenhará com todas as suas forças e todas as energias do seu povo para a restauração da ordem constitucional comprometida nesta hora.

 

(*) Hiram Reis e Silva é Canoeiro, Coronel de Engenharia, Analista de Sistemas, Professor, Palestrante, Historiador, Escritor e Colunista;

 

Link: https://youtu.be/9JgW6ADHjis?feature=shared

 

Campeão do II Circuito de Canoagem do Mato Grosso do Sul (1989);

Ex-Vice-Presidente da Federação de Canoagem de Mato Grosso do Sul;

Ex-Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA);

Ex-Pesquisador do Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx);

Ex-Presidente do Instituto dos Docentes do Magistério Militar – RS (IDMM – RS);

Ex-Membro do 4° Grupamento de Engenharia do Comando Militar do Sul (CMS);

Ex-Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS);

Membro da Academia de História Militar Terrestre do Brasil – RS (AHIMTB – RS);

Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS – RS);

Membro da Academia de Letras do Estado de Rondônia (ACLER – RO);

Membro da Academia Vilhenense de Letras (AVL – RO);

Membro do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós (IHGTAP)

Comendador da Academia Maçônica de Letras do Rio Grande do Sul (AMLERS);

Colaborador Emérito da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG);

Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional (LDN);

E-mail: hiramrsilva@gmail.com

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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