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Hiram Reis e Silva

Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – XXXI


Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – XXXI  - Gente de Opinião

Bagé, 05.02.2025

 

Fuzileiros Exigem Queda de Aragão. (Tribuna da Imprensa n° 4.288)

 

Continuando engarupado na memória:

 

 

Tribuna da Imprensa n° 4.288, Rio, RJ

Sábado, 29.02.1964 e Domingo, 01.03.1964

 

Comício da FPN em São Paulo foi Fracasso

 

 

São Paulo [Sucursal] – A Frente de Mobilização Popular realizou na noite de ontem, no Centro do Professorado Paulista, um comício pelas reformas pregadas pelo presidente João Goulart e de protesto aos últimos acontecimentos registrados em Belo Horizonte. Os principais oradores foram os deputados Paulo de Tarso e Almino Afonso. Muito embora durante a tarde carros com alto-falante tenham percorrido todas as ruas de São Paulo convidando o povo para comparecer à concentração, os resultados não foram satisfatórios sendo reduzido o número de participantes Os deputados Paulo de Tarso e Almino Afonso, em seus discursos, responsabilizaram a reação pelas agitações que se vêm registrando no País.

 

Concentração em BH Pela Democracia

 

Belo Horizonte [Sucursal] – “Dar as mãos antes que seja tarde” – é o “slogan” adotado pela “Corrente Telefônica da Democracia”, visando a um comparecimento sem precedentes à concentração do dia 3 próximo, no Teatro Francisco Nunes. Ainda continuam repercutindo os acontecimentos do dia 25, enquanto que os democratas articulam a sua posição. Segundo o sr. Saturnino Alves Mala, União dos Varejistas:

 

Como não poderia deixar de ser, Minas deu, naquele dia, mais uma vez ao Brasil, o que dela se esperava, isto é, o exemplo de virilidade e de determinação. O mineiro é calmo, é tranquilo, é político, mas, antes de tudo, é democrata.

 

Nota Oficial

 

Os vereadores Belo Horizonte a distribuíram a seguinte nota sobre a posição de defesa democrática adotada por Minas. Diz o documento:

 

A Câmara Municipal de Belo Horizonte, por intermédio de seus representantes, leva ao conhecimento da população que está solidária com os Deputados Abel Rafael Pinto, Aníbal Teixeira, Atos Vieira de Andrade e José Maria Magalhães, Drs. Josafá Macedo e Orlando Vaz Filho, prefeito de Belo Horizonte, Sr. Jorge Carone Filho, nas lutas contra movimentos de cunho comunista que venha a ter por palco nossa cidade, louvando, a atitude firme que tiveram na defesa dos postulados democráticos e dos sentimentos cristãos de nossa população.

 

# Fuzileiros em Articulações Contra Aragão #

 

Inconformados com a nenhuma cobertura até oferecida pelo almirante Aragão, que lhes deu ordens de acompanhar o deputado Leonel Brizola na aventura do dia 25, em Minas, fuzileiros navais passaram a forçar a substituição do comandante de corporação, com o apoio dos oficiais da Armada que, velada ou ostensivamente, perseguem o mesmo objetivo. Ambos os setores viram no recuo do almirante Aragão um “gesto de extremo covardia”, uma vez que foi ele próprio o “autor intelectual da participação dos fuzileiros nos acontecimentos de Belo Horizonte, para os quais mandou liberar armas militares, para depois abandoná-los à próprio sorte, depois de mandar prender o grupo e apontá-lo à execração”. A disposição dos Fuzileiros, de renegar e derrubar o comandante do CFN, está sendo manifestada em sucessivas reuniões, de que participam, inclusive, Oficiais Superiores. Fala-se, até, na divulgação de manifesto que já estaria circulando, a partir de ontem, na Ilha das Cobras e nas demais unidades da corporação. A nova crise na Marinha envolveu, de saída, quase a totalidade dos graduados, que esperavam de Aragão uma atitude de apoio à ação dos fuzileiros a qual no fundo, teve a produzi-la o próprio dedo do comandante, quando ocorreu exatamente o contrário: antes que o almirante Sílvio Mota aproveitasse a chance para “degolá-lo”. Aragão apressou-se em sacrificar os seus próprios companheiros.

 

Inquérito

 

Enquanto isso, o Almirante José Luís da Silva Júnior, chefe do Estado-Maior da Armada, aguarda resposta ao ofício que enviou à Secretaria de Segurança de Minas Gerais, para à base desse documento abrir o inquérito visando à apurar as irregularidades. O ofício pede esclarecimentos sobre o armamento apreendido, a identidade dos militares detidos e as razões porque foram soltos.

 

Tribuna da Imprensa n° 4.293, Rio, RJ


Sexta-feira, 06.03.1964


Jango Tenta Outra vez Intervir na Guanabara

 

O governo Federal esteve na iminência de decretar a intervenção na Guanabara, em represália à decisão do Governador Carlos Lacerda em requerer a falência do Banco do Brasil pela recusa em descontar cheque para pagamento do pessoal da Polícia Militar. A minuta do decreto foi exibida pelo ministro Abelardo Jurema a um grupo de jornalistas, em seu gabinete, na tarde de ontem. A resolução, adotada numa reunião de que participaram 22 generais, não foi consumada em face das notícias de que o sr. Carlos Lacerda recuara do que o ministro da Justiça considera uma “tentativa de levar o País à falência”.

 

Não Pensou

 

Mais tarde o sr. Abelardo Jurema desmentiu que o governo federal estivesse pensando em intervir na Guanabara em consequência da petição apresentada pelo procurador Eugênio Stguaud propondo a falência do Banco do Brasil pela recusa de um cheque ao governo da Guanabara. Disse que, se o ato do Governador da Guanabara, que classificou de “debochativo”, houvesse sido praticado por qualquer homem de bem ou por “qualquer chefe de Estado responsável, consequente e equilibrado” seria motivo para intervenção “pois alarmaria a Nação com consequências previsíveis para a economia do País”. [...]

 

Citação

 

Um oficial de justiça entregará hoje à tarde, ao sr. Nino Medina Coeli, presidente do Banco do Brasil, uma citação expedida pelo juiz Áureo Bernardes Carneiro, da 16ª Vara Cível, intimando aquele banco oficial a descontar, no prazo de 24 horas, o cheque de Cr$ 785 milhões, destinado ao pagamento da Polícia Militar da Guanabara, ou então a apresentar a sua defesa, dentro do mesmo espaço de tempo. Porta-voz do gabinete do procurador geral do Estado da Guanabara, sr. Eugênio Sigaud, informou ontem à “Tribuna” não ser verdadeira a notícia publicada por um matutino carioca, segundo a qual a Procuradoria Geral do Estado, recebendo ordens do Governador Carlos Lacerda, mandara sustar o processo de falência do Banco do Brasil.

 

Notícia

 

De acordo com a notícia agora desmentida, o procurador geral Eugênio Sigaud, que somente ontem retornou de Brasília, telefonara ao escrevente Pedro, da 16ª Vara Cível, na quarta-feira, solicitando a paralisação “até segunda ordem” do processo contra o Banco do Brasil. A notícia dizia ainda que o procurador Eugénio Sigaud, ao pedir a sustação do andamento do processo, alegara ter recebido instruções do Governador Carlos Lacerda neste sentido, pois fora firmado um acordo entre o Estado e a União, decidindo o assunto. O porta-voz do gabinete do procurador geral do Estado disse que o escrevente Pedro telefonou ontem para a repartição, desmentindo que houvesse fornecido aquela informação e declarando-se muito aborrecido com o ocorrido.

 

 (*) Hiram Reis e Silva é Canoeiro, Coronel de Engenharia, Analista de Sistemas, Professor, Palestrante, Historiador, Escritor e Colunista;

 

Link: https://youtu.be/9JgW6ADHjis?feature=shared

 

Campeão do II Circuito de Canoagem do Mato Grosso do Sul (1989);

Ex-Vice-Presidente da Federação de Canoagem de Mato Grosso do Sul;

Ex-Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA);

Ex-Pesquisador do Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx);

Ex-Presidente do Instituto dos Docentes do Magistério Militar – RS (IDMM – RS);

Ex-Membro do 4° Grupamento de Engenharia do Comando Militar do Sul (CMS);

Ex-Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS);

Membro da Academia de História Militar Terrestre do Brasil – RS (AHIMTB – RS);

Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS – RS);

Membro da Academia de Letras do Estado de Rondônia (ACLER – RO);

Membro da Academia Vilhenense de Letras (AVL – RO);

Membro do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós (IHGTAP)

Comendador da Academia Maçônica de Letras do Rio Grande do Sul (AMLERS);

Colaborador Emérito da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG);

Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional (LDN);

E-mail: hiramrsilva@gmail.com

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