Terça-feira, 13 de dezembro de 2022 - 06h05
Bagé, 13.12.2022
Mais
uma vez tenho a honra de repercutir um belo artigo de meu caro Amigo, Irmão e
Mestre Higino Veiga Macedo, editado em 04 de dezembro de 2022.
Repetição da História
(Por Higino Veiga Macedo)
Há um
pensador ([1])
que afirmou: “Um povo que não conhece sua
história está fadado a repeti-la”. Eu complementaria: “um povo que não conhece a história universal poderá repetir erros
alheios”.
O
Brasil, desde outubro vive um drama. Eleições fraudadas, evidente em qualquer lógica
primária do sistema eleitoral e por posicionamento de autoridades – “eleições não se vence, se toma”. Há um
halo de medo e covardia. E esse Brasil já foi cantado em livros como “A Nação que salvo a si mesmo”.
E foi
salvo por suas Forças Armadas. E novamente espera dela outra salvação. E qual
a lógica de uma nação ser salva e ou vigiada pelas suas Forças Armadas? A lógica
está em acontecimentos registrados pela história mundial recente.
Mas
antes algumas considerações. Forças Armadas, que a mim, após a criação do Ministério
da Defesa é apenas Força Armada administrada por aquele.
É como
o Exército: composto de Infantaria, Cavalaria e os Apoios. Tudo vira um sistema
de Forças. A FA é um instrumento nacional. Não é Estatal e nem Governamental.
Assim, qualquer “poder governamental”
que queira oprimir o povo, cabe a ela acudir em socorro. E por final, a muito
santificada Constituição Federal só será por ela defendida se tal Constituição
não for manipulada por setores governamentais e ou facções infiltradas nos
partidos ideológicos durante os aparelhamentos administrativos dos três
governos: executivo, legislativo e judiciário.
Mas a
história recente mais marcante de exploração de um povo, com a covardia de suas
FFAA, vem da Rússia. O marxismo, que é puramente alemão, gerou um bando de
terroristas russos. Pela debilidade de uma monarquia corrupta, ao término da
Primeira Grande Guerra, restou uma tropa débil e fraca, comandada por oficiais
cooptados e fracos, infiltrada pelas novidades ideológicas. Promessa do Éden.
1917 – Outubro
– “Revolução de Outubro”; ou “Bolchevique”; ou “Segunda Revolução”. Insurreição armada organizada pelos
bolcheviques contra o governo; Trotsky à frente do Comitê Militar
Revolucionário (trabalhadores, soldados e marinheiros armados) toma o Palácio
de Inverno, onde estava instalado o Governo Provisório.
Conseguiram
uma guerra civil e a implantação de um novo marxismo mais complexo que o
marxismo de Marx – o comunismo. Na oportunidade Lênin cria a transição do
socialismo para o comunismo chamando-o de ditadura do proletariado.
Pela
covardia dos comandantes de suas Forças Armadas seu povo amargou centenas de
milhares de mortes, torturas, roubos e campos de concentração - GULAG ([2]).
O povo vai a holocausto, dirigido por socialistas internacionalistas e umas
Forças Armadas de líderes covardes.
A
Primeira Grande Guerra gera o monstro soviético. E permite que ainda a Alemanha
gestar outro monstro – o Nazismo. Na Alemanha sai uma monarquia, cria-se uma
república de fachada e cai numa ditadura socialista. Um líder promete a volta
dos tempos ancestrais, com a raça pura. O Exército se orgulha de ser ultra
disciplinado e é dominado por políticos inescrupulosos. A Alemanha, arrasada na
Primeira Grande Guerra, provoca a Segunda Grande Guerra. O povo alemão vai ao
holocausto dirigidos por socialistas nacionalistas... E pela covardia de suas
FFAA, orgulhosamente disciplinada, que permitiu sua Constituição ser manipulada
por ideologia espúria. Importante: os oficiais não eram nazistas e nem foram
cooptados, mas omissos por serem disciplinados. Confundiram disciplina com
subserviência.
Na
mesma gestação de socialismo alemão, a Itália gesta outro socialismo nacionalista:
o Fascismo. O caminho foi o mesmo da Alemanha: monarquia, república para
cumprir um “faz de conta” e uma
ditadura. FFAA sem líder, mas aqui cooptado, permitiram a Primeira Grande
Guerra, liderados pelos alemães... Entregaram a Pátria a outro povo.
E bem
mais recente, com os socialismos mortos, os comunismos desmoronados, a nossa
vizinha Venezuela cai na esparrela: um coronel, comunista e infiltrado, prometendo
o éden, como sempre, vence uma eleição manipulada, coopta o Judiciário e todas
as FFAA já infiltradas. Como os demais líderes ideológicos, levanta a bandeira
da ancestralidade: ressuscita Simón Bolívar. E intencionalmente mistura o
pensamento de Bolívar com o socialismo: Bolívar foi um liberal, praticante da Arte
Real, que cavava masmorras ao vício. Jamais seria socialista. Era sim Patriota
e antimonarquista.
Mas a Venezuela
hoje é exemplo de miséria e fome. Suas FFAA simplesmente são dominadas por
ideólogos civis que erradicaram seus poderes. “O poder do líder bolivariano na Venezuela se baseia no exército e nas
milícias, um corpo de um milhão de pessoas treinadas com vassouras e rifles
[...]” – Milícia, o exército popular a
serviço de Maduro |Internacional| EL PAÍS Brasil (elpais.com). O
povo venezuelano está em holocausto por covardia de suas FFAA.
Como se
viu acima, e repetindo um adágio antigo: “a
novidade é a história que não foi lida” tudo está a se repetir.
O
Brasil corre sérios riscos de ser presidido por um ladrão, cuja pena foi
revisada por um sistema judiciário cooptado e que toma decisões extra e supra
constitucionais vê seus líderes militares se encolherem fundamentos em falsa
DISCIPLINA e falso RESPEITO à Constituição. Erram duas vezes:
1) Disciplina não é submissão cega à qualquer
autoridade e
2) a guardiã da Constituição é a Força
Armada que a defende e, diretamente, ao POVO, da tirania de ideológicos por
terem feito um juramento frente à Bandeira Nacional e não bandeira
governamental.
Há um
acontecido na Prússia (Alemanha, hoje) que reflete bem a obrigação de oficiais
serem guardiães da honra de seu povo. Em uma batalha, um batalhão foi dizimado...
O comandante, Major, foi a Conselho de Guerra... No seu depoimento o Major disse
que cumpriu todas as ordens emanadas e, portanto, não era responsável pelo fracasso.
Então o presidente do Conselho de Guerra lhe retrucou: “Major, o Príncipe lhe fez Major e comandante para, na sua maturidade,
saber quando NÃO CUMPRIRI UMA ORDEM”. Espero que não tenhamos que reavivar
a ORDEM DA PENA BRANCA para identificar COVARDES, em nossas Forças Armadas.
“White
featcher”, pena branca, é o símbolo da covardia. Provém da lenda de que uma
pena branca na cauda de um galo de briga é sinal de degenerescência e fraqueza.
(SILVA).
Espero
que a eleição de 02.10.2022, no Brasil, não seja a Revolução de 17 de outubro
de 1917. Porque daí, eu teria que repetir Cleide Canton: ([3])
Tenho
vergonha da minha impotência,
a
minha falta de garra,
das
minhas desilusões
e
do meu cansaço.
Não
tenho para onde ir
pois
amo este meu chão,
vibro
ao ouvir meu Hino [...]
Penas Brancas
https://www.gentedeopiniao.com.br/colunista/hiram-reis-e-silva/a-terceira-margem-parte-iii
(*) Hiram
Reis e Silva é Canoeiro, Coronel de Engenharia, Analista de Sistemas,
Professor, Palestrante, Historiador, Escritor e Colunista;
Campeão do II Circuito de Canoagem do Mato Grosso do
Sul (1989)
Ex-Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA);
Ex-Pesquisador do Departamento de Educação e Cultura
do Exército (DECEx);
Ex-Presidente do Instituto dos Docentes do Magistério
Militar – RS (IDMM – RS);
Ex-Membro do 4° Grupamento de Engenharia do Comando
Militar do Sul (CMS)
Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia
Brasileira (SAMBRAS);
Membro da Academia de História Militar Terrestre do
Brasil – RS (AHIMTB – RS);
Membro do Instituto de História e Tradições do Rio
Grande do Sul (IHTRGS – RS);
Membro da Academia de Letras do Estado de Rondônia
(ACLER – RO)
Membro da Academia Vilhenense de Letras (AVL – RO);
Comendador da Academia Maçônica de Letras do Rio
Grande do Sul (AMLERS)
Colaborador Emérito da Associação dos Diplomados da
Escola Superior de Guerra (ADESG).
Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional (LDN).
E-mail: hiramrsilva@gmail.com.
Galeria de Imagens
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