Segunda-feira, 4 de março de 2024 - 08h15
Bagé,
04.03.2024
Relatos
Pretéritos – Lagoa Mangueira
Manoel
Ayres de Cazal (1818)
A Lagoa da
Mangueira, que tem 23 léguas de comprido, e quase sempre uma de largo, está
prolongada no intervalo, que medeia entre a costa e a Lagoa Mirim, para onde
deságua na extremidade setentrional por um sangradouro chamado Arroio Taim.
(CAZAL)
José
Saturnino da Costa Pereira (1834)
LAGOA DA MANGUEIRA, – Na Província do Rio Grande do Sul, ao
Sul da Villa de S. Pedro, entre a Lagoa Mirim, e o Oceano, com mais de 20
léguas de comprido, e uma de largo: é o desaguadouro para a Lagoa Merim, o Rio
Taim. Chamam também a esta Lagoa Taquarembó ([1]).
(PEREIRA, 1834)
Domingos
de Araujo e Silva (1865)
Mangueira (Lagoa da –). Grande Lagoa situada entre o Oceano
Atlântico e a Lagoa Mirim, e junto ao Albardão; deságua nesta Lagoa por um
sangradouro conhecido com o nome de Arroio Taim, tem 18 léguas de comprimento
sobre 2 de largura, e era antigamente denominada Saquarumbú. (SILVA)
Joaquim
Manuel de Macedo (1873)
A Lagoa
Mangueira estreita, mas comprida está entre a Mirim e o Oceano. (MACEDO, 1873)
Hilário
Ribeiro (1880)
LAGOA MANGUEIRA: onde está situada a lagoa Mangueira? A
Leste da Lagoa Mirim. Quais são suas dimensões? Tem 119 km de extensão e 13,5,
mais ou menos, de largura nas máximas águas. (RIBEIRO)
Relatos
Hodiernos – Lagoa Mangueira
Josué
Guimarães (1972)
Antes de
partirem, o dia mal clareando, foram levados pelo índio para verem José Mariano
fazendo com que dois cachorrinhos mamassem numa ovelha amarrada num palanque.
Eles não entenderam, mas o índio sabia que era para que se tornassem amigos,
acostumados uns com os outros, assim os cachorros, quando crescidos, cuidariam
melhor dos rebanhos.
Alimento
para eles era só carne cozida. Isso faria com que eles não matassem os borregos
e nem comessem os que fossem atacados pelos caranchos ([2]).
[...]
Quanto mais
perto da fronteira, mais cruzavam com espanhóis de chiripá ([3]),
pele queimada de sol, olhinhos espremidos de índio. Juanito apontava para um
lado e dizia soletrando as palavras “Lagoa
Mirim”. Apontava para o lado contrário e dizia “Lagoa Mangueira”. (GUIMARÃES)
I.
Boris Vinha (2013)
Se sairmos
da cidade de Rio Grande e descermos até o município de Chuí, lá no ponto mais
Meridional do Brasil, nos extasiaremos com as belezas naturais pelo caminho,
como a Lagoa Mangueira e a Lagoa Mirim; é lugar bonito pra ninguém botar
defeito! Campos verdes a perder de vista, dos dois lados da estrada, resquícios
de matas, bois em profusão, e plantações que douram o horizonte com os seus
pendões de vida. Capivaras, jacarés e pássaros, em abundância, passam sem medo
do homem predador, porque ali estão protegidos até por satélite. (VINHA)
Newton
Vilela Junior (2015)
A MAIOR PRAIA DO MUNDO
[...] A
praia começa no Balneário do Cassino, RS, e estende-se até a Barra do Chuí, no
Extremo Sul do Brasil, num total de 220 km. Por ser sua praia uma extensão de
faixa contínua de areia, ganhou o título de maior do mundo. Sabe-se que ela não
é a maior, pois extensões contínuas maiores são encontradas na Austrália, por
exemplo. Esse título permanece talvez por ser ela um lugar fascinante, de
natureza extremamente bela e por ser incrivelmente desabitada. Maior então no
sentido de sua grandiosidade. Os dados que temos sobre essa extensão de praia
são impressionantes. São vários naufrágios, sendo 110 visíveis, muitos deles
datados da época dos Campos Neutrais. Possui em sua extensão quatro faróis e é
considerada um dos lugares mais ermos do Brasil. [...]
O local
também é conhecido pela intensidade dos eventos proporcionados pela natureza,
todos de grandes dimensões. As tempestades, as ressacas, as ondas e as
calmarias, sem falar nas dunas. Tudo é intenso. Lá o vento mostra a sua força e
é conselho dado aos viajantes que pretendem fazer o trajeto de que o façam com
vento soprando de NE, pois com ele impulsionando em outras direções o esforço
poderá ser inútil.
Vários
relatos de aventureiros que desistiram no meio do caminho indicam o vento
contrário como o maior responsável pelo fracasso. A grandiosidade do local faz
com que nossa visão alcance o ponto em que podemos perceber a curvatura da
terra, são os ditos abismos horizontais. (JÚNIOR)
Bibliografia
CAZAL, Manoel Ayres de. Corografia Brasílica: ou Relação Histórico-Geográfica do Reino do
Brasil – Brasil ‒ Rio de Janeiro, RJ ‒ Impressão Régia, 1817.
GUIMARÃES, Josué. A Ferro e Fogo I: Tempo de Solidão ‒ Brasil ‒ Rio de Janeiro, RJ ‒
Editora Sábia, 1972.
JUNIOR, Newton Vilela. Horizontes de Areia: Um Pedal até Chuí Pela Maior Praia do Mundo –
Brasil – São Paulo, SP – Editora Cia do Ebook, 2015.
MACEDO, Joaquim Manuel de. Noções de Corografia do Brasil ‒ Brasil ‒ Rio de Janeiro, RJ ‒
Tipografia Franco-americana, 1873.
PEREIRA, José Saturnino da Costa. Dicionário Topográfico do Império do Brasil
– Brasil – Rio de Janeiro, RJ – Tipografia e Livraria de R. Ogier & C°,
Editores, 1834.
RIBEIRO, Hilário. Geografia da Província do Rio Grande do Sul: Adaptada às Classes
Elementares e Adornada com Mapas Coloridos ‒ Brasil ‒ Pelotas, RS ‒ Carlos
Pinto & Companhia ‒ Tipografia da Livraria Americana, 1880.
SILVA, Domingos de Araújo e. Dicionário Histórico e Geográfico da
Província de São Pedro ou Rio Grande do Sul ‒ Brasil ‒ Rio de Janeiro, RJ ‒
Casa dos Editores Eduardo & Henrique Laemmert, 1865.
VINHA, I. Boris. Contristo Constato o Contraste... ‒ Brasil ‒ Clube dos Autores,
2013.
(*) Hiram Reis e Silva é Canoeiro, Coronel de
Engenharia, Analista de Sistemas, Professor, Palestrante, Historiador, Escritor
e Colunista;
Campeão do II Circuito de Canoagem do Mato Grosso do
Sul (1989)
Ex-Professor do Colégio Militar de Porto Alegre
(CMPA);
Ex-Pesquisador do Departamento de Educação e Cultura
do Exército (DECEx);
Ex-Presidente do Instituto dos Docentes do Magistério
Militar – RS (IDMM – RS);
Ex-Membro do 4° Grupamento de Engenharia do Comando
Militar do Sul (CMS)
Ex-Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia
Brasileira (SAMBRAS);
Membro da Academia de História Militar Terrestre do
Brasil – RS (AHIMTB – RS);
Membro do Instituto de História e Tradições do Rio
Grande do Sul (IHTRGS – RS);
Membro da Academia de Letras do Estado de Rondônia
(ACLER – RO)
Membro da Academia Vilhenense de Letras (AVL – RO);
Comendador da Academia Maçônica de Letras do Rio
Grande do Sul (AMLERS)
Colaborador Emérito da Associação dos Diplomados da
Escola Superior de Guerra (ADESG).
Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional (LDN).
Membro do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós
(IHGTAP)E-mail: hiramrsilva@gmail.com.
[1] Taquarembó: ou
Saquarembó.
[2] Caranchos:
Carcará – Caracara plancus.
[3] Chiripá, subs.
m.: vestimenta usada pelos peões de estância ou camponeses, que consta de uma
peça quadrilonga de fazenda [metro meio], a qual passando por entre as pernas,
é apertada à cintura em suas extremidades por uma cinta de couro ou por um
tirador. Para fazer o chiripá pode-se empregar e usa-se geralmente um poncho de
pala. É vocábulo da América espanhola do Sul. Hoje é pouco usado, sendo mais
aceito na República Argentina. O Visconde de B. Rohan engana-se redondamente
quando diz que os peões rio-grandenses usam o chiripá sobre as calças; pois é
justamente para substituir estas que usam o chiripá, que vai, não sobre as
calças, e sim sobre as ceroulas sendo que alguns nem ceroulas usam, apenas
vestem o chiripá. (CORREA)
Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – X
Bagé, 20.12.2024 Continuando engarupado na memória: Tribuna da Imprensa n° 3.184, Rio, RJSexta-feira, 25.10.1963 Sindicâncias do Sequestro dão e
Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – VI
Silva, Bagé, 11.12.2024 Continuando engarupado na memória: Jornal do Brasil n° 224, Rio de Janeiro, RJ Quarta-feira, 25.09.1963 Lei das Selvas T
Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – IV
Bagé, 06.12.2024 Continuando engarupado na memória: Jornal do Brasil n° 186, Rio de Janeiro, RJSábado, 10.08.1963 Lacerda diz na CPI que Pressõessã
Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – III
Bagé, 02.12.2024 Continuando engarupado na memória: Jornal do Brasil n° 177, Rio de Janeiro, RJQuarta-feira, 31.07.1963 JB na Mira O jornalista H