Sexta-feira, 17 de novembro de 2023 - 06h09
Bagé, 17.11.2023
Apenas
cinco anos volvidos, já de novo temos notícia da comunicação por terra entre as
campanhas da Colônia e a gente da Laguna. Mas desta vez o fato reveste-se duma
importância bem maior. Em carta escrita da Laguna por Francisco de Brito
Peixoto, em 17.08.1722, ao Governador de São Paulo, Rodrigo César de Menezes,
informava aquele grande pioneiro:
Recolhendo-se
a minha gente do Rio Grande trouxeram sete castelhanos, e estes vieram da Terra
Nova (Colônia do Sacramento); e, como me pareceu acerto, remeto a Vossa
Excelência um deles, por nome Roque Zoria, para informar a Vossa Excelência do
que se passa pelas campanhas e na terra nova. Ao meu parecer é muito esperto e
experiente, por assistir sempre na habitação daquelas campanhas. ([1])
Datam desde
então as relações comerciais entre esses homens, que assistiam “sempre na habitação daquelas campanhas”
e os habitantes da Laguna, e por meio deles, os moradores das Minas. O mesmo
Francisco de Brito em nova carta escrita da Laguna, a 18.01.1723, noticiava ao
mesmo Governador que haviam chegado outros castelhanos à vila:
ficando
quatorze no Rio Grande da parte de lá, [do Sul da Barra] com oitocentas reses
esperando licença para se recolherem com o gado nesta povoação a vender, e como
os primeiros que vieram tiveram bom passaporte, o mesmo terão estes outros,
porque tenho presente a recomendação de Vossa Excelência de fazer amizade com
os castelhanos...
e continuava:
Outro
espanhol que, foi para a cidade de Santa Fé, me noticiou este seu companheiro
manifestara aos mercadores da dita cidade a maior facilidade que poderão ter
no negócio com os portugueses nesta povoação pela muita inconveniência e perdas
que tem os ditos mercadores na Terra Nova [Colônia do Sacramento], porque
atualmente lhes estão tomando as fazendas por perdidas os guardas, que são os
soldados castelhanos do Rio de São João, por ordem do Governador de Buenos
Aires...
Observe-se
que os outros espanhóis tinham ficado no Rio Grande, na margem Sul da Barra,
isto é, que haviam seguido o mesmo caminho do roteiro de Domingos da Filgueira.
Terminava a carta dizendo:
Também
me noticiou o dito castelhano traziam muitas mulas e machos para venderem... ([2])
Começaram
assim as grandes remessas de récuas ([3]) cavalares
e muares das campanhas do Sul, pelo caminho da beira-mar para a Laguna, e logo
a construção da estrada, chamada dos Conventos, que ligava aquela povoação a
Curitiba e a São Paulo.
Além do
transporte e venda dos gados, que transformaram desde aquela data o Rio Grande
do Sul num complemento econômico do Brasil mineiro, o Capitão-mor da Laguna
encarregou também os espanhóis do Sul, de aliciar os índios Minuano a favor dos
portugueses e contra os Tape e seus diretores espirituais e comandantes militares,
os Padres da Companhia.
A “cavalaria dos Padres”, que chegava até
as margens da Laguna dos Patos, procurava arrebanhar o gado e fixá-lo junto
das reduções do Uruguai. Francisco de Brito Peixoto, com o auxílio dos
Minuano, propunha-se desviá-lo, ao contrário, para as campanhas do Norte, mais
chegadas ao Mar.
Não se limitou a isto o
previdente pioneiro. Buscou também que aqueles índios ocupassem o Cerro de São
Miguel, situado a Noroeste da costa de Castilhos, e à beira do caminho que
comunicava a Colônia com o Rio Grande. ([4]) Tratava-se
de um ato de posse contra os espanhóis, mas do qual eram instrumentos Roque
Zoria e os seus companheiros.
Para cimentar essa aliança com
os Minuano, o Capitão-mor da Laguna enviava-lhes de presente os mimos que mais
cobiçavam: a erva de congonha [erva-mate] e a aguardente de cana. Mas a verdadeira
aliança, consolidada pelos laços de interesse comercial, mais resistentes que
os ódios de nação, estabelecia-se por essa forma entre portugueses e espanhóis.
O mesmo fenômeno, que se observava na Colônia, repetia-se na Laguna. O comércio
do gado vacum, cavalar e muar, indispensável às Minas atraiu da mesma forma os
espanhóis, para o Norte, como a indústria dos couros e o seu comércio de
exportação os levara irresistivelmente a colaborar com os colonistas. E aqui
como lá, fundava-se, mercê dessas atividades proibidas, uma comunidade marcada
pela clandestinidade.
A seguir,
os habitantes da Laguna baixaram até à Barra do Rio Grande que ocuparam. Os
espanhóis e os portugueses, que habitavam promiscuamente as campanhas próximas,
começaram a alimentar também o comércio de exportação de couros, por aquele
porto e por Castilhos. Quanto mais os Governadores de Buenos Aires dificultavam
o tráfico proibido entre os colonistas e os espanhóis do Prata, mais cresciam
as comunicações e o comércio de exportação pela Barra de Rio Grande e o
transporte das boiadas e das cavalhadas, para a Laguna e daí para as Minas.
Com a
fundação do presídio ([5]) do Rio
Grande e do Forte de São Miguel, em 1737, aumentaram essas relações e com elas
o complicado jogo de interesses que opunham os Minuano ou os Charrua aos índios
Tape, portugueses a espanhóis, espanhóis a espanhóis, e leigos portugueses ou castelhanos
aos Padres da Companhia. As mesmas condições geográficas e econômicas, que
provocaram a formação do gaúcho nas campanhas do Uruguai, repetiam-se no Rio
Grande. Mais do que isso, as circunstâncias políticas de oposição ou aliança
contribuíram para fundir os dois grupos numa mesma entidade social, “sui generis” ([6]). Numa e
noutra campanha, era o mesmo o modo de vida, – a indústria do vaqueiro cujos
produtos trocavam de preferência com os portugueses, pelo mate, o tabaco e a
aguardente; a mesma alimentação na base de carne de vaca; a mesma predominância
do couro na indumentária, nos utensílios e instrumentos de trabalho; e o mesmo
nomadismo dos índios, alheio ao direito de propriedade.
Esse tipo,
cujo viver anárquico escondia uma vontade de realizar-se com plenitude e
independência, tinha de evoluir até as manifestações da emancipação política,
mas obedecendo então a um comjunto de circunstâncias, em que não teve pequena
parte a geografia. Não nos esqueçamos de que as regiões, onde se desenvolveu o
tipo do gaúcho, eram eminentemente propícias à evolução e diferenciação de
grupos sociais. Seja-nos permitido, neste ponto, citarmo-nos a nós próprios:
Em
boa verdade, dissemos nós, quando relanceamos um olhar à parte da Bacia do
Prata que forma a vasta zona fronteiriça entre o Brasil, de um lado, e o
Paraguai, a Argentina e o Uruguai do outro, logo reconhecemos que se trata de
uma daquelas regiões, em que se encontram e combinam as formações geográficas e
os gêneros de vida diferentes, e que, em geografia política, se designam por
zonas políticas ativas, ou zonas de eclosão dos Estados. Ali se defrontam e
conjugam o clima dos trópicos e o da zona temperada; ali, o planalto Meridional
com as planícies platinas; ali a floresta tropical e os campos cerrados com os
pantanais do Paraguai, os matos do Chaco e as pradarias rio-grandenses,
uruguaias e dos pampas; ali a zona do mate com a do quebracho; ali, a
exploração florestal e as culturas tropicais com a pecuária e a cultura dos
cereais e da vinha; a colonização pastoril com a agrícola, a fazenda com a
estância e o “saladero”, e o gaúcho ou o índio das selvas com o sertanejo
crioulo e o colono branco de estirpe ibérica. Quer dizer, todas e as mais
complexas condições de clima, de relevo, de vegetação, de raças, de cultura e
gênero de vida estimulavam a fermentação política de novos Estados.
Mas em parte alguma desse vasto
território, tão marcado pela diversidade dos caracteres geográficos, econômicos
e sociais, o conflito de soberanias entre as duas nações ibéricas, assentes dum
lado e de outro em razões precárias ou falíveis, veio acrescentar a todas
aquelas causas mais um poderoso estímulo político.
Aí, nas
campanhas uruguaias e rio-grandenses, à margem do conflito político, gerou-se
uma comunidade ibero-americana, selada pelos interesses econômicos. Foi a
primeira fase.
Assim como
na Península Ibérica, Portugal e Espanha foram duas nações complementares,
colaborando nos grandes desenvolvimentos da civilização, a que deram origem,
também América portuguesa e espanhola, duplicando aquele fato, formaram duas
partes do mesmo todo, que teve por laço geográfico o Atlântico e a que chamamos
já a Pan-Ibéria clandestina.
Clandestina
desde as origens. Desde os reinados dos Reis Católicos. Os monarcas espanhóis,
temerosos da capacidade de expansão dos portugueses, por infiltração náutica e
comercial, zelosos da sua plena soberania, opuseram-se continuamente e por
ordens muito repetidas à entrada dos seus vizinhos nas índias de Castela e nos
navios que ali se dirigiam. E a mesma frequência das ordens, ao longo dos
séculos, está denunciando a sua inanidade, por via duma fatalidade econômica e
social, contra a qual esbarraram sempre os desígnios da política de Estado.
Nações
complementares de um e de outro lado do Atlântico, essa repetição do fenômeno
assenta, quer na Ibéria, quer na América, na mesma base geográfica. Brasil e
Portugal, considerados como frações de um todo, são as duas vertentes
principais de dois grandes planaltos: lá a meseta ibérica: aqui, o altiplano
andino. A meseta, onde se formara o pastoreio transumante ([7]) e a
mineração e sobre essa base o tipo senhorial de vida, repetiu-se na América
andina, onde abriu, em maior proporção, as largas pistas ao conquistador dos
planaltos auríferos ([8]) e
argentíferos ([9]).
O gênero de
vida do habitante da vertente Ocidental da Ibéria, que fora o comércio marítimo
a distância com base na agricultura e nas indústrias extrativas, prolongou-se
no Brasil, com uma indústria de base agrícola, ‒ o cultivo da cana e o fabrico
do açúcar.
Quer na Ibéria, quer na América,
o espanhol pendeu para um gênero de vida opulento e ostentoso; e o tipo social
para o hidalgo ([10]).
Ao invés, o português propendeu para as atividades e o estilo social da
burguesia. Nunca em Portugal nada que se parecesse, como classe, aos grandes
de Espanha. A arte náutica e o comércio marítimo, até ao século XVII e, durante
o seguinte, a engenharia militar, com todas as suas consequências culturais,
foram, na sua continuidade colonizadora, uma tendência geral da nação,
incluindo a fidalguia, em Portugal.
Esta divergência no gênero de
vida e nos tipos sociais das duas grandes nações ibéricas, que marcam uma
tendência geral, mas não uma regra de verificação constante, teve as suas
consequências naturais na América. Lá onde o espanhol se furtava às atividades
que manchavam seu lustre de senhor e hidalgo, aparecia o luso com a sua
maleabilidade e aptidões múltiplas de burguês. Era e tornava-se o associado
indispensável de pequenas empresas comerciais e industriais. Deslocava-se no
espaço e na profissão com rapidez pasmosa. Muitos desses portugueses
tornaram-se, pelo conhecimento geográfico e a compreensão da economia e da
política, verdadeiros cidadãos da América. Refletiram problemas sociais de
todo o continente. E foi essa superioridade de
conhecimento e consciência, que muito cedo
emprestou impulso continental à expansão e à
formação territorial do Brasil.
Aliás, por toda a parte, na
América espanhola, a colaboração do português foi aceita a contragosto, como
uma espécie de mal necessário, mas sempre olhada com suspeita, quando não
combatida com violência pelos representantes mais zelosos e isentos do Governo
de Madri. Por trás das atividades portuguesas, o espanhol, por via de regra,
vislumbrava a ameaça encoberta ou declarada à soberania nacional; e
considerava com ciúme a prosperidade dos seus vizinhos de Portugal ou do Brasil
em atividades, para as quais ele não tinha propensão.
Se no Peru
os portugueses auxiliaram poderosamente a exploração das minas de prata e ouro,
principalmente das últimas que se praticava, a grandes altitudes, no leito das
correntes de montanha ([11]), não
foi aí que as suas atividades mais se distinguiram, mas sim criando indústrias
extrativas, como a do mate, no Paraguai ([12]); ou
fomentando as de base agrícola, como a do fumo na Venezuela ([13]); ou
estabelecendo uma rede de tráfico terrestre, através das grandes cidades
andinas, ou um sistema de navegação comercial entre os grandes portos do
Pacífico, até ao Chile, para cuja formação demográfica concorreram
notavelmente. ([14])
Mas nenhum
exemplo mais típico que o da Colônia do Sacramento e do seu Território. Buenos
Aires foi, como é sabido, no seu primeiro século, uma cidade luso-espanhola.
Talvez sem o fermento do espírito burguês que os portugueses lhe emprestaram, a
grande cidade do Prata não houvesse tão cedo evoluído até à formação da base
econômica própria e da nação argentina. Di-lo um ilustre historiador argentino:
No es aventurado afirmar que a
eses lejanos colaboradores [portugueses] debemos el rápido incremento de
nuestra capital e hasta la base de nuestra grandeza comercial actual...
Segundo o
autor argentino, foram os portugueses os primeiros a aproveitar e valorizar o
comércio do couro, ensinando aos seus habitantes
donde estaba la fuente de la
riqueza nacional.
e acrescenta:
Durante toda la primera mitad
del siglo XVII la influencia portuguesa no hizo sino afianzarse y preponderar,
y a fuer de justos debemos reconocer que se tradujo en beneficio para la región
rioplatense, cuyos pobladores no hubieron podido subsistir, se ella no hubiera
roto el molde impuesto a las otras regiones de la América, cuya situación y
elementos de vida eran por completo diferentes. ([15])
O historiador argentino
refere-se a seguir, como causa principal destas transformações, à fundação da
Colônia do Sacramento. E se esta, diremos nós, obedeceu na sua origem a razões
de geopolítica, veio a tornar-se com o tempo, uma criação do gênio burguês dos
portugueses. Tanto como limite geográfico, era, na mente dos portugueses, uma
fronteira econômica, onde se defrontavam dois gêneros e dois estilos de vida
diferentes, permitindo um desenvolvimento recíproco de riqueza. A Espanha
oficial considerou esse fato, e não sem razão, como uma grave ameaça à sua já
tão precária soberania política no Prata.
Mas Lafuente Machain referindo-se à Colonia
dirá ainda:
Su vecindad, tan perjudicial
para los derechos territoriales de la corona de Castilla, fue muy beneficiosa
para la naciente Buenos Aires, pues le enseño a apreciar los productos de su
campana y a desarrollar las bases de lo que hoy hace su riqueza... Para los
vecinos de Buenos Aires, bajo el punto de vista económico, fue el principal
acontecimiento de la vida colonial; ellos necesitaban vivir del producto de sus
tierras, única fuente de sus entradas, y ante la imposibilidad de aprovecharlas
por la vía designada por el Rey, se vieran en la necesidad de comerciar con los
portugueses, “por falta de providencias”, como lo dice el Cabildo en carta a S.
M., fechada el II de diciembre de 1699, y para ello nada mejor y más al alcance
de sus manos que la Colonia, con sus vastos almacenes, donde recogían los
frutos de nuestras campanas y entregaban los artículos europeos y los negros de
Angola. ([16])
Se é possível formular este
conceito em relação a Buenos Aires, com maioria de razão se poderá dizer que a
Colônia do Sacramento suscitou a formação dum novo Estado às margens do Prata,
criando o gênero de vida específico, que se tornou a sua base econômica
fundamental, e um tipo social que virá a ter um papel predominante nos
movimentos da sua independência. Não há dúvida que, nos seus começos, o gaúcho
foi contrabandista, desertor ou foragido da justiça. Mas essa amoralidade
filiava-se quase sempre nos absurdos do monopólio da monarquia espanhola, que
privava os seus súditos na América de produtos abundantes e mais baratos; nos
rigores excessivos da disciplina militar, que confinava os moradores ou
soldados portugueses, durante anos seguidos, às muralhas duma Praça; e, quantas
vezes, nos desmandos duma justiça, mais violenta e cruel no castigo, que o
delinquente no crime.
Depois, pouco a pouco, o que era
ilegal legalizou-se: o que fora antissocial tornou-se em fundamento de uma nova
sociedade; e o que fora anárquico, em sólido instrumento da formação de um novo
Estado.
Mas no seu impulso original essa
sociedade foi de inspiração portuguesa. Os portugueses criaram uma indústria,
estranha ao molde econômico da América hispânica, e deram foros de atividades
legítima ao que o Estado espanhol considerava violação de soberania e
contrabando intolerável: o comércio entre lusos e castelhanos na base dos
produtos da ganadaria. Assim dessa Pan-Ibéria clandestina, que se estendeu à
Ibéria e à América, atando e desatando os frouxos laços, que a soberania
política não apertava, só nas campanhas que se estendiam desde o estuário
platino à Laguna, veio a formar-se um tipo social ibérico, ou melhor,
ibero-americano: o gaúcho. Porque acabou então por dissociar-se essa comunidade
em duas formações políticas, o Uruguai e o Estado do Rio Grande do Sul? Longo e
complexo foi esse processo. Mas os tratados e os conflitos armados que se
sucedem desde 1750, até ao equilíbrio final, obedecem à mesma causa: a luta
entre dois coeficientes de densidade social e política e duas forças de gravidade,
ambas de sentido diferente.
Onde dominava o elemento
espanhol e este era mais ou menos solidário, pelas relações de língua e
cultura, com os centros urbanos hispano-americanos mais próximos, o gaúcho
tendeu para a formação dum Estado independente, obedecendo à lei duma
diferenciação muito própria, e à do fracionamento político, esta comum a toda a
América espanhola.
Onde, pelo contrário, dominava o
elemento português, o gaúcho, apesar de ficar distante dos centros urbanos
brasileiros, mas sabiamente nacionalizado pelo afluxo dos casais açorianos,
tendeu pela lei da diferenciação própria e a da unificação política, esta comum
à América portuguesa, a incorporar-se ao Brasil.
Mas tanto a República do Uruguai
como o Estado do Rio Grande do Sul permanecem as duas formações sociais e
políticas, dentro de toda a América, as mais complexamente ibéricas, as mais
representativas das virtudes comuns aos povos da velha Hispânia ([17]): a
hombridade e a fidalguia, temperadas aqui pelo humanismo americano. Uruguai e
Rio Grande do Sul são até hoje as duas grandes criações da Pan-Ibéria. Esse é o
principal fundamento, o mais original e específico da independência da nação
uruguaia entre os povos da América.
Seja como for, quando, em 1735,
ia estalar ([18])
o conflito do Prata, cada uma das nações ibéricas se preparava, em silêncio,
mas com afinco, para partilhar o mais possível essa vasta Terra e Sociedade de
Ninguém. A Espanha urgia assimilar a sua parte, sob pena de comprometer
gravemente o problema da soberania espanhola em todo o Prata. Tal foi a causa
fundamental, ainda que inconfessada, do conflito. (CORTESÂO)
(Adair de Freitas)
[...] Eu sou gaúcho de fato
Sou índio gaudério
Do Sul do país
Tenho orgulho em ser gaúcho
Sou pobre e sem luxo
Mas sou bem feliz.
Eu não ando me queixando
Vivo trabalhando
E a honra conservo
E há gente que até me apedreja
Porque sente inveja
Da vida que eu levo. [...]
Bibliografia:
CORTESÃO, Jaime. Alexandre
de Gusmão e o Tratado de Madrid ‒ Brasil ‒ Rio de Janeiro, RJ ‒ Ministério
das Relações Exteriores ‒ Instituto Rio Branco ‒ Departamento de Imprensa
Nacional, 1956.
DOMINGOS VIEIRA. Grande
Diccionario Portuguez ou Thesouro da Lingua Portugueza – Portugal – Porto –
Typographia de Antonio José da Silva Teixeira, 1873.
(*) Hiram Reis e Silva é Canoeiro, Coronel de
Engenharia, Analista de Sistemas, Professor, Palestrante, Historiador, Escritor
e Colunista;
Campeão do II Circuito de Canoagem do Mato Grosso do
Sul (1989)
Ex-Professor do Colégio Militar de Porto Alegre
(CMPA);
Ex-Pesquisador do Departamento de Educação e Cultura
do Exército (DECEx);
Ex-Presidente do Instituto dos Docentes do Magistério
Militar – RS (IDMM – RS);
Ex-Membro do 4° Grupamento de Engenharia do Comando
Militar do Sul (CMS)
Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia
Brasileira (SAMBRAS);
Membro da Academia de História Militar Terrestre do
Brasil – RS (AHIMTB – RS);
Membro do Instituto de História e Tradições do Rio
Grande do Sul (IHTRGS – RS);
Membro da Academia de Letras do Estado de Rondônia
(ACLER – RO)
Membro da Academia Vilhenense de Letras (AVL – RO);
Comendador da Academia Maçônica de Letras do Rio
Grande do Sul (AMLERS)
Colaborador Emérito da Associação dos Diplomados da
Escola Superior de Guerra (ADESG).
Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional (LDN).
E-mail: hiramrsilva@gmail.com.
[1] “Documentos Interessantes”,
Volume XXXII, página 273. (CORTESÃO)
[2] Ibidem,
páginas 284 e 285. Estas cartas e outras foram citadas e estudadas pelo General
Borges Fortes em “Rio Grande de São
Pedro, Povoamento e conquista”, Rio de Janeiro, 1941, páginas 12 a 19.
(CORTESÃO)
[3] Récua: grupo de cavalgaduras. (DOMINGOS VIEIRA)
[4] O “Mapa que contêm o País
conhecido da Colônia até ás missões...” feito pelo Coronel Miguel Angelo
Blasco e o ajudante João Bento Python, em 1755, contêm o traçado do velho
caminho entre a Colônia e o Rio Grande e por ele se pode ver a importância
estratégica, que então representava o Serro de São Miguel, em relação àquela
passagem. O Barão de Rio Branco mandou fazer em Paris uma boa reprodução deste
mapa, do qual existem cópias em vários arquivos do Rio de Janeiro e dentre
eles, em primeiro lugar, o do Itamarati. (CORTESÃO)
[5] Presídio:
Praça de Guerra. (Hiram Reis)
[6] Sui generis:
singular. (Hiram Reis)
[7] Transumante:
migração periódica do rebanho em busca de melhores pastagens. (Hiram Reis)
[8] Auríferos: que
contem ouro. (Hiram Reis)
[9] Argentíferos:
que contem prata. (Hiram Reis)
[10] Hidalgo: que em
espanhol que significa fidalgo. (Hiram Reis)
[11] Vide EMILIO ROMERO, “Historia
económica y financeira del Peru”, Lima, páginas 164, 165 e 202; José Maria
Valega, “El Vireinate del Peru”,
Lima, página 58; Ricardo Palma, “Tradiciones
peruanas”, Madri, Tomo III, página 55. (CORTESÃO)
[12] Vide TORIBIO MEDINA, “El Tribunal del Santo Oficio de la
Inquisición en las Provincias de la Plata”, Santiago de Chile, página 151 e
LXXIV e LXXX. (CORTESÃO)
[13] Vide ARCILA FARIAS, “Economia
colonial da Venezuela”, Caracas, 1945, página 83. (CORTESÃO)
[14] V. FRANCISCO FRIAS, “História
do Chile, Santiago”, 1947, Tomo I, página 170. Vide igualmente as “Taboas gerais de toda a navegação divididas
e emendadas por D. Jeronimo de Ataide”, atlas português, traçado em 1630,
por João Teixeira, o qual contém os planos hidrográficos dos principais portos
desde as costas Meridionais do Chile até às Setentrionais do Peru atual. Esse é
o primeiro atlas deste gênero com semelhante representação. O original
guarda-se na Biblioteca do Congresso de Washington. (CORTESÃO)
[15] R. DE LAFUENTE MACHAIN, “Los portugueses en Buenos Ayres [siglo XVII]”, Madri, 1931, página
11. (CORTESÃO)
[16] Ibidem, páginas
100 e 101. (CORTESÃO)
[17] Hispânia : nome
dado pelos romanos à região formada atualmente por Portugal, Espanha, Andorra,
Gibraltar e Sul da França. (Hiram Reis)
[18] Estalar:
eclodir. (Hiram Reis)
Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – X
Bagé, 20.12.2024 Continuando engarupado na memória: Tribuna da Imprensa n° 3.184, Rio, RJSexta-feira, 25.10.1963 Sindicâncias do Sequestro dão e
Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – VI
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Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – IV
Bagé, 06.12.2024 Continuando engarupado na memória: Jornal do Brasil n° 186, Rio de Janeiro, RJSábado, 10.08.1963 Lacerda diz na CPI que Pressõessã
Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – III
Bagé, 02.12.2024 Continuando engarupado na memória: Jornal do Brasil n° 177, Rio de Janeiro, RJQuarta-feira, 31.07.1963 JB na Mira O jornalista H