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Gente de Opinião

Hiram Reis e Silva

Terceira Margem – Parte DCLXXIV - Bagé Travessia da Laguna dos Patos – Parte IV


Ponta da Feitoria - Gente de Opinião
Ponta da Feitoria

Bagé, 11.12.2023

 

Professor Hélio um Samurai das Águas

Emprestei ao Professor Mestre de Educação Física do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA) Hélio Riche Bandeira um antigo caiaque, modelo Anaico fabri­cado pela “KTM”, que usei nas provas de águas bran­cas (descidas de corredeiras e quedas d’água) no Mato Grosso do Sul, final da década de 80, quando residia em Aquidauana, MS. O Anaico é um caiaque super-reforçado, mas que se torna um tanto bandoleiro quando recebe vento de popa e ondas de través. No último fim de semana testamos nossas forças partindo da Raia 1 com destino à Ilha do Chico Manoel, perfa­zendo 40 km, num intervalo de cinco horas de ida e volta, sem demonstrarmos cansaço ou perda de ritmo. O primeiro grande Desafio do Hélio, como canoísta, e o primeiro obstáculo que ele teria de vencer era o domínio de um caiaque em águas turbulentas como as da Laguna dos Patos. Há décadas que venho apre­goando que o conjunto canoísta-caiaque tem de ser aperfeiçoado até que se tenha forjado um sistema singular e monolítico. As grandes ondas, os ventos fortes e as rajadas imprevistas, tão comuns na Laguna dos Patos, não concedem ao canoísta tempo suficiente para pensar na melhor maneira de reagir e podem, em uma fração de segundo, provocar um indesejado naufrágio. As reações precisam ser instintivas, rápidas, havendo necessidade de uma grande interação do conjunto canoísta-caiaque com a natureza que o cerca, é fundamental saber interpretar o pulsar das águas e o compasso dos ventos com apurada precisão cartesiana, mas com a alma dócil de um verdadeiro artista. O Pro­fessor Hélio levou a sério os conselhos e treinou duran­te quase três semanas para a desafiadora jornada. A disciplina invulgar do Mestre de artes marciais aliada à sua determinação permitiu-lhe dominar a técnica da canoagem em poucos dias.

Equipe de Apoio

A previsão de ventos fortes durante todo o tra­jeto impediu que o Coronel PM Sérgio Pastl nos apoias­se com seu veleiro Ana Claci. Nosso fiel amigo escu­deiro, porém não nos deixou na mão e o apoio naval foi então substituído pelo terrestre. O Coronel Pastl conta­va, ainda, com o concurso dos destacamentos da Briga­da Militar existentes ao longo do trajeto, da minha par­ceira Rosângela Schardosim, dos novos amigos Pedro Auso Cardoso da Rosa e sua querida esposa Vera Regi­na Sant’Anna Py além dos dois netos do Coronel Pastl Pedro Sérgio Londero Pastl e Brian Pastl Wechenfelder.

Partida de Bagé (16.09.2011)

A Tempestade

(Gonçalves Dias)

[...] Fogem do vento que ruge

As nuvens aurinevadas ([1]),

Como ovelhas assustadas

Dum fero lobo cerval;

Estilham-se como as velas

Que no alto Mar apanha,

Ardendo na usada sanha,

Subitâneo ([2]) vendaval.

Bem como serpentes que o frio

Em nós emaranha, – salgadas

As ondas s’estanham, pesadas

Batendo no frouxo areal.

Disseras que viras vagando

Nas furnas do céu entreabertas

Que mudas fuzilam, – incertas

Fantasmas do gênio do mal! [...]

Saímos de Bagé depois do almoço, do dia 16 de setembro, rumo à Praia do Laranjal, em Pelotas. Conta­tamos o Hélio, por volta das 15h00, já no local de des­tino, e procuramos uma pousada para pernoitar. Os ventos (45 km/h) e ondas superiores a 1,5 m prenun­ciavam sérias dificuldades para o dia da largada.

Partida do Laranjal - Gente de Opinião
Partida do Laranjal

Partida da Praia do Laranjal (17.09.2011)

Partimos às 06h15 enfrentando o mesmo Nor­destão e as mesmas ondas que avistáramos no dia anterior. Felizmente as ondas de proa podiam ser ven­cidas com facilidade pelo caiaque de meu parceiro sem grandes dificuldades técnicas, mas, em contrapartida, exigiam de nós um grande esforço físico. Em condições normais, nossa velocidade cruzeiro é de 4 nós (7,2 km/h), o forte vento de proa, porém, não permitiu que chegássemos sequer aos 2 nós. Depois de 01h15, tem­do navegado apenas três quilômetros e meio, fizemos a primeira parada numa Praia (31°43’15,60” S / 52°11’27,48” O) onde um amistoso e carente “guaipe­ca” se aproximou e foi brindado com um pedacinho de uma barra de cereais. As perspectivas não eram alvissareiras, nesta velocidade chegaríamos a S. Lourenço somente na madrugada do dia seguinte. Descansamos e prosseguimos nossa saga confiando que a meteorologia confirmasse seus prognósticos que anunciavam ventos do quadrante Sul a partir do início da tarde. Passamos pela grande Colônia de Pescadores Z3 [3](31°42’04,06” S / 52°09’17,97” O). Fizemos uma nova parada na Margem Ocidental da Boca da Lagoa Pequena sem verificar qualquer alteração nas condições do tempo. Depois de comunicarmos ao pessoal de apoio nossa localização e reportarmos nossas apreen­sões, partimos rumo à Ponta da Feitoria. A meio cami­nho, uma repentina mudança nos entusiasmou, os ventos abrandaram. A alegria durou pouco e uma chuva extremamente fria nos envolveu. São Pedro de Cafarnaum, o “manda-chuva” batizava o novo canoísta. Aportamos, às 12h30, na Ponta da Feitoria (31°41’36,50” S / 52°02’22,18” O) e novamente uma doce calmaria nos empolgou. Ledo engano, estávamos protegidos pela vegetação da Ponta. Uma pequena capelinha e umas poucas casas de pescadores compunham o bucólico cenário. Depois de mais de seis horas de navegação, estávamos a apenas 21 km de distância, em linha reta, do ponto de partida, um terço do total do trajeto previsto para o 1° dia de jornada. Fotografamos os arredores e animados, partimos. Contornamos a Ponta da Feitoria e nos defrontamos, novamente, com o “Nordestão” que não perdera sua impetuosidade. Depois de navegarmos por mais de uma hora fustigados pelo vento e ondas de Boreste, paramos frente a uma pequena moradia onde residia o seu Fernando. Conversamos com o solitário caseiro que nos contou seu infortúnio, naufragara o pequeno barco e o seu motor de popa estava sem condições de uso. Fernando nos informou que mais adiante encontraría­mos o Sr. Flávio Oliveira Botelho e que ele certamente nos abrigaria. Comuniquei ao pessoal de apoio a mudança de planos, faríamos uma parada intermedi­ária, em decorrência do vento. Partimos para nosso último lance e aportamos junto às belas ruínas da centenária sede da Estância Soteia (31°37’52,31” S / 52°00’57,38” O) mais conhecida como Casarão da Soteia, construído pelos índios Guaranis, nos idos de 1780, e que remonta à época da Real Feitoria de Linho Cânhamo ([4]) embora não tenha sido a sede da mesma. Apesar do triste estado em que se encontram as ruínas, ainda é possível visualizar-lhe o belo terraço ([5]), de frente para a Laguna dos Patos, que lhe empresta o nome. Nenhuma árvore foi plantada na frente voltada para a Laguna para não comprometer a vista a partir do grande terraço.

Em volta do casarão, 5 estoicas paineiras dão um toque especial ao conjunto. Essas paineiras, por serem centenárias, não possuem mais espinhos no caule e galhos mais baixos. Algumas paineiras costu­mam, a partir dos 20 anos de idade, com o engrossa­mento da casca, perder os espinhos inicialmente na parte mais baixa do caule e, com o passar dos anos, a queda se estende às partes mais altas da árvore.

O Padre Francisco faleceu em 1784 e a Feitoria, a partir de sua morte, entrou em franco declínio, tendo em vista a pouca produtividade das colheitas, até ser transferida para São Leopoldo. Seu irmão Paulo Xavier Rodrigues Prates tornou-se mais tarde proprietário da região da cidade de Canguçu, da Ilha da Feitoria e de todo o primitivo Rincão do Canguçu. Reproduziremos, parcialmente, o excelente Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado ao Departamento de História da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em 2010, intitulado: “Na Trama dos Escravos de Sua Majestade: o Batismo e as Redes de Compadrio dos Cativos da Real Feitoria do Linho Cânhamo (1788 – 1798)”, pela professora e historiadora Renata Finkler Johann:

Ponta da Feitoria - Gente de Opinião
Ponta da Feitoria

Do Rincão de Canguçu ao Faxinal do Courita: a Organização da Real Feitoria do Linho Cânhamo

A fundação da Real Feitoria do Linho Cânhamo foi determinada em 28.07.1783, por recomendações do Vice-Rei D. Luiz de Vasconcelos e Souza em carta ao governador da Capitania do Rio Grande de São Pedro, Sebastião Xavier da Veiga Cabral da Câmara. A Feitoria foi de fato estabelecida em 01.10.1783 e o local escolhido para instalá-la foi o Rincão de Canguçu próximo à Serra de Tapes e à Lagoa dos Patos, nas imediações da Vila de Rio Grande.

A escolha por Canguçu levou em conta as facilidades de produção, transporte e escoamento para o Rio de Janeiro. Nesse momento, a Feitoria surge como um estabelecimento diverso dentro da estrutura admi­nistrativa da Capitania. Foi subordinada diretamente às autoridades superiores da Colônia e passou por breves períodos de subordinação a órgãos fazenda­rios locais como a Provedoria e a Junta da Fazenda Real. Para reduzir os gastos, as despesas do estabe­lecimento foram contratadas pelo comerciante José Dias da Cruz que deveria fazer os adiantamentos em dinheiro, recebendo em troca couros extraídos do gado criado na Feitoria para alimento dos escravos e trabalhadores. Dessa forma, ainda que subordinada ao Vice-Rei, financeiramente a Feitoria era também administrada por particulares. Esse sistema teria sido utilizado até o final do século XVIII, quando frequen­tes atrasos dos repasses de dinheiro através do Erá­rio Régio levaram à abolição do contrato e à integra­ção da Feitoria à estrutura fazendária da Capitania.

Nos momentos iniciais do estabelecimento em Can­guçu foi incumbido da organização e administração da Feitoria o Padre Francisco Rodrigues Prates Xavier juntamente com o ajudante Francisco Xavier da Cunha Pegado, o Tenente Antônio José Machado de Morais Sarmento, e os irmãos e soldados do Regi­mento de Bragança João e Mathias Martins, estes últimos com experiência na Europa em lavouras de cânhamo. Vieram ainda um cirurgião, um capelão, um almoxarife e cerca de 36 escravos oriundos da Fazenda de Santa Cruz ‒ Rio de Janeiro, que for­mavam 18 casais, 29 crianças filhos destes, além de 11 escravos e 27 escravas de confisco e um “mole­que” solteiro. Esses escravos teriam seguido junto com o inspetor quando da trasladação do estabele­cimento para a região do Rio dos Sinos ‒ e teriam ficado em Canguçu para posterior transferência 3 casais de escravos e seus respectivos filhos, 11 moleques solteiros e mais 4 escravos pertencentes ao confisco.

Em 1788, o inspetor do estabelecimento, junto com o Coronel Rafael Pinto Bandeira, passou a examinar novos terrenos para estabelecer a Feitoria. Escolhido o local, foi determinada a mudança para o Faxinal do Courita, às margens do Rio dos Sinos. Os motivos da transferência do Rincão de Canguçu para o Faxinal ainda são um tanto controversos, sendo necessário perceber até que ponto a transferência era de interesse estatal – em busca de terras realmente mais férteis e/ou de maior segurança; ou se era fruto de interesses de particulares. O Brigadeiro Rafael Pinto Bandeira, após assumir o governo interino da Capitania – em janeiro de 1784 – passou a interferir diretamente na administração da Feitoria, especialmente dando conselhos sobre a sua transfe­rência.

A justificativa que ele dá a Luís de Vasconcelos para a transferência é a seguinte:

Ainda que Vossa Excelência não me peça informação, nem as sublimes luzes, e grandes conhecimentos de Vossa Excelência necessitarão arbítrio de um pequeno discurso, assim mesmo. Excelentíssimo Senhor, com o mais profundo respeito, sou obrigado a dizer aquilo mesmo que me parece será mais útil e mais seguro para a Real Feitoria. Considero, meu Excelentíssimo, que este importante e novo ramo de comércio fará grande ciúmes a nossos vizinhos. O estabelecimento está muito exposto a primeira mão nesta fronteira, e em tal parte de não poder se defender.

Não será o meu parecer de suspender daquele lugar o que está feito, antes conservar ali mesmo a criação de gado e uma correspondente lavoura; porém o grande estabelecimento, quanto a mim, Excelentíssimo Senhor, deveria ser no centro deste Continente, nas margens do Rio dos Sinos, donde não faltarão nem para o futuro as melhores terras de mato.

Queira a bondade de Vossa Excelência perdoar meu excesso, persuadir-se que nasce do grande desejo que tenho do adiantamento da Real Feitoria, em que Vossa Excelência tanto se interessa e na segurança de um tão importante objeto?

A historiografia tem creditado essa transferência, na maioria das vezes, ao solo infértil que o Rincão do Canguçu proporcionaria à cultura do cânhamo. Outra hipótese acerca dos motivos de transferência seria a de que a Feitoria encontrava-se estabelecida em um local de beligerância, ou seja, um espaço de fronteira que era constantemente ameaçado pelos vizinhos. Sua proximidade com a Vila de Rio Grande, palco de diversas disputas entre portugueses e espanhóis, poderia tomar a Feitoria vulnerável e desprotegida – pondo em risco os avultados investimentos da Coroa.

O inspetor Morais Sarmento e o Brigadeiro Pinto Bandeira visitaram as terras que se tornariam palco da nova sede da Real Feitoria e Luís de Vasconcelos, sabendo que ocorriam permanentes problemas de deserção de funcionários e escravos, acabou cedendo aos conselhos do Coronel Pinto Bandeira e transfere a Feitoria.

A Feitoria seria então transferida para um terreno que ficava junto à Estância do Gravataí, de propriedade do Coronel Pinto Bandeira desde a morte, em 1781, de sua mãe – Dona Clara Maria de Oliveira. A realização efetiva da transferência da Real Feitoria para o Faxinai poderia significar para Rafael uma grande valorização de sua propriedade. Após a aprovação do local, a mudança da Real Feitoria do Linho Cânhamo foi então iniciada em 25.09.1788.

Por motivo de avultadas chuvas, apenas no dia 14.10.1788 é que chega ao Faxinal o inspetor Morais Sarmento que narra a travessia de transferência:

Como sucedesse logo, na passagem desta insignificante travessia da Lagoa ([6]) experimentas as inconstâncias do tempo, foi impossível o vencer-se a referida passagem ao dito porto de São Caetano antes do dia 24.09.1788, em cujo mês embarquei no dito lugar com 18 casais de escravos de Sua Majestade, 29 crianças filhos dos mesmos, 11 escravos de confisco, 27 escravas do mesmo, um moleque solteiro peão do campo, dois feitores e um soldado Dragão do destacamento para aplicar às diligências da manhã, a ferramenta competente e o necessário municio para sustento no decurso da dita marcha; ficando no porto de Canguçu para seguir embarcado 360 alqueires de semente “enssoroada”, alguns canos, ferraria e muitas coisas pertencentes à Real Feitoria, que a sua aplicação podia admitir maior demora.

Em 25.09.1788, dei princípio à dita marcha em que gastei [incluindo seis dias que de forma nenhuma me foi possível caminhar por causa das copiosas chuvas e inundações de campos e rios] o tempo que medeia até 14.10.1788 que entrei neste Faxinal do Courita. (JOHANN)

Carreteiro

(Jayme Caetano Braun)

Nobre cardápio crioulo das primitivas jornadas,

Nascido nas carreteadas do Rio Grande abarbarado,

Por certo nisso inspirado, o xiru velho campeiro

Te batizou de “Carreteiro”, meu velho arroz com guisado.

Leváramos o dobro do tempo previsto para percorrer pouco mais de 30 km e gastamos energia suficiente para percorrer 90 km. O senhor Flávio Oliveira Botelho havia sugerido, inicialmente, que ocu­pássemos uma instalação ao lado do grande casarão e mencionou que precisava tirar um gato morto de lá antes de instalar-nos.

Ao verificar que nossas embarcações eram sim­ples caiaques, o bom homem se comoveu, levou-nos para sua casa e brindou-nos com suas encantadoras histórias e um saboroso carreteiro, permitindo ainda que pernoitássemos nas camas de sua moradia. Na propriedade encontramos uma das mais belas figueiras que já tive a oportunidade de admirar! Segundo o Sr. Flávio, ela ilustra calendários de Pelotas e São Lourenço. Foi uma noite agradável onde tivemos, graças à acolhida do senhor Flávio, a possibilidade de recuperar nossas energias para a empreitada do dia seguinte.

Bibliografia:

 

JOHANN, Renata Finkler. Na trama dos Escravos de Sua Majestade: o batismo e as redes de compadrio dos cativos da Real Feitoria do Linho Cânhamo (1788 - 1798) – Brasil – Porto Alegre, RS – Trabalho de Conclusão de Curso. UFRGS, 2010.


 

(*) Hiram Reis e Silva é Canoeiro, Coronel de Engenharia, Analista de Sistemas, Professor, Palestrante, Historiador, Escritor e Colunista;

 

Campeão do II Circuito de Canoagem do Mato Grosso do Sul (1989)

Ex-Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA);

Ex-Pesquisador do Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx);

Ex-Presidente do Instituto dos Docentes do Magistério Militar – RS (IDMM – RS);

Ex-Membro do 4° Grupamento de Engenharia do Comando Militar do Sul (CMS)

Ex-Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS);

Membro da Academia de História Militar Terrestre do Brasil – RS (AHIMTB – RS);

Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS – RS);

Membro da Academia de Letras do Estado de Rondônia (ACLER – RO)

Membro da Academia Vilhenense de Letras (AVL – RO);

Comendador da Academia Maçônica de Letras do Rio Grande do Sul (AMLERS)

Colaborador Emérito da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG).

Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional (LDN).

E-mail: hiramrsilva@gmail.com.



[1]    Aurinevadas: da cor do ouro e da neve. (Hiram Reis)

[2]    Subitâneo: súbito. (Hiram Reis)

[3]    Colônia de Pescadores Z3: também conhecida como Colônia de São Pedro ou Arroio Sujo, foi fundada em 29.06.1921. Alguns moradores mais antigos afirmam que a família “Costa” foi uma das primeiras a se estabelecer na região personificada pelo casal Olegário e Adelaide Costa. No início eram poucas pessoas e famílias, vivendo em casas de madeira e palha, oriundas de diversas regiões. Na primeira fase, no início do século XX, os moradores eram do Rio Grande do Sul, agricultores de cidades como Piratini, Tapes, Viamão e Rio Grande. Já numa segunda fase, a partir da década de 1950, vieram grupos de Santa Catarina, oriundos de cidades como Laguna, Itajaí, Florianópolis, entre outras. A partir da década de 1960, começaram a vir famílias procedentes de uma Ilha conhecida como “Ilha da Feitoria”, localizada a uma hora de barco da Colônia Z3. Numa fase final, a partir do início da década de 1990, começaram a surgir grupos naturais das periferias urbanas e da zona rural de Pelotas. (Ecomuseu da Colônia Z3)

[4]    Real Feitoria de Linho Cânhamo (1783 - 1789): instalada, em 1783, na região de Canguçu Velho, Município de Canguçu, sob a inspeção do Padre Francisco Xavier Prates, acompanhado de Antônio Gonçalves Pereira de Faria, um Furriel para Almoxarife, quatro Soldados europeus e quarenta escravos de Sua Majestade trazidos do Rio de Janeiro, para trabalhar no cultivo e industrialização das duas plantas têxteis. Estes produtos, na época, eram empregados na fabricação de cabos e velas das embarcações. O nome do Município de Arroio do Padre tem origem em um acidente ocorrido com o Padre Francisco. Conta a tradição que o Padre e seu cavalo foram arrastados pelas águas do Arroio e que ele só se salvou do afogamento porque conseguiu agarrar-se a alguns galhos. Desde então, o local ficou conhecido como Arroio do Padre. (Hiram Reis)

[5]    Terraço: soteia. (Hiram Reis)

[6]    Lagoa: Patos. (Hiram Reis)

Galeria de Imagens

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