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Gente de Opinião

Hiram Reis e Silva

Terceira Margem – Parte DCLXXXIII - Circunavegação da Laguna dos Patos Parte I


Cercanias da Fazenda Vitória - Gente de Opinião
Cercanias da Fazenda Vitória

Bagé, 01.01.2024

 

A verdadeira medida de um homem não se vê na forma como se comporta em momentos de conforto e conveniência, mas em como procede em tempos de controvérsia e desafio. (Martin Luther King)

Nossa proposta para esta “VI Jornada na Laguna dos Patos” era a de realizar a sua Circunavegação, partindo da Varzinha rumo Sul pela Margem Oriental, atravessando-a na altura da Ilha Marechal Deodoro e retornando pela Margem Ocidental desde a Ilha da Feitoria até Ipanema.

Preparativos Finais (12.05.2015)

O Norberto Weiberg e suas filhas Caroline e Anelise passaram em minha residência onde atrelamos o caiaque ao reboque que já carregava o veleiro “Corais”, modelo “Day Sailer”, e nos deslocamos até a Varzinha. No Camping da Varzinha (30°19’19,8” S / 50°54’24,9” O) foi preciso contar com o concurso de um trator para lançar o veleiro n’água.

Colocamos o mastro no “Corais” e montamos o acampamento, por questão de segurança, na praia, em terreno descampado, próximo às embarcações e à nossa carga. Usamos o caiaque como quebra vento para diminuir a força do vento NE, superior a 20 km/h, que golpeou, sem trégua, a barraca durante toda a noite.

Rumo à Fazenda Vitória (13.05.2015)

Propus a construção de duas carretas grandes o suficiente e resistentes o bastante para que se colocasse um lanchão sobre cada uma delas – e a atrelagem de bois e de cavalos na quantidade necessária para puxá-las. Minha proposta foi aceita e eu fui incumbido de levá-la a efeito.
(Giuseppe Garibaldi – DUMAS)

Hoje pela manhã, partimos, por volta das 08h30, com a proa na direção da Ponta do Abreu (30°20’12,1” S / 50°47’44,3” O) e depois de uma breve parada aproamos para a Ponta do Anastácio (30°22’02,7” S / 50°43’46,5” O), limites da Lagoa do Casamento (uma enseada da Laguna dos Patos) palco da memorável manobra levada a efeito por Giuseppe Garibaldi que embora não tenha sido a primeira levada a efeito na história da humanidade, com certeza, sur­preendeu as Força Imperiais.

O profundo conhecimento da História e, em es­pecial, da História da Roma Antiga inspiraram Garibaldi a realizar a épica transposição. As águas da Lagoa do Casamento e do Saco do Cocuruto são bem oxigena­das, e apresentam baixo índice de poluição que pode ser atestado pela quantidade de moluscos que povoam a área. As margens encontram-se em excelente estado de conservação e a vegetação apresenta raros indícios de desmatamento. Logo depois de reiniciarmos nossa jornada, a vela principal do “Corais” rasgou-se total­mente, era um mau sinal, o Comandante Norberto teria agora de contentar-se apenas com a bujarrona ([1]) e o motorzinho de popa para a navegação.

Aportamos a algumas dezenas de metros ao Norte da Fazenda Vitória. A semelhança do terreno, da tomada d’água e de um barracão próximo a mesma induziram-nos ao erro. Acampamos novamente na praia e depois do jantar preparado pelo Comandante Norberto dormimos. O vento, desta feita, dera-nos uma trégua e a noite foi bastante tranquila.

Sr. Jaime de Souza e Cmt Norberto - Porto do Barquinho - Gente de Opinião
Sr. Jaime de Souza e Cmt Norberto - Porto do Barquinho

Rumo ao Porto do Barquinho (14.05.2015)

Andando à beira do Mar da Galileia, Ele viu dois irmãos, Simão, que é chamado Pedro, e André, seu irmão, abaixando uma rede no Mar, pois eram pescadores.
(Mateus 4:18)

Quando partimos, de manhã cedo, avistamos um pescador que recém começara a inspecionar uma de suas redes. Em seu barco 50 quilos de traíras mos­travam que a pescaria noturna fora altamente compen­sadora. O vento Nordeste baixara em mais de 20 cm o nível das águas forçando-nos a empurrar o “Corais” sobre alguns bancos de areias antes submersos. Os avistamentos de enormes bandos de capororocas (Cos­coroba coscoroba) tornavam-se cada vez mais frequen­tes. Tanto o nome científico como o popular lembram o som emitido pela ave (onomatopeia).

O Comandante Norberto perdera-se de mim des­de a última parada. O Sol estava alinhado com minha posição e isso impedia que ele me avistasse, mas, como tínhamos combinado de nos encontrar na Ponta de São Simão, quando lá cheguei encontrei-o. Pedi que ele fosse à frente contatar nosso velho amigo pescador o conhecido o Sr. Jaime de Souza Laguna. Depois de remar 115 km em dois dias mantendo uma média de pouco mais de oito horas de remo diárias eu aportara com tranquilidade no Porto do Barquinho.

Quando lá cheguei apoiado pelo Sr. Jaime e mais dois pescadores arrastamos o veleiro para a mar­gem para poder drenar a água que se infiltrara pela caixa da bolina. O veleiro usado, que meu amigo com­prara, vinha apresentando problemas desde o primeiro dia de navegação. Montamos nossos colchões na casa do Sr. Jaime e deitamos aguardando o fruto de sua pescaria. Como o companheiro tardasse demais acaba­mos adormecendo sem ter jantado.

Farol Capão da Marca - Gente de Opinião
Farol Capão da Marca

Rumo ao Farol Capão da Marca (15.05.2015)

O canal navegável na Lagoa dos Patos segue paralelo à costa Oriental, rumo NE até o Farol Capão da Marca, quando se inflete sensivelmente para o Norte, até o Farol de Itapoã, na Barra do Guaíba. (DNPM)

De manhã empurramos o veleiro para água e partimos aproados para o Farol Cristovão Pereira cons­truído na ponta de idêntico nome.

Ao me aproximar do Banco do Cristovão Pereira avistei dois pescadores que estavam verificando suas redes e enquanto perguntava a eles qual o melhor lu­gar para a passagem do veleiro o Comandante Norber­to já tinha desembarcado e empurrava o “Corais” tranquilamente pelo Banco. Fizemos uma pequena pa­rada, às 10h20, no Farol antes de continuarmos nossa jornada.

Na segunda parada, na Ponta do Cristovão Pereira, estendi meus pertences sobre alguns pinheiros que tinham sido cortados anos atrás. A ação das águas tinha erodido, entre dez e vinte metros, as praias Ocidentais da Ponta Cristovão Pereira e os pinheiros que antes ocupavam a terra firme estavam agora mergulhados nas águas tumultuárias da Laguna.

Quando passei por aqui, no dia 12.04.2011, acompanhado do Professor Romeu Henrique Chala a realidade era outra. Os troncos cortados entrelaçavam suas raízes formando um curioso corredor que lembra­va o esqueleto de ancestral trapiche.

Incrustados nos troncos dos carcomidos pinheiros, graciosos cogumelos com colorido forte, de formato elaborado e peculiar tornavam mais terna, mais viva a imagem daquela tétrica necrópole arbórea. As frutificações daqueles fungos superiores lembravam broas de milho torneadas pelas hábeis mãos de celestiais cozinheiros.

Aportamos no Farol Capão da Marca por volta da 17h20, depois de remar 46 km. Novamente acampa­mos na beira da praia e como as marcas de pneus denunciassem a passagem de veículos por ali provi­denciei a colocação de obstáculos além de deixar o lampião elétrico aceso durante toda a noite.

O Comandante Norberto preparou nosso rancho ao lado do Farol. Após o jantar fomos repousar.

Rumo à Barra Falsa do Bojuru (16.05.2015)

Partimos depois de o Sol nascer. Aproei direta­mente para as formidáveis figueiras fotografadas pelo Comandante Geraldo Knippling no seu livro: “O Guaíba e a Lagoa dos Patos”, onde aportamos por volta das 12h30, depois de ter feito uma parada intermediária.

Depois da rápida parada, dirigimo-nos direta­mente para o Farol do Bojuru onde o Comandante Norberto conseguiu aproximar-se e ancorar com seu versátil veleiro.

Rumamos, então, diretamente para a Barra Falsa do Bojuru onde poderíamos desfrutar das confortáveis instalações da Fazenda do amigo Paulo Santana, previamente alertado pelo Coronel PM Sérgio Pastl. Os funcionários já tinham sido informados de nossa chegada e além das gentilezas habituais, acomodações limpas, banheiro quente e uma lauta refeição a base de peixes ainda conseguiram um trator para arrastar o veleiro até a margem para que a água que penetrara no seu casco fosse devidamente drenada. Eu havia remado 50 km neste dia.

Rumo à Ponta dos Lençóis (17.05.2015)

De manhã, nossos novos amigos empurraram o Veleiro para a água e continuamos nossa jornada en­frentando forte neblina que só veio a dissipar-se por volta das 13h00.

O assoreamento obrigava, volta e meia, o ve­leiro a se afastar da costa e tive de segui-lo para man­ter o contato visual.

Na segunda parada para descanso indaguei de um ribeirinho sobre a localização da Z2, colônia de pescadores a que pertence meu caro amigo José Luís Jardim da Silva, mais conhecido como Zé do Dedé, e ele nos deu algumas dicas de como nos aproximar contornando o Banco de areia que se estende à frente da Z2. Quando cheguei à Z2, estranhei o avançado estado de degradação da antiga residência do Zé.

Não havia viva alma na colônia e tinha sido construído um sobrado próximo às demais que achei se tratar da nova residência de meu caro amigo que tão gentilmente nos acolhera em 2011. Eu tinha remado 40 km, totalizando 251 km na Costa Ocidental.

Relato Pretérito ‒ Saint-Hilaire (1821)

À VISTA DA PONTA DOS LENÇÓIS, 24 de junho [1821], nove léguas. – Esta manhã levantamos ancora e reentramos na Lagoa. Percorremos três léguas, com vento fraco; em seguida sobreveio a calmaria e ficamos largo tempo parados.

À tarde, o vento soprou novamente e nos deixou à entrada do Estreito. Como não se pode entrar, a não ser à vista das balizas, o patrão achou prudente lançar âncora. O dia esteve admirável e quente, a noite está igualmente bela, com o céu estrelado; mas o vento sopra forte demais. (SAINT-HILAIRE)

Rumo à Ilha da Feitoria (18.05.2015)

E é conhecida por Ilha da Feitoria a Ilha de Cangussu, na Lagoa dos Patos, por ter sido nela, por ordem do governo português, estabelecida, em 1785, uma Feitoria para o cultivo do linho, que aí dá de qualidade superior.
(Fernando Luiz Osório)

O Comandante Norberto, através da Carta Náutica, marcou as coordenadas da Ilha Marechal Deodoro no GPS e partimos, encobertos pela bruma, rumo à pequena Ilha artificial. Não é prazeroso navegar sem divisar o continente, sinto falta das praias, do murmúrio dos arroios, das centenárias figueiras, da mata nativa esculpida pelos ventos, das cores das flores dos campos, da beleza invulgar das orquídeas e das bromélias. A névoa durou a manhã inteira e só veio a se desfazer por volta das 13h00.

Depois de navegar 23 km, aportamos na Ilha Mal Deodoro. O cheiro de peixes mortos, descartados pelos pescadores, em decomposição empestava o ar no entorno da Ilha. Fizemos um breve descanso e parti­mos rumo à Estância Soteia na Ilha da Feitoria. Apor­tamos, às 14h00, na Estância Soteia, depois de nave­gar mais 11 km, totalizando 285 km de circuna­vegação. Fui, imediatamente, fazer contato com o “Catarina” (caseiro da fazenda). O Catarina autorizou que acampássemos junto a um tabocal próximo ao trapiche, rebocou o veleiro com um trator para a margem para que se esgotasse a água do porão e permitiu que usássemos o banheiro, um conforto muito especial para humildes marujos.

Depois do banho ficamos conversando com ele, até as 19h00, enquanto o Norberto preparava o jantar. Como havia eletricidade, carregamos as baterias do computador e máquinas fotográficas. Subi em um mourão de cerca para conseguir sinal de celular e aproveitei para convidar minha amada Rosângela Maria de Vargas Schardosim para passar um dia comigo em São Lourenço.

Rumo à São Lourenço do Sul (19 a 20.05.2015)

S. Lourenço – Fundou-a, em 1858, Jacob Rheingantz, na Serra das Taipas, Município de Pelotas, com auxílios do governo. Sua prosperidade tem ido gradualmente em aumento. [...] Os colonos dedicam-se à lavoura e à indústria de criação. A produção agrícola consiste em trigo, centeio, cevada, milho, feijão, batatas, etc. (DANTAS)

Partimos cedo, e aportamos na Pérola da Laguna, “Terra de Todas as Paisagens”, no dia 19.05.2015. A viagem curta (33 km) transcorreu sem maiores alterações, o vento de proa de até 15 km/h não prejudicou por demais a navegação. Consegui, durante a viagem contatar, novamente, a Rosângela que já estava a caminho de São Lourenço do Sul.

Quando nos acercamos da cidade, a Rosângela já nos esperava na Foz do Arroio São Lourenço. Aporta­mos em uma das rampas do Iate Clube de S. Lourenço do Sul, o Norberto acampou nas instalações do Clube e eu e a Rosângela fomos nos hospedar na Pousada da Laguna Apart Hotel.

Foi muito bom poder contar, ainda que por apenas um dia, da companhia da minha querida prenda e desfrutar dos confortos da civilização. Totalizamos até agora 318 km de circunavegação.

Rumo à Fazenda Flor da Praia (21.05.2015)

Despedi-me da Rosângela e partimos antes do alvorecer rumo à Fazenda Flor da Praia, para um tiro longo de 53 km. O veleiro do Comandante Norberto apresentou pane no motor de popa, logo depois de ultrapassar a ponta do Quilombo, e voltou para São Lourenço do Sul. Perdi uma hora e meia ao ter de retornar até o veleiro, carregar o material no caiaque e, em virtude disso, não consegui chegar até a Fazenda Flor da Praia.

Tive de pernoitar, confortavelmente, no Engenho (IRGA) onde fui muito bem recepcionado pelo amigo Jarbas e o caseiro que me cobriram de atenções. Tinha remado mais do que o programado (56 km), em virtude da pane do motor de popa do veleiro, total­zando 374 km de circunavegação.

Helmo de Freitas, o “Carijó Cantador”, nascido na fazenda Flor da Praia, às margens da Laguna dos Patos, Camaquã, foi sempre uma figura destaque nos festivais sulistas. O “Carijó” é pesquisador, letrista, musicista e intérprete de suas próprias composições.

Lago Verde-Azul

(Helmo de Freitas)

Um medo de andar solito

Ouvindo vozes e gritos

E até do barco um apito

Na sua imaginação

Olhos esbugalhados

Do moleque assustado,

Olhando aquele Mar bravo

Ora doce, ora salgado

Num temporal de verão. [...]

Tempos que ainda tinha

O bailado da tainha

Quando o boto vinha

Com gaivotas em revoada

E entre outros animais,

No meio dos juncais,

Surgiam patos baguais

E hoje não se vê mais

Este símbolo da aguada. [...]

Rumo à Arambaré (22 a 24.05.2015)

Parti, às 06h15, para Arambaré onde aportei no Clube Náutico local, às 15h20, depois de deleitar-me com a visão ímpar das inúmeras figueiras ao longo do caminho. Percorrera 48 km desde o IRGA até Aram­baré, totalizando até agora 422 km. Resolvi pernoitar na Pousada Recanto Gipa e convidar a Rosângela para passar o fim de semana comigo na agradável cidade, evitando navegar enfrentando ventos fortes de proa previstos para o sábado e o domingo. Em Arambaré recebemos, no sábado (23), a visita do grande amigo Pedro Auso Cardoso e, no domingo (24), ao ir até o Clube verificar o meu caiaque encontrei os canoístas Rodrigo Ventura Oliveira e Maurício Lima que tinham partido de Jaguarão com destino à Tapes.

No percurso de Jaguarão a Pelotas os dois foram acompanhados pelo meu dileto amigo Antônio Buzzo que acompanhou-nos, na Circunavegação da Lagoa Mirim da Ilha Grande do Taquari até a Ponta do Santiago em janeiro de 2015. (Continua...)

Bibliografia

 

DANTAS, Manoel Pinto de Souza. Relatório Apresentado à Assembleia Geral Legislativa na Primeira Sessão da Décima Terceira Legislatura Pelo Ministro e Secretário de Estado dos Negócios da Agricultura, Commércio e Obras Públicas – Brasil – Rio de Janeiro, RJ – Typographia Perseverança, 1867.

DUMAS, Alexandre. Memórias de Garibaldi – Brasil – Porto Alegre, RS – L&PM Editores, 2011.

SAINT-HILAIRE, Auguste de. Viagem ao Rio Grande do Sul – Brasil ‒ Rio de Janeiro, RJ ‒ Companhia Editora Nacional, 1939.


 

(*) Hiram Reis e Silva é Canoeiro, Coronel de Engenharia, Analista de Sistemas, Professor, Palestrante, Historiador, Escritor e Colunista;

 

Campeão do II Circuito de Canoagem do Mato Grosso do Sul (1989)

Ex-Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA);

Ex-Pesquisador do Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx);

Ex-Presidente do Instituto dos Docentes do Magistério Militar – RS (IDMM – RS);

Ex-Membro do 4° Grupamento de Engenharia do Comando Militar do Sul (CMS)

Ex-Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS);

Membro da Academia de História Militar Terrestre do Brasil – RS (AHIMTB – RS);

Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS – RS);

Membro da Academia de Letras do Estado de Rondônia (ACLER – RO)

Membro da Academia Vilhenense de Letras (AVL – RO);

Comendador da Academia Maçônica de Letras do Rio Grande do Sul (AMLERS)

Colaborador Emérito da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG).

Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional (LDN).

E-mail: hiramrsilva@gmail.com.

Terceira Margem – Parte D



[1]    Bujarrona: vela que se iça no mastro principal e fica presa ao estai de proa. O curioso nome foi dado em função da semelhança com o formato de um bujão que a vela assume ao ser enfunada pelo vento. (Hiram Reis)

Galeria de Imagens

  • Graciosos Cogumelos
    Graciosos Cogumelos
  • Esqueleto de Ancestral Trapiche
    Esqueleto de Ancestral Trapiche
  • Bojuru
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  • Farol Cristóvão Pereira
    Farol Cristóvão Pereira

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