Quarta-feira, 23 de agosto de 2023 - 06h00
(*), Bagé, 23.08.2023
Vamos
repercutir o artigo “A Medicina na Guerra do Paraguai”, da lavra do
honorável médico e historiador Luiz de Castro Souza, não só pela sua
relevância histórica mas, fundamentalmente, em reconhecimento a estes heróis
olvidados da Medicina Militar Brasileira. A obra referenciada foi editada na
Revista de História da Editora da Universidade de São Paulo nos idos de 1972.
A sua biografia
segundo o IHGB:
Luiz de Castro Souza é natural do Estado de Pernambuco,
Brasil, nascido a 24.10.1924, filho do comerciante José Galindo de Souza e Ana
Isabel de Castro Souza. Fez o primário e o secundário em sua terra natal, no
Colégio Sagrado Coração de Caruaru e no Ginásio de Caruaru, respectivamente.
Aluno do curso colegial no Colégio Oswaldo Cruz do Recife e ingressa na
Faculdade de Medicina do Recife vindo concluir o curso no Rio de Janeiro.
Na cidade do Recife colabora na imprensa e é registrado como
jornalista profissional sob o nº 173, na Delegacia Regional do MTIC do Recife.
Publica na revista Tradição artigo sobre o centenário de nascimento da Princesa
Isabel, citando bibliografia e vem revelar seu amor à história e às tradições.
Funda e preside o Centro Tradicionalista Universitário, quando recebe o
Príncipe D. Pedro Gastão de Orleans e Bragança, com destaque e vasta
repercussão na imprensa local.
Sócio Benemérito do Instituto Histórico e Geográfico
Brasileiro – Casa da memória Nacional – e desde sua eleição, em 26.06.1963,
participa e integra à instituição, através de congressos, simpósios, orador
oficial em várias comemorações e na CEPHAS. Já em 21.04.1967 é nomeado pelo
presidente, embaixador José Carlos de Macedo Soares, membro da Comissão Permanente
de Admissão de Sócios e depois eleito, sucessivamente, por mais de duas décadas
para a mesma Comissão. Por Portaria de 12.09.1984 e para cumprimento de normas
é designado médico do trabalho do IHGB, pelo presidente Pedro Calmon. Que cita
seu registro no DNSHT e diz: “Conforme seu desejo e sem ônus para o
Instituto”. Luiz de Castro Souza recebeu as láureas; Prêmio Sociedade
Paulista de História da Medicina de 1973, com o livro “A Medicina na Guerra
do Paraguai”, publicado em São Paulo, 1972, e o Prêmio Literário Cidade do
Recife de 1973, pelo trabalho “O Poeta Maciel Monteiro: de Médico a
Embaixador”, que foi publicado no Recife [PE] em 1975.
Conjuntamente com suas atividades na seara da História
exerceu os cargos médicos na Administração Pública, como chefe da divisão de
Assistência Médica do IAPB [Instituto dos Bancários – AC] em 1960; diretor da
Divisão de Serviços Técnicos do Hospital dos Bancários, hoje Hospital da Lagoa,
em 1964, quando foi exonerado pelo movimento revolucionário e logo depois é
nomeado para o cargo de Diretor da Divisão Hospitalar do Instituto dos
Bancários [Administração Central], onde permanece de 1964 a 1968. Participa do
INAMPS, na mesma comissão, após a unificação dos órgãos de previdência sociais,
até 1970. No Hospital da Lagoa vai exercer os cargos de assessor médico do
Diretor Geral do Hospital, chefe de Serviço Clínico e diretor da Divisão Médica
Assistencial e, finalmente, como Diretor Geral em exercício até a sua
aposentadoria, em 1990.
É sócio efetivo do Instituto de Geografia e História Militar
do Brasil, titular da Academia Carioca de Letras, sócio emérito do Instituto
Histórico e Geográfico do Rio de Janeiro, membro honorário da Academia
Brasileira de Medicina Militar, membro emérito da Academia Brasileira de Administração
Hospitalar, e efetivo do Instituto Brasileiro de História de Medicina.
Pertence a “Société Internationale d’Histoire de la Médecine”, da França
e membro correspondente da “Real Academia de la Historia”, na Espanha,
do “Instituto Histórico y Geografico del Uruguai” e “Academia
Nacional de la Historia”, da República Argentina. Por indicação do
presidente, embaixador José Carlos de M. Soares, é escolhido para saudar o novo
sócio Lycurgo Santos Filho, em 1965, que depois se transformou em norma e praxe
do Instituto.
Assim, mais tarde, foi escolhido
para saudação dos sócios conterrâneos os pernambucanos Flávio Guerra, Leonardo
Dantas Silva, Fernando da Cruz Gouvêa e outros. Sua ligação permanente e
sentimental com Pernambuco é retribuída nas distinções recebidas, como sócio
correspondente do “Instituto Arqueológico Histórico e Geográfico
Pernambucano”, “Academia Pernambucana de Letras”, “Instituto
Pernambucano de História da Medicina” e da “Academia Pernambucana de
Medicina”. Nos dados elaborados e entregues por ocasião do depoimento no
Projeto Memória dos Sócios do IHGB estão relacionados trezentas publicações em
livros, opúsculos, plaquetas e artigos em jornais e revistas. Do Instituto
Histórico, em sua revista e volumes avulsos, contém mais de sessenta títulos,
que somam ao avultado número de artigos impressos na Revista Brasileira de
Medicina, JBM [Jornal Brasileiro de Medicina] e na Academia Brasileira de
Medicina Militar [Congressos, simpósios, boletins oficias e nos “Anais do I
Congresso Brasileiro de Medicina Militar”, 1972 – seu coordenador]. (ihgb.org.br)
A MEDICINA NA
GUERRA DO PARAGUAI
(Mato Grosso)
LUIZ DE CASTRO SOUZA
Sócio efetivo do Instituto Histórico e
Geográfico Brasileiro e Membro titular do Instituto Brasileiro de História da
Medicina.
INTRODUÇÃO
|
O motivo que nos levou a fixar a
Província de Mato Grosso para estudo da Guerra do Paraguai, teve como causa
principal o grande tributo de sofrimento e dor apresentado por aqueles irmãos
brasileiros, que viram o seu território invadido e extensa parte ocupada pelo
inimigo, no período beligerante, como nenhuma outra Província do Império do
Brasil. O Rio Grande do Sul também sentiu a invasão paraguaia, mas por tempo
mínimo e para lá acudiu, e confortou, a presença do Imperador D. Pedro II e seu
séquito, apoiada pelo poderio de nossas Forças.
Mato Grosso ficou à revelia da própria sorte ‒ pela
impossibilidade de socorros imediatos, para escrever lances memoráveis de
heroísmo, resignação e de fé, como oferenda generosa de uma gente simples ao torrão
natal. Outra ideia que orientou as nossas pesquisas foi o esquecimento dado à
Força Expedicionária de Mato Grosso, organizada no Rio de Janeiro [Corte], cuja
constituição mereceu relevante sentido não só de socorro à distante Província,
mas de reafirmação da fraternidade brasileira.
Era a própria nacionalidade presente naquela diminuta
organização militar, composta de amazonenses, cariocas, paulistas, paranaenses,
goianos e mineiros.
A Retirada da Laguna foi o
lance final e glorioso, porém, a marcha da Coluna até atingir aquele ponto, não
foi menos digna de louvores ou menos simbólica para seus integrantes, pelos
sofrimentos e privações, martírio dos mais dolorosos e epopeia dos mais denodados.
Mas, nossa velha indagação era
como se formara a Expedição e seu itinerário, pois, em inúmeros trabalhos,
quando é mencionada, além de serem escassos de informação e documentação, quase
tudo sai truncado, principalmente quanto aos oficiais do Serviço de Saúde
incorporados às Forças; médicos militares que vieram com as guarnições
mineiras e goianas são comumente relacionados na formação da Força
Expedicionária em São Paulo.
O nosso objetivo maior se
concentrou, como não poderia deixar de ser, pela diretriz dada ao trabalho, na
composição do Serviço de Saúde. Procuramos situar os médicos militares em todas
as ações desenroladas em Mato Grosso, uma vez que foram totalmente esquecidos
pelos historiadores, apesar de terem prestado contribuição valiosa. É a própria
História da Medicina Militar, na Guerra do Paraguai, que há muito se espera e
reclama. A prova marcante da atuação dos oficiais médicos é o percentual altíssimo
de mártires do Serviço de Saúde, sacrificados na Província de Mato Grosso.
Nossa contribuição representa, pois, reparação e justiça.
Outro pormenor importante salientado nesse ensaio é quanto
ao número elevado dos componentes do Serviço de Saúde da Força Expedicionária
de Mato Grosso e a escolha do seu chefe ‒ um dos mais capazes do Quadro de
Saúde do Exército. Isso vem demonstrar o carinho e interesse do Governo
Imperial pela assistência médica aos nossos soldados e sua intenção em reunir
poderoso contingente em defesa de Mato Grosso, como fora previsto no Plano de
Campanha elaborado pelo Marechal Marquês de Caxias e não o reduzido efetivo que
ali chegou.
Como preito de justiça e
homenagem, devemos ressaltar as inúmeras publicações do grande patrício
Visconde de Taunay, em cujos manuseios nos foi possível completar a nossa
tarefa, até mesmo nos assuntos de aspecto médico e trazer até às gerações presentes,
através de seus escritos, a odisseia vivida pelos nossos irmãos brasileiros em
defesa da Província de Mato Grosso.
I
O
SERVIÇO DE SAÚDE DAS FORÇAS IMPERIAIS ‒ 1864 ‒ NA PROVÍNCIA DE MATO GROSSO
|
A Província de Mato Grosso, no ano de 1864, constituía-se numa
imensa área territorial para uma população de 75 mil habitantes e extensa
fronteira de quatrocentas léguas. Sua Guarnição, conforme quadro demonstrativo
do Barão do Rio Branco, ilustrando a obra de Schneider, contava com um efetivo
de 875 homens, disseminados pelos seus Distritos Militares de Cuiabá, Vila
Maria, Cidade de Mato Grosso, Baixo Paraguai e Vila Miranda. Estas zonas eram
longínquas e de difícil intercomunicação.
Para prestar assistência médica às Forças, existiam em funcionamento, o Hospital Militar de Cuiabá e as Enfermarias instaladas em Poconé, Vila Maria, Cidade de Mato Grosso, Nioaque, Vila Miranda, Forte de Coimbra, Corumbá, Povoação de Albuquerque e em algumas fazendas importantes. Havia, também, a Enfermaria da Armada, que atendia aos militares do Corpo de Imperiais Marinheiros e operários do Arsenal de Marinha da Província.
Ocupava o cargo de Delegado do Cirurgião-Mor do Exército, na Província de Mato Grosso, desde 1852, o Tenente-Coronel Cirurgião-Mor de Divisão, Dr. José Antônio Murtinho ([1]), a quem competia a direção, inspeção e fiscalização de todo o serviço militar de saúde nos hospitais e enfermarias de corpos e estabelecimentos militares, conforme determinava o Regulamento do Corpo de Saúde, baixado pelo Decreto n° 1.900, de 07.03.1857. Era o Dr. Murtinho natural da então Vila de Valença, Província da Bahia, nascido a 02.09.1814, e filho de Manuel José Murtinho. “Cirurgião aprovado”, em 1837, e Doutor em medicina pela Faculdade do Rio de Janeiro, após defender tese, a 20.12.1838, sob o título: “A Hipocondria” (MURTINHO).
Diz o historiador Virgílio Corrêa Filho que, pelo decreto de 19.10.1839, o Dr. Murtinho fora nomeado cirurgião-mor de um dos Corpos de Linha, com o posto de Tenente e Diretor dos Hospitais Regimentais da Província de Mato Grosso (CORRÊA FILHO, 1950). Capitão Cirurgião-Mor a 02.12.1842, Major Cirurgião-Mor de Brigada a 29.07.1852 e atinge a graduação de Tenente-Coronel Cirurgião-Mor de Divisão, em 14.04.1855.
Permaneceu o Dr. Murtinho, durante todo esse período, na Província de Mato Grosso, onde constituiu respeitável família, cujos descendentes se projetaram no cenário nacional, pelos serviços prestados à coletividade. Pertencia este médico militar ao Partido Conservador e mais tarde, nomeado Vice-presidente, assumiu o exercício da presidência da Província, em 19.09.1868.
O Diretor do Hospital Militar de Cuiabá, em 1864, era o Major reformado Nuno Anastácio Monteiro de Mendonça ‒ oficial combatente. Essa prática regulamentar de ser escolhido um leigo para dirigir os estabelecimentos hospitalares, no Exército, perdurou até o fim do Império, e na Campanha do Paraguai não foram pequenos os transtornos causados por essa medida, prejudicial ao bem-estar dos doentes e ao serviço em geral, como muito bem salienta o antigo Comandante-em-Chefe do Exército Brasileiro, Marechal Conde d’Eu (CASTRO SOUZA, 1959). O quadro médico do Hospital Militar de Cuiabá, em 1864, estava dividido pelas seções médica e cirúrgica e assim constituído: primeiro-médico, primeiro cirurgião e dois cirurgiões-de-dia. No fim desse ano, encontravam-se vagos os dois lugares de cirurgião-de-dia, por falta do médico militar e pela designação de um cirurgião do Hospital, para acompanhar as Forças no deslocamento para o Baixo Paraguai. A Farmácia funcionava com um Alferes farmacêutico e seu praticante.
A seção médica se encontrava sob a chefia do Capitão 1° Cirurgião, Dr. Francisco Antônio de Azeredo, na qualidade de primeiro-médico do Hospital, segundo o seu Diretor (ARQUIVO NACIONAL, CÓD. 547).
Este médico militar era natural da cidade de Goiás, capital da Província, nascido no dia 07.12.1815 e filho de Antônio Ferreira de Azeredo e de D. Luiza Francisca Monteiro. Doutor em medicina pela Faculdade do Rio de Janeiro, defendeu, em 10.12.1844, sua tese, (AZEREDO). Assentou praça, como Alferes Cirurgião-Ajudante, em 01.10.1845, sendo promovido a Tenente 1° Cirurgião, a 03.03.1852 e Capitão 1° Cirurgião a 02.12.1854. O Dr. Francisco Antônio de Azeredo permaneceu em Mato Grosso durante o período da Campanha do Paraguai como devotado médico e autêntico sanitarista.
Ocupou o cargo de Delegado do Cirurgião-Mor do Exército, na província, por ocasião da reforma do seu colega, Dr. Murtinho, em 1867. Foi promovido, por antiguidade, ao posto de Major Cirurgião-Mor de Brigada, aos 22.01.1866.
O Tenente 2° Cirurgião, Dr. José Augusto Barbosa de Oliveira, exercia a função de Primeiro-cirurgião do Hospital Militar, quando veio a falecer em 21.01.1864. Era natural da Bahia, sendo seus pais Rodrigo Antônio Barbosa de Oliveira e D. Maria Luiza de Oliveira, naturais, também, da Bahia.
O Dr. Barbosa de Oliveira era farmacêutico e Doutor em medicina pela, Faculdade de sua Província natal, após defender tese, em 1856 (OLIVEIRA, 1856). Dedica a tese a várias pessoas, entre as quais, ao irmão médico Dr. João José Barbosa de Oliveira ‒ pai de Rui Barbosa ‒ e ao primo Albino José Barbosa de Oliveira, então Desembargador da Relação do Rio de Janeiro. No ano seguinte, aos 9 de dezembro, assentou praça no posto de Tenente 2° Cirurgião.
Para substituir o médico acima citado, como responsável pela seção cirúrgica do Hospital Militar, foi designado o Ten 2° Cirurgião, Dr. Francisco Homem de Carvalho, que exerceu a função até maio de 1864, quando seguiu transferido para a Corte [Rio, RJ]. Era diplomado pela Faculdade de Medicina da Bahia, em 1858, defendendo tese, intitulada: “Ação fisiológica e terapêutica do ópio”. Assentou praça em 05.10.1861, no posto de Tenente 2° Cirurgião.
Para exercer o cargo de 1° cirurgião do Hospital Militar, fora designado o Capitão 1° Cirurgião, Dr. Antônio Antunes da Luz, removido da guarnição da Província do Rio Grande do Sul, que, envolvido pelas circunstâncias, não chegou a assumir o posto, como será narrado no capítulo seguinte.
Após as duas substituições e pela ausência do oficial médico efetivo do cargo, assumiu a função de primeiro-cirurgião, o Tenente 2° Cirurgião reformado, Dr. João Adolfo Josetti, que permaneceu no cargo até 22.07.1864. Este médico era natural do reino da Prússia e brasileiro naturalizado, tendo chegado ao Rio de Janeiro em 1835, seguindo logo após para a Província de Mato Grosso, onde constituiu família, casando-se com D. Benedita Viegas de Mesquita (MENDONÇA & MESQUITA).
Não sabemos em que Faculdade se formou, na Europa, nem onde prestou exame de “suficiência” para legalizar o exercício de sua atividade profissional, no Brasil. O Dr. João Josetti estava reformado do Serviço de Saúde do Exército Brasileiro, pelo decreto de 28.06.1861 e a Secretaria do Ministério da Guerra mandava “que se abone, unicamente, enquanto estiver em serviço, as vantagens de 2° Cirurgião do Corpo de Saúde e o soldo por inteiro correspondente a esta patente”.
Era portador, também, das honras de Capitão Cirurgião-Mor do Comando Superior da Guarda Nacional. O Dr. Josetti teve atuação destacada durante a campanha e mereceu, por isso, ter o seu nome incluído na relação do Presidente da Província, em 1866, recomendando ao Governo Imperial, os cidadãos que mais se distinguiram por serviços prestados à causa pública, em solicitação ao Aviso Circular do Ministério da Guerra, de 12 de setembro do referido ano ([2]).
A 01.06.1864, assumia o cargo de cirurgião-de-dia do Hospital Militar, o Tenente 2° Cirurgião, Dr. Dormevil José dos Santos Malhado, data provável de sua chegada a Mato Grosso, desconhecida para os seus biógrafos.
No mês seguinte, este médico militar vai substituir o seu colega Dr. Josetti, em 22 de julho, na função de primeiro-cirurgião, exercendo o cargo até 13 de outubro, quando fora designado para acompanhar as Forças que se dirigiam para o Baixo Paraguai.
A Farmácia do Hospital Militar, em 1864, estava sob a responsabilidade do Alferes Farmacêutico Cicínio dos Humildes Pacheco, praça em 05.01.1861 e antigo aluno pensionista do Hospital Militar da Corte. No dia 11 de maio, este farmacêutico, por ter sido transferido para servir no Rio de Janeiro, entrega a botica do Hospital ao Porteiro José Gomes da Silva Marques, “por ter tido longa prática de farmácia”, conforme informação do diretor do Hospital no relatório já citado. A 22.07.1864, assumia a responsabilidade da Farmácia, o Alferes Farmacêutico Reginaldo José de Miranda, praça em 12.03.1864, tendo permanecido no Mato Grosso, durante toda a campanha, prestando relevantes serviços. Casou-se, posteriormente, com uma das filhas do Dr. Josetti, de nome Maria Gertrudes.
Na Flotilha de Mato Grosso, em 1864, serviam como Segundos Cirurgiões do Corpo de Saúde da Armada Nacional e Imperial, os Dr. José Cândido de Freitas e Albuquerque e Augusto Novis. Além dos já mencionados médicos militares, se encontravam destacados na guarnição de Mato Grosso, no ano de 1864, os seguintes oficiais do Corpo de Saúde do Exército: Capitães 1os Cirurgiões, Drs. Cirilo José Pereira de Albuquerque e Teófilo Clemente Jobim, Tenentes 2os Cirurgiões, Drs. Benvenuto Pereira do Lago, Manuel João dos Reis e José Antônio Dourado.
Assim, o Serviço de Saúde do Exército, em Mato Grosso, no fim do ano de 1864, contava com a colaboração de oito oficiais médicos, coadjuvados por um médico militar reformado, e dispondo a Marinha de dois cirurgiões em seus serviços. Todos permaneceram na Província, firmes em seus postos de honra, dando os melhores dos seus esforços profissionais e a própria vida, na luta que fomos obrigados a enfrentar contra os invasores paraguaios. [...] (SOUZA)
Bibliografia
SOUZA, Luiz de Castro. A Medicina na Guerra do Paraguai (I a V) – Brasil – São Paulo, SP – USP, Revista de História, 1968, 1969 e 1970.
(*) Hiram Reis e Silva é Canoeiro, Coronel de Engenharia, Analista de Sistemas, Professor, Palestrante, Historiador, Escritor e Colunista;
Campeão do II Circuito de Canoagem do Mato Grosso do Sul (1989)
Ex-Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA);
Ex-Pesquisador do Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx);
Ex-Presidente do Instituto dos Docentes do Magistério Militar – RS (IDMM – RS);
Ex-Membro do 4° Grupamento de Engenharia do Comando Militar do Sul (CMS)
Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS);
Membro da Academia de História Militar Terrestre do Brasil – RS (AHIMTB – RS);
Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS – RS);
Membro da Academia de Letras do Estado de Rondônia (ACLER – RO)
Membro da Academia Vilhenense de Letras (AVL – RO);
Comendador da Academia Maçônica de Letras do Rio Grande do Sul (AMLERS)
Colaborador Emérito da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG).
Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional (LDN).
E-mail: hiramrsilva@gmail.com.
Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – X
Bagé, 20.12.2024 Continuando engarupado na memória: Tribuna da Imprensa n° 3.184, Rio, RJSexta-feira, 25.10.1963 Sindicâncias do Sequestro dão e
Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – VI
Silva, Bagé, 11.12.2024 Continuando engarupado na memória: Jornal do Brasil n° 224, Rio de Janeiro, RJ Quarta-feira, 25.09.1963 Lei das Selvas T
Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – IV
Bagé, 06.12.2024 Continuando engarupado na memória: Jornal do Brasil n° 186, Rio de Janeiro, RJSábado, 10.08.1963 Lacerda diz na CPI que Pressõessã
Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – III
Bagé, 02.12.2024 Continuando engarupado na memória: Jornal do Brasil n° 177, Rio de Janeiro, RJQuarta-feira, 31.07.1963 JB na Mira O jornalista H