Segunda-feira, 1 de maio de 2023 - 07h05
Bagé, 01.05.2023
XVIII
Chegada às margens do Miranda. Mantém-se o
inimigo afastado para evitar o contágio da cólera. O Miranda não dá vau. Alguns
homens o atravessam, entretanto, a nado, trazendo a boa notícia da existência
de grande laranjal, coberto de pomos maduros. Os caçadores recebem a ordem de
tentar, em corpo, a passagem e conseguem-no. Morte do Ten-Cel Juvêncio. Morte
do coronel camisão. Substitui-o, no comando, o major José Tomás Gonçalves.
Instala-se um vaivém sobre o rio. Chegam abundantes as laranjas. Seu efeito
benéfico sobre os esfaimados e coléricos.
Irremediável se afigurava a nossa
situação. Os paraguaios, em torno de nós, de observação, pareciam, como bem
disse “El Semanario de Asunción”,
anexo a esta narrativa, gozar sem perigo, e tranquilamente, do espetáculo de
nosso aniquilamento pela fome e a peste. Tínhamos, com efeito, diante de nós
um grande Rio transbordado a nos cortar a única via de salvação. A estação de
abril a setembro não é a das águas; mas como se toda a natureza se houvesse
contra nós coligado, tais, desde 13.05.1867, haviam sido as chuvaradas que o
Miranda intumescera de modo assustador, bramindo e espumando sobre as raízes
desnudadas das árvores da barranca, não dando esperanças de permitir vau antes
de alguns dias.
Era, no entanto, para a coluna, o único meio
de transpô-lo. Não podíamos pensar em alçar uma ponte quando mal dispúnhamos de
gente suficiente para o serviço das guardas: homens, no entanto, bem capazes
ainda de ardor e energia num combate, mas não de contínuo trabalho manual, como
este que exige uma construção de vulto.
Estávamos, pois, sob os olhos dos paraguaios,
segundo uma expressão destes peões, como gado emcurralado e destinado ao
corte. Malgrado, entretanto, o aspecto ameaçador do Rio, lançaram-se à água
alguns nadadores intrépidos, impelidos pela fome, e, contra a expectativa
geral, após muitos esforços, atingiram a outra margem, onde não encontraram
vestígio algum do inimigo. O que descobriram foi a tranquila morada de nosso
valoroso Guia rodeada de belo laranjal, cumprimento, tão agradável quanto
completo, das promessas do velho e de todas as maravilhas que do seu pomar nos
referira.
Não tardou que um dos primeiros exploradores
dessa terra de promissão, lembrando dos companheiros de miséria, tivesse a
audácia e o mérito de, sem detença, atravessar de novo o caudal.
Com a descrição animada de tudo o
que defrontavamos – veio inflamar a mente daqueles que ainda háviam
conservado algum resquício de iniciativa. Como a ausência, já muito sensível,
do Chefe nos deixasse larga autonomia, muitos foram os que, em tropel, correram
à beira do Rio, para tentar a passagem.
Muitos a experimentaram: os mais fracos ou os menos favorecidos, traídos
pelo desfalecimento, desapareceram na correnteza; outros dali, contemplando os
felizes ocupantes da margem fronteira, tomaram-se como de desespero que quase
desfechou supremo golpe nos restos da disciplina, sobrevivente a tantos desastres.
Do próprio couro em que jazia quase agonizante ainda dava ordens o
Coronel, umas, por vezes, incoerentes e inexequíveis, mas outras lúcidas, e
práticas. Mandou que o corpo de caçadores a pé, o único ainda não contaminado
pelo espírito de desorganização, atravessasse, quanto antes, o Rio. Guarnecendo
a outra margem, devia impedir o saque do pomar até que ele, Comandante, ali
pudesse ir ter a fim de proceder à justa distribuição de quanto lá havia.
De acordo com esta prudente determinação,
teve o Capitão José Rufino de fazer passar toda a sua gente junta. Pensou, a
princípio, na construção de uma jangada, mas faltavam-lhe materiais e,
sobretudo, operários. Tomou-se de impaciência; podia contar com toda a sua
tropa afeita a hábitos de austera disciplina e, em absoluto, obediente às suas
ordens. Viu os soldados porfiarem entre si, no afã de facilitar a passagem dos
oficiais. Foi ele próprio o primeiro a entrar dentro do couro, com as quatro
pontas levantadas e amarradas em forma de saco [o que se chama pelota], a que
um nadador puxa por uma corda presa entre os dentes.
Assim se pôs à frente daquela massa tumultuosa
de homens. Não os perdíamos de vista. Quando atingiram o meio da torrente,
ainda os ouvíamos, entre o marulho dos cachões ([1]),
incitarem-se uns aos outros. Houve, segundo nos pareceu, então, a todos, um
momento de luta e hesitação que nos fez por eles temer, mas não tardaram a
reaparecer, descambando para a outra margem, embora com grande descaída.
Vimo-los, enfim, sãos e salvos chegar à
fazenda do Jardim: era um consolo e uma esperança. Longe de amortecer,
redobrara a cólera de violência. Crescia o número dos enfermos e receávamos
que, quando o Rio baixasse, a ponto de nos dar vau, não tivéssemos remédio
senão abandonar segundo grupo de moribundos, à mercê do inimigo inexorável; e
só esta ideia nos causava a angústia de um pesadelo. Acabara o Corpo de
Artilharia de se extinguir. Depois dos mais fracos tombados nos primeiros dias,
tocara a vez aos mais robustos; caíam como para se aniquilar a arma a que
devêramos a salvação. Nada, entretanto, do que pudesse evitar ou combater o mal
haviam poupado os seus chefes. Dava o Ten Nobre de Gusmão, constantemente o
exemplo da dedicação pelos enfermos, e os soldados imitando-o, entregavam-se à
prática de socorros mútuos que os demais Corpos ignoravam. Tal o estado, cada
vez mais deplorável, em que veio o dia 28.05.1867 encontrar-nos.
De tempos a tempos íamos examinar o nível das
águas para ver se baixava; pois seria isto a nossa única via de salvação. Nada
tínhamos que comer e a custo conseguíramos, a peso de ouro, arranjar algumas
laranjas que os nadadores mais ousados traziam com largos intervalos. Foi este,
aliás, o único conforto a que se não mostraram insensíveis o Cel Camisão e o
Ten-Cel Juvêncio, na sede da agonia exasperada pela água. Após a passagem do
Corpo de Caçadores, cada vez mais considerável se tornara o ajuntamento à beira
do Rio.
Todos os movimentos daquele Batalhão, na
outra margem, acompanhados pelas nossas vistas alongadas, nós os comentávamos.
De tempos a tempos precipitava-se alguém a nado ou arriscava passar em pelota
para procurar reunir-se aos camaradas, apesar das ordens em contrário.
A morte de vários soldados, afogados,
mostrara a urgência de se manter, mais rigorosa ainda, a proibição. Não houve,
entretanto, ameaças nem objeções capazes de dissuadir um Capitão do 20° que,
todo vestido, entrou numa pelota, conduzida por dois nadadores. Cria poder com
eles contar, mas, no meio do Rio, como as forças lhes faltassem, entregaram-no
à correnteza. Vimo-lo envidar longos esforços para se manter à tona e depois
submergir-se, pouco a pouco a desaparecer, com gritos de desespero a que, à
míngua de socorro, respondiam os da multidão reunida no lugar de onde partira.
Pouco depois um nadador, chegando da margem oposta, declarou ter escapado
de morrer, graças à impetuosidade da correnteza, que, no centro, era quase
irresistível, fazendo-nos assim perder a esperança que nos trouxera súbito
abaixamento das águas. Tornamos a nos capacitar de que, tão cedo, não haveria
vau praticável; e, então, não teve mais limites o desalento dos soldados.
Era o receio infundado, porém; pois é
coincidência comum a todos os caudais – depois de demorados nos transvasamentos
pela própria expansão – adquirirem, quando voltam ao leito, maior velocidade,
embora transitória, que progressivamente diminui, se não se renovam as chuvas,
até o momento em que as águas voltam ao regime normal. Neste ínterim, e por
causa da afluência dos soldados à beira do Rio, foi o nosso pouso ficando
deserto.
Em busca de lugar fresco haviam os doentes
transposto algumas braças de um pântano que nos envolvia o acampamento e
corrido mais longe arrumar-se num bosque, bastante espesso, de ambos os lados
de uma estrada aberta que era a de Miranda. Haviam-nos seguido parentes e
amigos e ali todos se instalavam, como para ficar.
Já vários soldados se tinham metido no mato,
a procura de caça, ouvindo-se os tiros que ao longe disparavam. Supusemos a
princípio fosse o inimigo, que não sabíamos onde parava. Desaparecera, ou para
procurar passagem que lhe permitisse preceder-nos na outra margem, ou para se
preservar do contágio da epidemia que conosco arrastávamos.
Neste mesmo dia 28 morreram
algumas mulheres, mais desvalidas ainda que os demais doentes, mais desprovidas
de recursos e, por motivo de sua natural fraqueza, mais ferreteadas pelos
estigmas da miséria absoluta. Quase não existia mais entre nós a autoridade.
Fora, desde o começo, frouxa às mãos do Cel Camisão, sempre que se tornara
precisa e iniciativa de uma decisão ou proceder a uma escolha entre diversos
alvitres e alternativas. Tornara-se, é certo, mais firme quando os reveses nos
acabrunhavam, uns sobre outros; para o fim atingira o heroísmo quando, com uma
abnegação, cujo esforço indubitavelmente lhe arrancara a vida, abandonara os
enfermos para a salvação da coluna.
Desde, porém, que a cólera o atacara ia tudo ao Deus-dará; sentíamos
todos quanto nos era indispensável novo Chefe.
A 29.05.1867 tornou-se evidente que o Coronel
morreria. Por vezes, vencera o sofrimento aquela dignidade que tanto zelara:
“Dizem que a água mata, exclamava,
deem-ma; quero morrer!” Caiu num estado de torpor e sonolência e o corpo
cobriu-se-lhe de manchas violáceas.
Às sete e meia fez supremo esforço; levantou-se
do couro em que estava deitado, apoiou-se sobre o Capitão Lago, perguntou-lhe
onde estava a coluna, repetindo ainda que a salvara. Depois, voltando os olhos,
já vidrados, para o seu ordenança, exclamou em tom de comando:
‒ Salvador!
Dê-me a espada e o revólver.
Procurou afivelar o talim e exatamente nesta
ocasião deixou-se rolar no chão murmurando:
‒ Façam
seguir as forças, que vou descansar.
E assim expirou.
A alguns passos dali, numa barraca a todos os ventos aberta, achava-se o
Tenente-Coronel Juvêncio. Recobrara um fio de voz e livrara-se da horrível tortura
das câimbras, queixando-se, todavia, de forte dor no fígado. O Tenente Catão, a
quem do melhor modo auxiliávamos fazia-lhe continuamente aplicações novas,
que, contudo, não o aliviavam. Tinha, constantemente, os nossos nomes nos
lábios para nos recomendar à família. Ao meio-dia acalmou-se, caiu numa
letargia entrecortada de sobressaltos, e, às três horas, expirou depois de nos
entregar, para a mulher e os filhos, uma bolsinha de couro contendo algumas
economias de campanha. Numa cova aberta, sob grande árvore, no meio da mata,
enterrou-se o Coronel com o seu uniforme e insígnias. Em outra cova, imediata,
e à direita, foi o corpo do Ten Cel Juvêncio colocado pelos seus companheiros
da Comissão de Engenheiros e alguns oficiais do Corpo de Artilharia. Jamais se
nos varrerá da memória esta lúgubre cerimônia a que a escuridão da noite e da
mata ainda mais soturna tornavam.
Eram quase sete horas quando de lá voltamos.
Descansam os nossos infelizes chefes à esquerda do Miranda, a alguma distância
da entrada do bosque e em altura correspondente à estância do Jardim, à margem
direita. Se lhes não profanarem os túmulos é de esperar que, um dia ou outro,
alguma cruz de material duradouro, com uma inscrição, aponte à memória dos
brasileiros o lugar que recebeu os despojos destas nobres vítimas do dever.
Providências sabiamente combinadas seguiram
de perto a morte do Cel Camisão. Cumpria não surgisse alguma rivalidade que
mantivesse a autoridade incerta. Fora, era certo, já prejulgada a questão dos
postos em Comissão, por dois ofícios do Ministro da Guerra, datados do ano
anterior. Neles declarara o governo não ter aprovado que o Ten-Cel em Comissão,
Enéias Galvão, simples Tenente nos quadros do Exército, comandasse, como Chefe
interino de uma Brigada, oficiais mais antigos que ele e até Capitães. O posto
efetivo na primeira linha era evidentemente, pois, uma condição de preferência
e o mais antigo Capitão, de todo o Corpo expedicionário, vinha a ser José
Tomás Gonçalves, aliás, Major em Comissão.
Parecia assim o único que, de acordo com as instruções ministeriais,
estava nos casos de suceder ao Ten-Cel Juvêncio, substituto legal do Cel
Camisão, mas que também desaparecera. Para evitar qualquer dissídio na eleição
foram os Tenentes Napoleão Freire e Marques da Cruz, a pedido de todos, ter com
o Tenente-Coronel, em Comissão, Enéias, convencendo-o da conveniência que, nas
nossas circunstâncias, havia, para se evitar maior demora, de alegar ele
moléstia que o forçasse a passar a outro oficial, momentaneamente, o comando
do seu Batalhão. A boa vontade com que abriu mão de pretensões, pelo menos
especiosas, que nos poderiam ter criado embaraços, valeu-lhe a bem merecida
gratidão de todos os camaradas.
Reuniu-se, ao meio-dia, o conselho dos Comandantes.
Sem o menor preâmbulo, para firmar os seus direitos, e com este tom de
confiança que subjuga, este ar de superioridade indiscutida, a que se prestava
a sua fisionomia vivaz e inteligente, anunciou o Major José Tomás Gonçalves a
morte do Cel Camisão e a do Tenente-Coronel Juvêncio, seu imediato legal.
Daí lhe resultara a obrigação de assumir o
comando, como o Capitão mais graduado em antiguidade. Nada lhe foi objetado.
Deu-se parte da moléstia do Tenente-Coronel em Comissão, Enéias, assim como se
notificou a entrega do comando do seu Corpo a seu imediato: o Major em comissão
José Maria Borges. Esta transmissão de poderes, regulada pela razão e o
direito, e habilmente subtraída ao jogo das paixões que podiam despertar,
obteve completa sanção na aprovação de todo o Corpo do Exército.
Havia, neste ínterim, baixado o
Rio, já oferecendo contínuo vau, embora muito difícil ainda, devido à rapidez
das águas. Teve o novo Comandante a ideia de assegurar a comunicação de uma
para outra margem por meio de cabo fortemente amarrado às árvores de ambas as
barrancas.
Desde o momento em que funcionou este vaivém chegaram as laranjas,
copiosamente. Teve a sua abundância este primeiro efeito de distender estômagos
desde muito vazios. Eram, por vezes, devoradas com casca e tudo, no ardor da
fome e da sede que nos consumia. Sua maturidade e doçura convidava-nos, aliás,
ao abuso, mas os princípios medicinais que residem na essência da casca agiram
mais eficazmente ainda: diminuiu a epidemia, e quase cessou.
Haveria nisto mera coincidência? Já Lopes, contudo, nos predissera esta
melhoria do estado geral. Certo é que foram coléricos vistos – a mor parte dos
quais se curaram – passar longas horas a devorar montes de laranjas de que mal
deixavam alguns restos.
Ainda neste dia vimos chegar ao acampamento, quase nu, e semelhante a um
cadáver, um dos desvalidos abandonados de 26.05.1867, que, no próprio excesso
do terror encontrara restos de vitalidade que o salvaram.
Caminhara de noite arrastando-se pelos mais
espessos cerrados, e seguindo-nos as pegadas. Nem sempre conseguira, contudo,
evitar os paraguaios, que, vendo o estado em que o pusera a moléstia, se contentavam
por divertimento com o moerem de pancadas. Como lhes pedisse que o não
matassem respondiam:
‒ Não
matamos defuntos, queremos é o teu Comandante.
E atiravam o mísero ao solo com o conto ([2])
das lanças. Assim pôde o pobre homem voltar ao nosso grêmio, após sofrimento a
que poucos organismos teriam podido resistir. (TAUNAY,1874)
Bibliografia
TAUNAY, Alfredo de Escragnolle. A Retirada da Laguna: Episódio da Guerra do Paraguai – Brasil – Rio
de Janeiro, RJ – Tipografia Americana, 1874.
(*) Hiram Reis e Silva é Canoeiro, Coronel de
Engenharia, Analista de Sistemas, Professor, Palestrante, Historiador, Escritor
e Colunista;
Campeão do II Circuito de Canoagem do Mato Grosso do
Sul (1989)
Ex-Professor do Colégio Militar de Porto Alegre
(CMPA);
Ex-Pesquisador do Departamento de Educação e Cultura
do Exército (DECEx);
Ex-Presidente do Instituto dos Docentes do Magistério
Militar – RS (IDMM – RS);
Ex-Membro do 4° Grupamento de Engenharia do Comando
Militar do Sul (CMS)
Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira
(SAMBRAS);
Membro da Academia de História Militar Terrestre do
Brasil – RS (AHIMTB – RS);
Membro do Instituto de História e Tradições do Rio
Grande do Sul (IHTRGS – RS);
Membro da Academia de Letras do Estado de Rondônia
(ACLER – RO)
Membro da Academia Vilhenense de Letras (AVL – RO);
Comendador da Academia Maçônica de Letras do Rio
Grande do Sul (AMLERS)
Colaborador Emérito da Associação dos Diplomados da
Escola Superior de Guerra (ADESG).
Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional (LDN).
E-mail: hiramrsilva@gmail.com
Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – X
Bagé, 20.12.2024 Continuando engarupado na memória: Tribuna da Imprensa n° 3.184, Rio, RJSexta-feira, 25.10.1963 Sindicâncias do Sequestro dão e
Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – VI
Silva, Bagé, 11.12.2024 Continuando engarupado na memória: Jornal do Brasil n° 224, Rio de Janeiro, RJ Quarta-feira, 25.09.1963 Lei das Selvas T
Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – IV
Bagé, 06.12.2024 Continuando engarupado na memória: Jornal do Brasil n° 186, Rio de Janeiro, RJSábado, 10.08.1963 Lacerda diz na CPI que Pressõessã
Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – III
Bagé, 02.12.2024 Continuando engarupado na memória: Jornal do Brasil n° 177, Rio de Janeiro, RJQuarta-feira, 31.07.1963 JB na Mira O jornalista H