Quarta-feira, 18 de janeiro de 2023 - 06h05
Bagé,
18.01.2023
O Futuro da Humanidade
(Augusto Cury)
Mais sábios que os homens são os pássaros.
Enfrentam as tempestades noturnas, tombam de seus ninhos, sofrem perdas,
dilaceram suas histórias. Pela manhã, têm todos os motivos para se entristecer
e reclamar, mas cantam agradecendo a Deus por mais um dia. E vocês, portadores
de nobre inteligência, que fazem com suas perdas?
Acordei às 05h30, a meia lua
(Quarto Minguante) não cooperava com sua claridade, mas o Sol que surgiria por
trás da serra apenas às 06h17 já começava a clarear a abóboda celeste, de modo
que usei minha lanterna de cabeça apenas dentro da barraca para arrumar as
tralhas nas mochilas impermeáveis. A passarada entoava seus cânticos em louvor
ao Astro Rei que ainda visivelmente entorpecido espreguiçava seus longos raios
rasgando diáfanas nuvens.
Parti às 06h10, e às 08h20 passava
pela Foz do Rio Surumu, tantas vezes citado no Tomo II desta série, adentrei um
pouco, na sua Foz, para melhor ouvir o rouco e poderoso concerto dos guaribas
(bugios). Um bando grande sem dúvida capaz de fazer calar todos os demais
cantores do lavrado.
Por volta das 10h00, um boto
vermelho resolveu me acompanhar gingando graciosamente ora à proa, à boreste ou
à bombordo do “Argo I”. O gracioso
cetáceo acompanhou-me por mais de meia hora fazendo-me esquecer por breves
momentos da dor e das limitações de meu ombro direito.
Mais adiante uma pequena nuvem a uns
500 metros de minha proa atravessava o Rio da margem esquerda para a direita,
ela chegara de fininho esparramando a chuva devagarinho. Marquei o local por
onde ela passara, acostei na margem esquerda onde fui surpreendido pelo
crepitar incessante das gotinhas de chuva. O curioso é que a nuvem já partira,
mas as minúsculas gotículas que se acumularam nas folhas das copas das árvores
uniam-se morosamente umas às outras até desprenderem-se delas lançando-se
altaneiras no espaço. O coral dos guaribas no Surumu, o dançarino boto
vermelho e o malabarismo das lágrimas da pequena nuvem maravilharam meu dia.
Cheguei, às 16h00,
à foz do Tacutu no Rio Branco, depois de remar 75 km, durante 09h30, totalizando
152 km. Tentei me aproximar das coordenadas do Forte São Joaquim desembarcando
em uma pequena ilha de seixos e quase fui tragado pelo terreno movediço.
Retornei ao Rio Tacutu remando 2 km contra a corrente até uma pequena ilha de
areias muito brancas onde acampei (AC 02 – 03°01’50,97” N / 60°28’27,23” O).
Quando fui entrevistado pela repórter Marleide Cavalcante no programa “Bom dia Cidade”, da TV Cultura, ela
havia me contado sua trágica experiência:
BVNEWS, Boa Vista, RR
Quinta-Feira,
05.02.2015
Corpo do Professor é
Encontrado
As buscas Pelo
Professor Rafael Oliveira
Encerraram no Início
da Tarde Desta Quinta-Feira com um fim Trágico
Corpo do professor Rafael Oliveira é desembarcado
por bombeiros na orla de Boa Vista. O corpo do professor da Universidade
Federal de Roraima [UFRR] e diretor da Fundação Ajuri, Rafael Oliveira, 35
anos, foi localizado às 14 horas desta Quinta-feira [05], no rio Branco, onde
se afogou no início da noite de ontem quando realizava um passeio de lancha com
sua namorada, a jornalista e apresentado de TV, Marleide Cavalcante. As buscas
pelo professor iniciaram ontem à noite logo após o acidente. Cerca de oito
bombeiros em dois barcos realizaram buscas superficiais e em profundidade com a
ajuda de um malhador ainda durante a noite e madrugada. Na manhã de hoje,
mergulhadores começaram a procurar Rafael Oliveira próximo ao local onde
desapareceu. De acordo com informações extraoficiais, o corpo do professor foi
localizado boiando próximo à Praia Grande, município do Cantá. Ele foi
resgatado e entregue ao Instituto de Medicina Legal (IML) na Orla Taumanan.
(BVNEWS, 2015)
Total 2° Dia ‒ AC 01 / AC 02 = 75,0 km
Total Parcial ‒ Ponte Tacutu / AC 02 = 152,0
km
(*) Hiram Reis e Silva é Canoeiro, Coronel de
Engenharia, Analista de Sistemas, Professor, Palestrante, Historiador, Escritor
e Colunista;
Campeão do II Circuito de Canoagem do Mato Grosso do
Sul (1989)
Ex-Professor do Colégio Militar de Porto Alegre
(CMPA);
Ex-Pesquisador do Departamento de Educação e Cultura
do Exército (DECEx);
Ex-Presidente do Instituto dos Docentes do Magistério
Militar – RS (IDMM – RS);
Ex-Membro do 4° Grupamento de Engenharia do Comando
Militar do Sul (CMS)
Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia
Brasileira (SAMBRAS);
Membro da Academia de História Militar Terrestre do
Brasil – RS (AHIMTB – RS);
Membro do Instituto de História e Tradições do Rio
Grande do Sul (IHTRGS – RS);
Membro da Academia de Letras do Estado de Rondônia
(ACLER – RO)
Membro da Academia Vilhenense de Letras (AVL – RO);
Comendador da Academia Maçônica de Letras do Rio
Grande do Sul (AMLERS)
Colaborador Emérito da Associação dos Diplomados da
Escola Superior de Guerra (ADESG).
Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional (LDN).
E-mail: hiramrsilva@gmail.com.
Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – X
Bagé, 20.12.2024 Continuando engarupado na memória: Tribuna da Imprensa n° 3.184, Rio, RJSexta-feira, 25.10.1963 Sindicâncias do Sequestro dão e
Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – VI
Silva, Bagé, 11.12.2024 Continuando engarupado na memória: Jornal do Brasil n° 224, Rio de Janeiro, RJ Quarta-feira, 25.09.1963 Lei das Selvas T
Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – IV
Bagé, 06.12.2024 Continuando engarupado na memória: Jornal do Brasil n° 186, Rio de Janeiro, RJSábado, 10.08.1963 Lacerda diz na CPI que Pressõessã
Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – III
Bagé, 02.12.2024 Continuando engarupado na memória: Jornal do Brasil n° 177, Rio de Janeiro, RJQuarta-feira, 31.07.1963 JB na Mira O jornalista H