Domingo, 18 de outubro de 2020 - 10h34
Bagé, 18.10.2020
O Coronel de Engenharia Higino
Veiga Macedo, meu Caro Amigo e Mentor (com letras maiúsculas mesmo), enviou-me
outro texto de sua autoria que faço questão de compartilhar com os leitores não só pela sua atualidade mas também por
apresentar mais um descalabro cometido por um dos membros do maior, mais
luxuoso e caro “Prostíbulo Nacional”, vulgarmente conhecido por STF.
Utopia
Por
Higino Veiga Macedo (**)
A palavra, já bem desgastada,
aqui tem o valor semântico que tem na etimologia. O Brasil está a assistir utopias por alguns que querem se impor
por distopia ([1]).
Quando adolescente e ginasiano
tinha uma brincadeira de adivinhação: “quais as três maiores mentiras da humanidade?”. Como a 3ª é chula
eu a retiro e acrescento a que me interessa.
As três grandes mentiras da humanidade são:
1ª – dinheiro não trás
felicidade;
2ª – o trabalho dignifica o
homem; e,
3ª – todos são iguais perante a lei.
A celeuma criada, pelo
Ministro Marco Aurélio Collor, ao conceder habeas corpus a um traficante internacional, por
uma decisão pessoal, ganhou manchete.
Parte da reportagem: “André
do Rap deixou a Penitenciária 2 de Presidente Venceslau no último sábado (10)”. “Mello argumentou que
ele estava preso desde setembro de 2019 sem uma sentença condenatória
definitiva, contrariando assim oartigo 316 do Código de Processo Penal, mantido
no pacote anticrime, que prevê que as prisões preventivas devem ser revisadas a cada 90 dias”. “Sobre a soltura do criminoso o ministro Marco Aurélio disse ter
cumprido seu dever e reclamou de “injúria”; ao ser indagado ao vivo pela CNN Brasil se sabia que o
pedido partiu de escritório de um ex-assessor
do ministro...”
([2]).
O Ministro decidiu “MONOCRATICAMENTE”
[propositalmente, palavra maiúscula, em aspas, negritada, sublinhada e
itálica] não para chamar a atenção, mas simbolizar um pulmonar grito de
indignação. Novamente, este absurdo do “imperium
romanus” [como a toga] de um Poder Republicano e Presidencialista, não eleito, portanto não representando
um povo, tem sua força, “in totum”
disparado por um elemento apenas. Um poder discricionário entre onze, ou um decidindo por onze. Em
aritmética, dez por cento ordenando com poder de cem por cento.
O ministro, do alto de sua
presunção, quis reforçar sua fama de “legalista”, isto é, vale o que está escrito [o que me remete ao jogo do bicho: ali, a lei é a palavra e, escrito, apenas o
registro do jogo].
É que o Ministro acredita na
terceira pergunta do “advinha!”: “todos são iguais perante a lei”. Isso nunca valeu nem nos
tempos imemoriais na lei de talião do código de Amurabi ([3]) e nem no Evangelho de Mateus – Mt 5, 38-42.
Revendo os alfarrábios
reencontro:
“O absurdo está chancelado pelo SUPREMO, e o Direito é aquilo que os tribunais dizem o que é”. [sublinhei] [(Luiz Fux – Min do STF –
Publicado na revista ÉPOCA – 19.12.2016 – N° 966].
O agora Presidente do STF [2020-2022], não disse que, o dito acima, poderia ser feito por um Ministro, apenas.
Volto a uma lembrança dos
tempos do serviço ativo, antes do mestrado. É a situação vivida por um major comandante de Batalhão no Império Alemão. Ao atacar, seu batalhão foi quase dizimado.
O comandante do exército o
submeteu a Conselho de Guerra. O major, na defesa alegou que “cumpriu exatamente a ordem que estava prevista na Ordem de Batalha”.
O presidente do conselho lhe
disse:
o rei lhe fez um oficial
superior, no exército do reino alemão, exatamente para saber quando não deve cumprir uma ordem.” [negritei].
Daí, senhor Ministro Marco
Aurélio, transfiro ao senhor os mesmos dizeres do presidente do conselho de guerra alemão e a pergunta do “advinha” já que, pelo STF – “... o Direito é aquilo que os tribunais dizem o que é”:
– o Senado lhe fez
Ministro para entender que nem sempre e nem todos são iguais perante a lei e caberia ao Senhor cumprir o
que a sociedade quer e não o que o senhor e seus companheiros pensam.
Utopicamente, o senhor
comparou, “comunizou”, nivelou periculosidades. Distopicamente, sua decisão foi apenas pelo prazer de chamá-la de sua.
O povo já não aguenta mais
presenciar as UTOPIAS vivenciadas pela corte.
João Pessoa, Paraíba,
terça-feira, 13 de outubro de 2020.
(**) Higino Veiga Macedo é Coronel da
arma de Engenharia do Exército e já está na reserva.
Solicito Publicação
(*) Hiram
Reis e Silva é Canoeiro, Coronel de Engenharia, Analista de Sistemas,
Professor, Palestrante, Historiador, Escritor e Colunista;
· Campeão do II
Circuito de Canoagem do Mato Grosso do Sul (1989)
· Ex-Professor
do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA);
· Ex-Pesquisador
do Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx);
· Ex-Presidente
do Instituto dos Docentes do Magistério Militar – RS (IDMM – RS);
· Ex-Membro do
4° Grupamento de Engenharia do Comando Militar do Sul (CMS);
· Presidente da
Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS);
· Membro da
Academia de História Militar Terrestre do Brasil – RS (AHIMTB – RS);
· Membro do
Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS – RS);
· Membro da
Academia de Letras do Estado de Rondônia (ACLER – RO);
· Membro da
Academia Vilhenense de Letras (AVL – RO);
· Comendador da
Academia Maçônica de Letras do Rio Grande do Sul (AMLERS);
· Colaborador
Emérito da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG);
· Colaborador
Emérito da Liga de Defesa Nacional (LDN);
· E-mail: hiramrsilva@gmail.com.
[1] A distopia é
um pensamento filosófico que caracteriza uma sociedade imaginária controlada
pelo Estado ou por outros meios extremos de opressão, criando condições de vida
insuportáveis aos indivíduos.
[2] https://noticias.uol.com.br/colunas/josmar-jozino/2020/10/13/bi-da-baixada-comparsa-de-andre-do-rap.htm
[3] Lei de talião
(em latim: lex talionis; lex: lei e talio, de talis: tal, idêntico).
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