Quinta-feira, 27 de novembro de 2014 - 15h32
Tenho procurado observar a vida de várias perspectivas. Acho que este é um dos raros privilégios de se envelhecer; afinal, alguma coisa boa há de se tirar da idade avançada, uma vez que muito da "festa" se perdeu ou vai-se perdendo no caminho rumo à velhice.
É certo que, ao longo da trajetória de uma vida, a festa pode ser interrompida ou pela morte ou por alguma enfermidade que obrigue o vivente a recolher-se a um leito de hospital. Se no primeiro caso, nada pode ser feito (e esta é a regra absoluta da vida), no segundo caso, o sujeito não vê a hora de libertar-se do leito de enfermo e voltar à vida, voltar à vida com tudo o que ela representa; a vida é dinâmica por excelência. Não obstante as tristezas e dores que frustam nossas utópicas expectativas de felicidade, a vida exige dos que querem permanecer vivos uma espécie de fluido vital; é preciso querer viver!
Se gastarmos alguns momentos para reparar na natureza, vamos perceber que tudo acontece numa espécie de celebração, é a vida que pulsa no instinto dos animais e sua luta para preservar a espécie. Gosto, sobremaneira, de contemplar árvores e passarinhos. Estes levam os dias ocupados em preparar seus ninhos, saltitando de galho em galho,transportando pequenos ramos num ciclo incessante.
Nas escolas, encanta-me a vitalidade das crianças e jovens e o processo ávido de descoberta do mundo, de descoberta da vida. Quando se é jovem, tudo parece maravilhosamente eterno...
Nas ruas das cidades, o burburinho é ensurdecedor,as pessoas chegam a se esbarrar nas calçadas, centenas, milhares delas, cada qual com seus propósitos e com as incumbências do cotidiano. E muitas andam em grupo, ou em duplas,sob o céu ensolarado, apontam para vitrines, comentam, celebram, sem se dar conta, a alegria da vida.
Chego à conclusão de que a vida é uma festa, uma explosão de emoções, uma explosão de sentimentos, uma explosão de paixões. E todos somos, desde a infância, tragados e inebriados por tudo isso, aprendizes de viver e conviver com nosso próximo até a morte (ou apesar dela).
À medida que envelhecemos, temos a possibilidade de analisar esta loucura de outros ângulos, pois já descobrimos até certo ponto a engrenagem desta máquina complexa. Para os velhos, os melhores momentos da festa já passaram, mas os velhos não querem deixá-la; ao contrário, anseiam ficar mais um tanto, isto porque a idade não os isenta de viver intensamente no plano dos sentimentos e das emoções.
Enquanto penso sobre tudo isto, paro numa esquina para tomar um sorvete de casquinha e contemplar o pôr do sol. Afinal, a festa ainda não acabou...
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