Domingo, 17 de abril de 2022 - 07h05
Aprendi ao longo das décadas
vividas o real valor dos amigos; os verdadeiros são poucos, eu os considero
pontos de luz em meio à escuridão. Sim, pois quando sua alma é invadida pelas
trevas da depressão, o sentimento é de solidão absoluta; seus familiares precisam
cuidar das próprias vidas, tratar das próprias feridas, buscar momentos alegres
junto aos seus, e não cabe a você a imposição de sua presença sombria, de seu
semblante fechado, de sua voz quase muda: assim caminha a humanidade.
E os amigos, onde é que entram
nessa história triste?
Apesar da distância física e
da inexistência de laços de sangue, os verdadeiros não desistem de você;
percebem, pelo silêncio que acompanha as trevas, que algo está errado, então
mandam-lhe reflexões sobre a existência, marcando suas presenças com mensagens
de sol brilhante, recadinhos de ânimo, coisas assim. Nesses momentos,
independentemente da banalidade ou não das mensagens, os verdadeiros amigos,
pessoas que cultivam sentimentos por você (como você é), os pontos de luz em
meio à escuridão profunda, revelam-lhe o mais importante: estamos aqui e sempre estaremos, não importa o que aconteça.
O poeta Vinicius de Moraes
perguntava a si mesmo e provocava os leitores: “Quem pagará o enterro e as flores, se eu me morrer de amores? /Quem
dentre os amigos tão amigo, para estar no caixão comigo?” ...
O segundo verso traz “implícita”
uma resposta óbvia: nenhum amigo, claro; nascimento e morte são fenômenos naturais
individuais. Cada ser vivente partirá um dia, fazer o quê? É melhor acreditar que esse dia vai tardar,
quem sabe virão centenas, milhares de outros dias? Viva a vida!
Desejo a cada amigo, a cada
simpatizante, próximo ou longínquo, muita luz!
Que vossas almas renasçam, resplandeçam e iluminem a caminhada de irmãos
que estão a viver na escuridão, seja esta de que natureza for.
Bem aventurados sejam os
amigos!
Com Jesus, sempre.
Feliz Páscoa para todos.
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