Sábado, 10 de outubro de 2015 - 11h07
(Imagem Dero Neto) Caríssimas colegas normalistas dos idos anos de 1970
Parece que há tão pouco éramos aquelas jovens cujos rostos sorridentes reconheço na foto de época que um amigo postou há alguns dias nas redes sociais. Reconheço-lhes o olhar vivaz, o sorriso franco, o semblante sereno de quem não sabia o que estava por vir; tínhamos todas a inocência dos ignorantes: Glorinha, Márcia, Ana, Célia, Vanilde, Goianir, Nazaré e tantas outras; havia em nossa turma apenas um rapaz, o Ademar.
Éramos jovens do nosso tempo e, seguindo os costumes, namorávamos no portão de casa, reuníamo-nos na pracinha do bairro para ouvir, numa vitrola de plástico, os sucessos de Chico Buarque e Roberto Carlos, os ídolos de então. Embalávamos nossos sonhos românticos ao ritmo dos Beatles e da Jovem Guarda.
Cultivávamos carinhosamente um hábito da época: manter, guardado a sete chaves, um objeto que era motivo de mimo e de grande orgulho, o Álbum de Recordações. Ali, os colegas escolhidos registravam palavras doces e pensamentos filosóficos sem se dar conta de que estavam participando do que, na verdade, era uma verdadeira cápsula do tempo. E não é que a imagem de nossos rostos jovens na foto antiga levou-me a vasculhar a velha caixa de madeira que protege algumas das relíquias de minha vida, dentre as quais o meu Álbum de Recordações?
Letras manuscritas tão delicadas, arabescos bordados em linho branco no lencinho em ponto de cruz, pérolas dos meus dezoito anos, sonhos tão inocentes...
Prefiro lembrar-me de como éramos a pensar no que nos tornamos ou nos efeitos das vivências e do tempo sobre nós. Que continuemos com a imagem umas das outras do jeitinho que éramos nos idos de 1970. É melhor que façamos de conta que somos todas inocentes e que vamos nos manter livres das maldades do mundo; é melhor que façamos de conta que temos uma vida inteira pela frente, que vamos todas nos casar com o príncipe dos nossos sonhos, que formaremos uma família perfeita e que seremos felizes para sempre...
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