Sábado, 3 de setembro de 2011 - 09h48
Costumo ilustrar a área de trabalho do meu computador com imagens de pessoas queridas e, de vez em quando, gosto de contemplá-las. Se estou longe, é como se não estivesse. Aprendi que o mais importante na vida não é o lugar onde se está, não é o cenário onde se precisa viver, seja em uma sofisticada metrópole ou em uma pequena cidade; o que importa mesmo é a ligação com as pessoas que nos são caras, sobretudo familiares, mesmo que, lá n
o fundo, no arquivo morto da memória, existam registros de decepções relacionadas a essas pessoas.
Normalmente as decepções mais doridas são as causadas por aqueles a quem estamos unidos pelos laços de sangue. Quanto mais estreito o laço, maior a dor. Porém, passado o luto que esse sentimento provoca, tratamos de juntar delicadamente os pedaços do amor, do amor estraçalhado, ferido pela decepção; precisamos urgentemente curá-lo, restituir-lhe a integridade, porque ele é o maior alimento de nossa alma. O amor é o melhor remédio contra um veneno poderoso: o rancor.
Manifestar amor é importante, e receber amor é vital. Observo o quanto esta dualidade é imprescindível à harmonia emocional e à saúde mental e física das pessoas. E falamos tão pouco sobre este tema com os que nos cercam... Se, no passado, compartilhávamos mais do estado de espírito uns dos outros, hoje, no mundo moderno, isto é quase um sacrilégio: - Meu irmão está sofrendo com um grave problema familiar? É uma pena eu não poder tocar no assunto e dar-lhe um abraço amoroso; ele pode se melindrar, afinal, não se deve invadir a privacidade do próximo, mesmo que seja seu irmão. Sinal dos tempos.
O mundo moderno exige que nós, pobres folhas secas ao vento, sigamos o padrão de perfeição e felicidade imposto pela sociedade de consumo. Sabe o célebre comercial de margarina em que a família radiante toma, unida, o café da manhã? Pois é, a família-modelo não tem problemas, aliás, todos são fortes e sábios o suficiente para superar qualquer adversidade, e em silêncio.
Em tempos modernos como este, envelhecer, por exemplo, é uma vergonha, um sinal de fraqueza; aliás, rugas e outros sinais da idade viraram sinônimo de descuido para com a aparência. Por conta disso, a cada dia surgem novas técnicas de rejuvenescimento, e o resultado é que as pessoas se transformam tanto que se tornam irreconhecíveis. As academias de ginástica vivem abarrotadas, pois ter os músculos definidos é imprescindível em todas as idades, fundamental à boa imagem de pais, filhos e avós.
Em nosso agitado e competitivo mundo, onde todos parecem sempre muito ocupados, vivemos como se não existissem os conflitos envolvendo a família e os que a ela se integram, como noras, genros etc. -além de outras grandes dificuldades. O importante mesmo é manter a aparência de felicidade. Então, andamos por aí, arrastando correntes com um sorriso nos lábios. Mas... E as complicadas relações com nossos filhos? E os filhos que se distanciam dos pais? E os casamentos desfeitos? E os casos de depressão e pânico? E as drogas? E as doenças graves? E as decepções? E as perdas? E o amor aos pedaços? E a dor não compartilhada por conta da privacidade? E o abraço que não pôde ser dado? E o sofrimento mudo que às vezes dura uma vida inteira? Não. Sobre isso não se fala. Afinal, ninguém quer passar uma imagem de fraqueza e imperfeição como uma foto sem retoques, seria inaceitável.
Assim é nosso mundo. Uma pena... Porque a vida nos ensina que o importante mesmo é compartilhar o amor que vive em nós, esteja ele aos pedaços como cacos de vidro a nos ferir o coração, ou inteiro e pleno para nos alegrar o dia.
O fato é que seguimos por aí, vida afora, carregando n’alma este sentimento grandioso, essencial e invisível...
Fonte: Fonte: Sandra Castiel - sandracastiell@gmail.com
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