Domingo, 8 de março de 2015 - 10h37
Há algumas décadas, coisa de quatro ou cinco, o mundo era masculino; nasci e cresci em cidade pequena, onde a mulher era olhada com desconfiança, assim que crescia, ou seja, assim que a natureza fazia seu trabalho. O pai era o primeiro a zelar por sua pureza, ou seja, tratava de mantê-la casta, até que aparecesse um "príncipe" para cuidar dela, isto era o que lhe era ensinado desde tenra idade. E o casamento, grosso modo, significava mudar de endereço e tornar-se uma espécie de empregada do marido: cozinhava, limpava, mantinha a casa em ordem e fechava os olhos para as escapadelas extraconjugais do companheiro, pois aprendia desde cedo que homem era assim mesmo. Mesmo que houvesse estudado, até onde lhe permitiam, a ocupação que lhe cabia fora de casa (e isso era uma grande conquista) era o magistério.
Por um lado, tínhamos essa mulher infeliz e conformada com seu papel na sociedade: casava, cortava os cabelos (no passado longos), engordava, tornava-se uma matrona; por outro, tínhamos uma mãe presente na casa, na família e na vida dos filhos, enfim, era a mãe e esposa, com seu diploma de RAINHA DO LAR (normalmente presente dos filhos) emoldurado e pendurado na parede; quanta contradição!
E de contradições sempre foi feito o universo feminino; o mundo mudou, os tempos são outros, há muito a mulher deixou para trás seu status de rainha do lar, e hoje se iguala ao homem no mercado de trabalho e no grau de instrução, mas continua acalentando na alma a esperança de encontrar um príncipe que a ame para sempre.
Pouca importa a década em que nasceu uma mulher, pouca importa se passou a vida entre as paredes do lar, dedicando-se apenas ao marido e aos filhos; pouca importa se é uma mulher de vanguarda, que vive a se desdobrar em várias para dar conta de tantas atribuições, e ainda tem disposição para cuidar do corpo: na essência, fomos moldadas no mesmo barro, somos mulheres, somos o útero onde acontece o milagre da vida e da perpetuação de nossa espécie. Viva a MULHER!
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