Sábado, 24 de julho de 2021 - 15h25
Mulher madura, nos dias de
hoje, tende a ser minimalista, diminuir a bagagem, viver com o que é essencial,
enxugar os custos da vida. Então, desfaz-se de quase tudo que guardou ao longo
dos anos. Considero isto tão moderno...Aliás, sei de muitos jovens, mulheres e
homens, abraçando este conceito.
Não sou acumuladora, longe
disso, mas confesso que guardo comigo algumas “preciosidades”, objetos que
contêm uma história, um significado que me reporta à minha própria essência, à
minha memória, ao ser humano que consigo ser.
Acho engraçado e me divirto
com a postura de pessoas mais novas diante de uma mulher madura (sobretudo
homens): alguns não sabem como se
dirigir a você, ou não conseguem manter um diálogo com você, como se houvesse
um outro patamar, nesta mesma dimensão, próprio para pessoas que estão
excluídas do cenário da vida e das relações humanas, como se o mundo real fosse
prerrogativa delas, pessoas mais novas. Quanta tolice.
As marcas do tempo estarão no
corpo de cada ser vivo que sobreviver, apesar das intempéries; olha que elas
chegam para todos. Não aceitá-las é inútil.
Cheguei à maturidade de minha
existência, como um livro atual, com imagens, cores e sons, um livro cheio de
histórias vividas: juventude, amores, família, casa cheia de amigos, loucuras, risos
e lágrimas. E o mais importante, alimento em mim um contentamento reconfortante
pela mulher que me tornei depois de um longo aprendizado.
Não tenho uma vida certinha e
perfeita: há vazios em mim, há lacunas em mim, mas há abundância de reflexões,
pensamentos, observações, diálogos com minha própria alma e amor à vida, amor à
natureza, amor aos animais e ao modo simples e alegre como vivem.
Sou uma mulher madura e de vez
em quando penso em me tornar minimalista: se isto acontecer, o minimalismo será
apenas no exterior, porque no interior... Casa cheia e muito movimento!
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