Sexta-feira, 18 de dezembro de 2015 - 19h02
Os recentes acontecimentos que abalaram os alicerces da política e aumentaram a insegurança do pobre povo brasileiro têm servido para levar muitos de nós (membros do povo, entre os quais me incluo) a uma reflexão mais profunda sobre os poderes constituídos, sobretudo o Legislativo. E isso se deve principalmente aos escândalos envolvendo o presidente da Câmara dos Deputados.
Transmitida ao vivo por um canal de TV (Globo News), a votação sobre a deflagração ou não de um processo, ou coisa que o valha, contra o tal presidente para caçar-lhe o mandato por ferir a ética, despertou a curiosidade, acredito, de muitas pessoas. Porém, o que me causou perplexidade mesmo foi o comportamento dos parlamentares; não me refiro aos que se estapearam, pois havia uma turma do contra e outra a favor, posições divergentes comuns em qualquer regime democrático, embora no caso em questão parecesse haver muita sujeira sob um grande tapete. O que me causou perplexidade mesmo foi o modo como aqueles homens se comportam numa das casas mais importantes da nação, talvez a mais importante: a Câmara dos Deputados.
Enquanto alguém se pronuncia, microfone em punho, a balbúrdia impera no local, como se o público-alvo imediato (ou seja, os demais membros, e são muitos) não tivesse nada a ver com a história; no mais absoluto descaso, levantam-se de seus lugares, cumprimentam-se como se há muito não se vissem, cochicham um no ouvido do outro, provocam risadinhas, fazem gestos afáveis a alguém próximo, consultam a toda hora o celular, enfim, a impressão que aquele lugar me causou foi a de falta de seriedade para com a coisa pública e absoluta falta de comprometimento para com tão relevante função.
Diante daquelas cenas, reportei-me a uma sala de aula de adolescentes (em sua pior fase) que convivem o ano inteiro uns com os outros e tornam-se íntimos, desrespeitosos até: fazem piadas, galhofas, zombarias, juntam-se em turminhas e, o pior, distanciam-se de seus objetivos naquele contexto, se não houver a presença enérgica do professor para chamá-los à realidade e à importância da aquisição do conhecimento. Infelizmente na Câmara dos Deputados não há esta figura para lembrar-lhes diariamente da missão à qual se propuseram, porque o povo deles espera, a nação deles espera! Ali, ao que indicam as evidências, o importante são as alianças, os acordos, as negociações.
Ponho-me a pensar nas exceções: claro, sempre há exceções. E fico a imaginar uma voz pregando no deserto, pessoas que se debruçam sobre projetos, estudando dias e dias, procurando meios de apresentar e viabilizar alternativas e soluções para melhorar a vida dos brasileiros. As exceções são movidas por ideais, por isso um lugar daquele não deve ser nada confortável para elas. A imagem que me remetem as exceções é a imagem de Cristo, faminto e sedento, em sua longa andança pelo deserto, preparando-se para iniciar seu Ministério, sendo tentado por Satanás... Coisa difícil!
Depois de observar por algumas horas a conduta dos nobres deputados, acredito cada vez menos na seriedade imprescindível para legislar; acredito cada vez menos na imparcialidade das decisões, imparcialidade esta voltada, sobretudo, a melhorar a qualidade de vida do povo brasileiro; acredito cada vez menos no compromisso com a causa; e um parlamentar exemplar deve ter um grande compromisso, o compromisso com o povo de seu país; que as demais propostas apequenem-se diante da grandiosidade de sua missão.
Por conta da notória aversão que o brasileiro mais observador desenvolveu contra a política e contra os políticos, deixamos de fiscalizar quem mandamos para nos representar, e o resultado é isto que se nos apresenta. Precisamos estar atentos!
Vamos ter misericórdia de nosso povo, povo tão calejado, privado de saúde, moradia digna e educação pública de qualidade, aspectos que norteiam os parâmetros do desenvolvimento humano. E que surjam exceções!
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