Sábado, 6 de fevereiro de 2016 - 10h30
Para quem não sabe o Carnaval em Porto Velho já teve seus dias gloriosos. Não se resumia a quatro dias de blocos de rua e a algumas pequenas escolas de samba que lutam desesperadamente, esperando das autoridades alguns parcos recursos para desfilar; com exceção dos blocos mais tradicionais, o carnaval em Porto Velho apenas cumpre um modesto papel. Nem sempre foi assim!
Na década de 1970, por exemplo, o carnaval de Porto Velho era uma festa grandiosa! Quase inacreditável, se levarmos em conta o ainda acanhado número de habitantes da cidade. Era tempo dos clubes Ypiranga e Bancrévea, ambos prestigiadíssimos pela sociedade local; havia também o Ferroviário e o Clube dos Oficiais, no chamado 5* BEC; sem contar o Flamengo e o Danúbio Azul Bailante Clube. A folia começava cedo, pois havia as festas chamadas pré-carnavalescas: Baile do Havaí, Baile de Máscaras etc. As marchinhas davam o tom das festas juntamente com os tradicionais sambas.
Cabe lembrar aqui o período que antecedia o carnaval e os preparativos para o grande dia: o domingo de carnaval! As escolas de Samba Pobres do Caiari e Diplomatas do Samba passavam grande parte do ano se preparando para o desfile. Como a cidade era pequena, os boatos corriam rapidamente e acirravam os ânimos e a competição entre as duas escolas, isso levava meses.
Minha mãe, Marise Castiel, carnavalesca da Pobres do Caiari, viajava para o Rio de Janeiro antes de definir o enredo da escola : visitava o barracão da Portela (mesmas cores que a Pobres do Caiari), enturmava-se por lá, fazia amizades, observava tudo e voltava para Porto Velho cheia de inspiração. A mesma movimentação devia ocorrer na Diplomatas do Samba. Então, sabíamos com qual tema a adversária se apresentaria, e tinha início a disputa por outros quesitos tão importantes quanto, como samba-enredo, fantasias, mestre-sala e porta-bandeira, bateria etc.
Os ensaios aconteciam no quintal de nossa casa, no bairro Caiari, e movimentavam a cidade. Lembro-me que, no clube do Ypiranga, nas festas pré-carnavalescas e carnavalescas, quando tocava o samba da Pobres do Caiari, o velho casarão da época da Madeira-Mamoré estremecia, o assoalho de madeira parecia vir abaixo: lança-perfume, confete e serpentina! Êta tempo bom!
O domingo de Carnaval era o dia do clímax! A casa de minha mãe (carnavalesca-mor) além de várias outras casas do Caiari, onde ficavam bordadeiras e modistas eram movimentadíssimas; as varandas sempre cheias de amigos, que conversavam e trocavam impressões sobre vários assuntos importantes, como as alegorias de mão, os carros alegóricos, a previsão do tempo (esta à base do olhômetro) e os preparativos da grande adversária; era assunto que não acabava mais!
Quando enfim chegava a hora da concentração, a felicidade era tanta que dava borboletas no estômago! A maquiagem começava horas antes, assim como penteados e preparações afins: era preciso conferir o esplendor das fantasias, a cabeça, as plumas...
Na concentração, enfim a nossa escola: completa, linda, enorme, alas enfileiradas harmoniosamente, um mar azul e branco, cujas ondas começavam quando a bateria de mestre Flávio e a voz de Auristélio Castiel ecoavam na avenida e no coração da gente: Ó, meu Caiari, minha vida!... A população que lotava as arquibancadas ( assim como os integrantes da escola) delirava...
Nos dias seguintes, outras emoções mobilizavam os foliões: a apuração dos votos, mas esta é uma história para um livro inteiro!
Grande tempo!
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