Domingo, 19 de agosto de 2012 - 16h29
Ao longo desta década de minha vida, desenvolvi uma convicção: vivemos rodeados de anjos.
Para muitos, tal afirmação há de soar como uma heresia, afinal, a humanidade hoje dá mostras de que valores calcados no amor, na compaixão e na solidariedade parecem cada vez mais raros.
É certo que se briga por qualquer coisa, filhos não reverenciam mais pais, como antigamente, e a ganância pelo dinheiro, pelas roupas de grife, pelo carro importado, pelas casas com piscina e pelo status social leva uma legião a roubar, a matar e a morrer. Sinal de um tempo em que quem dita os costumes é o shopping.
De vez em quando, a gente tem notícia de mulher que mandou matar o marido (ou ela mesma se encarregou de matá-lo) para ficar com seu patrimônio, mesmo que esse patrimônio seja acanhado e não vá além de uma casa e de uma pensão; a quem importa a vida do outro? o importante é se dar bem, é livrar-se do coitado e ficar com o que é dele. Vive-se num verdadeiro salve-se quem puder. E quem puder que leve mais!
Por dinheiro e herança, filhos matam ou mandam matar os próprios pais, e por aí vai. Assim é o mundo que ora vivemos.
Porém, este mundo onde se vive em função dos valores materiais é passageiro, e todos nos damos conta disso, cedo ou tarde; isto ocorre em diferentes circunstâncias, porém, com frequência, quando somos obrigados a atravessar dias inteiros dentro de um hospital, por exemplo.
No interior de um hospital, vive-se em um mundo paralelo. Ali, ninguém está preocupado em comprar bens, em se tornar rico ou poderoso; ninguém está preocupado em ostentar joias, sapatos ou bolsas de grife.
Quando se tem uma doença grave, ou se acompanha alguém com uma doença grave, a única preocupação material é a de saber se o plano de saúde cobrirá o exame de última geração; no mais, a gente só pensa em viver.
E viver, para quem está aprisionado em um hospital, significa acordar de manhã e ter a felicidade de contemplar a vida em toda a sua plenitude: o nascer do sol, o azul do céu, o voo de um pássaro, o rosto de uma pessoa querida, além de outros grandes prazeres, tais como, o cheiro do pão quentinho da padaria da esquina, o café fumegando na xícara, a melodia alegre do rádio na cozinha de casa, a folhagem do jardim, a fruteira do quintal, a risada de uma criança, enfim, coisas que realmente são importantes na vida.
E as coisas que verdadeiramente se eternizam em nossa alma como importantes são as coisas mais simples. Pois é justamente em meio às coisas simples, que transitam os anjos...
Os anjos estão entre nós e não os percebemos, tão ocupados que vivemos, absorvidos pelas urgências da vida que escolhemos ou da vida que acreditamos nos ter sido imposta por outrem.
Anjos se manifestam através de diferentes formas, mas o certo é que muitos vivem neste planeta para, na hora certa, nos auxiliar.
Quando estamos desamparados, é a mão amiga que vem em nosso socorro; nos momentos de angústia e aflição, é a palavra consoladora que precisava tanto ser ouvida, ou lida; quando nos tornamos lívidos, surpreendidos por uma notícia trágica, é o estranho que nos conduz a uma cadeira e nos estende um copo d’água.
Se estivermos atentos, podemos perceber que vivemos, sim, rodeados de anjos.
Outros há, porém, que nos visitam apenas na calada da noite, e não necessitam de portas abertas para entrar em nossa casa, pois vivem em outras dimensões.
Conselhos, palavras de ânimo, esperança... Tudo isso esses anjos que nos visitam durante o sono nos proporcionam, ajudando-nos a transpor fases duras da caminhada.
É a mãezinha que, na espiritualidade, abraça o filho amado; é o pai amoroso que de lá vem, para aconselhar e dar ânimo à filha que sofre. Quantas vezes nos deitamos angustiados e, ao despertar, sentimos nossa alma renovada e cheia de esperança?... São eles, os anjos. Encarnados ou não, estão sempre prontos a auxiliar.
Hoje, ao despertar, percebi que estava rodeada de anjos... Que possamos percebê-los e seguir-lhes o exemplo. Que possamos, também, ser anjos para nosso próximo que sofre...
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