Quarta-feira, 8 de março de 2023 - 14h48
Dia da Mulher. Dia da
companheira incansável do homem: quando ainda nova, cumpre uma jornada de
trabalho dupla; trabalha como louca, para aumentar a renda familiar e assim prover
as necessidades dos filhos; pelos filhos é capaz de arrancar o próprio coração.
De noite, há que estar bonita e atraente para o parceiro (quando o tem).
Alimenta no íntimo muitos sonhos; o mais forte deles é o da família perfeita:
filhos amorosos, filhos virtuosos, filhos presentes em qualquer fase de sua
vida, sobretudo na velhice; uma casinha na praia onde poderá reunir a família
inteira, coisas assim. Penso que a mulher foi criada, acreditando que no fim do
arco-íris há um pote de ouro, ou seja, a caminhada da vida, por dura que seja,
sempre será recompensada.
A decepção vem aos poucos,
quando percebe que o pano de fundo de sua caminhada, tantas vezes dorida,
sofrida, espinhosa, não fora um arco-íris de verdade; o arco fora em
preto-e-branco. Na maioria dos casos, a mulher se dá conta disso, na chegada ao
fim do “arco-íris”; o pote existe e está a sua espera: cheio de ouro? Não. O
ouro é falso, ouro de tolo. O que há no pote ao fim do arco-íris são apenas
sonhos enterrados no fundo de um recipiente envelhecido e corroído pelo tempo.
Perdoem-me os leitores
pelas gotas de desencanto que permeiam este texto. Esta é a realidade de
incontável número de mulheres mundo afora. É a estas que presto minha homenagem
neste dia, mesmo que continuem exibindo as cores fortes e belas de seu
arco-íris. Feliz Dia da Mulher a todas as mulheres!
Sandra Castiel, membro efetivo da Academia de Letras de
Rondônia
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