Segunda-feira, 20 de junho de 2022 - 08h53
Ela é uma mulher
diferente (não no melhor sentido): acha difícil conhecer o seu avesso, tal a
profusão de sentimentos que carrega na mente, durante a maior parte de seus
momentos, e sofre; em outros (não raramente), sente-se indiferente diante do
desamor, da morte e das maldades do mundo, como se apequenasse intencionalmente
o próprio ser. Há muito aceitou a ideia de que, algum dia, não muito distante, será
apenas uma imagem no arquivo de fotos do celular de alguém: sem história, sem saudade,
sem poesia, sem nada. Acredita que assim é a vida.
Costuma perceber sussurros e
vultos pelos cantos da casa: serão pessoas que não existem mais e que tentam
revelar-lhe suas presenças na casa onde vive? Serão espíritos? Seres do além?
De qualquer forma, não se incomoda com isso; pensa o quanto seria bom vê-los e
ouvi-los claramente.
Sempre teve um lado místico: gosta
de ouvir e contar histórias que assombraram sua infância. Certa vez, ao
olhar-se no espelho do banheiro, viu que o rosto ali refletido não apresentava
os seus traços, porém sentiu que era ela e que possuía outra identidade.
Lamentou a rapidez com que se deu visão tão interessante. E assim segue a vida,
em seu universo de árvores, flores, cantos de passarinhos, livros e fantasmas.
O importante é que em tudo... Sinta
o pulsar da poesia!
Sandra
Castiel
Membro
efetivo da Acler-Academia de Letras de Rondônia
sandracastiell@gmail.com
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